Tudo começou em um dia chuvoso e sombrio, em que tudo parecia conspirar para a morte daquele garoto recém-nascido, magro e muito doente. Ele havia adquirido uma doença infectocontagiosa que o fizera ficar desidratado em poucos dias. O garoto dava sinais de que não passaria daquele dia, ele morreria pagão e sua alma não seria salva. Essa era a crença do lugar. Mas a sua mãe era uma mulher de fé e de joelhos rezou para todos os santos disponíveis no dia, para que preservasse a vida do seu filho. Ela chorava e os soluços eram ouvidos ao longe. Então, após terminar a sua oração, ela tomou uma decisão: batizar o menino ainda naquele dia. Saiu às pressas, com o menino nos braços, à procura do seu marido, e encontrando-o, comunicou-lhe de sua deliberação. A chuva não parava de cair, parecia um presságio, uma mensagem do céu do que estava por vir. Os pais daquele menino foram rápidos nos preparativos, convidaram os padrinhos e foram para a igreja local. No caminho para a igreja o moleque arquejava e parecia que não chegaria ao destino. Então algo aconteceu: o menino abre os olhos e depara com enormes olhos lacrimejados o olhando, implorando-o para que não morresse. Era a sua mãe que o olhava. Então aquele garoto inocente e sem consciência da sua própria existência a olhou profundamente e ela o disse: não morra meu filho, não deixe a mamãe. Naquele momento o garoto sorriu, era como se ele soubesse de alguma coisa, como se alguém invisível, apenas para os demais, mas não para os olhos de um inocente, conversasse com ele. O garoto sorriu novamente e fechou os olhos. Ele adormeceu, estava muito fraco por conta da forte desidratação. Sua respiração era bem rápida, mas a sua fisionomia parecia bem tranquila. Chegaram à Igreja e adentraram o seu interior em passos rápidos para não se molharem em demasia com a água da chuva. O padre já os aguardava para o início da cerimônia, pois já havia sido informado da gravidade do estado de saúde da criança. O menino entrou no santuário nos braços da mãe e encoberto com uma fralda de tecido para não pegar o sereno. A cerimônia começou e o garoto continuava dormindo. Não havia muitas pessoas na igreja, ninguém foi convidado além dos padrinhos, pois o momento exigia pressa. Enquanto o menino dormia o batizado transcorria tranquilamente e somente no momento em que o padre jogou a água benta sobre a criança e disse “eu o batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” foi que o garoto acordou e começou a chorar. A vida daquele garoto não seria fácil. Grande peleja se anunciava. A jornada daquele menino estava apenas começando.
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O homem que Nunca Desiste
Non-Fictionessa história se trata de uma realização pessoa pautada em relatos verídicos de como um homem vindo de uma família com poucos recurso financeiros conseguiu ser aprovado em um dos concursos mais concorridos do país, a PRF. A narrativa mostra a sua pa...