Prólogo - Pete.

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Pete

26 de maio de 2014...

Já eram passadas das 20:30 da noite, e Pete estava deitado na cama esperando pelos médicos lhe levarem para o centro cirúrgico. Afinal de contas, estar gestando três bebês de uma vez só era extremamente cansativo.
O rapaz de 25 anos já havia entrado no terceiro trimestre de gravidez e agora estava a poucos minutos do nascimento dos bebês. Desde que descobriu que estava esperando um filho, o rapaz sabia que não poderia criar aquele ser que se desenvolvia em seu ventre, não por não ter condições financeiras, mas sim, por essa criança ser o fruto de um abuso sexual.
Pete tinha medo de que se decidisse ficar com o bebê, ele poderia por algum ressentimento do outro pai do bebê acabar negligenciando essa criança. Não lhe oferecendo amor, atenção e carinho.
Os pensamentos de Pete são cortados com o barulho da porta do quarto sendo aberta.
- Pete, está na hora. - A médica falou adentrando no quarto. - Pronto para conhecer os seus filhos? - A médica questionou pela última vez.
- Doutora Smith, você sabe muito bem que eu não quero ter contato nenhum com nenhuma dessas crianças após o nascimento. - O rapaz estava decidido a entregar os bebês ao sistema de adoção. - Vamos acabar logo com isso. - Pete só queria que tudo aquilo acabasse logo.
Pete também exigiu que durante a cesariana ele fosse sedado, tudo para não ter o risco de mudar de ideia.
Quarenta e cinco minutos aproximadamente depois, Pete acordou já em seu quarto novamente, ao olhar ao redor percebeu a presença tanto de Porsche quanto de Yok.
- Finalmente você recobrou a consciência, Pete. - Porsche disse enquanto acariciava a sua barriga de quatro meses de gestação. - Aproveitamos que você continuava sedado e demos uma escapadinha até o berçário para ver os seus bebês. - Porsche tinha um sorriso enorme nos lábios.
- Os três são lindos, são a sua cara, meu querido! - Yok exclamou enquanto acariciava o rosto de Pete.
- É verdade, Porsche? Os bebês se parecem realmente comigo? - Pete questionou curioso, pois tinha muito medo que os bebês se parecessem com Vegas.
Porsche apenas fez um movimento de concordância com a cabeça.
O silêncio voltou a se instalar no ambiente. A mente de Pete viajava até o berçário aonde os bebês estavam, tinha curiosidade de vê-los nem que fosse apenas uma vez. O rapaz levou a mão a campainha que havia no quarto e apertou. Não demorou muito para uma enfermeira adentrar no quarto.
- O que deseja, meu jovem? - A enfermeira questionou se aproximando da cama.
- Por favor, me ajude a ir até o berçário. - Pediu um tanto quanto entusiasmado.
- Só um momento, meu jovem. Vou buscar uma cadeira de rodas. - A enfermeira saiu do quarto.
Porsche e Yok não acreditaram no que Pete havia pedido para a enfermeira. Eles sabiam o que Pete pensava sobre aquela gravidez.
- Está falando sério, Pete? - Porsche questionou ainda incrédulo.
- Sim, Porsche. Eu estou falando sério. - Proferiu ele. - Eu quero conhecê-los mesmo que apenas uma vez. - Disse já tentando sair da cama.
A enfermeira voltou ao quarto acompanhada de outro enfermeiro, que a ajudou a colocar Pete na cadeira de rodas.
Antes de sair do quarto, Pete pediu com o olhar para Porsche e Yok o acompanharem até o berçário.
Conforme ia chegando mais perto do local aonde os bebês estavam dormindo, o seu coração começou a bater descompassado e suas mãos a suar. Ao chegarem ao local, a enfermeira entrou com a cadeira de rodas dentro do berçário, lá haviam muitas crianças que dormiam tranquilamente.
A enfermeira então parou de guiar a cadeira de rodas e foi se aproximando de algumas incubadoras que haviam lá dentro. A enfermeira avisou a Pete que seus bebês estavam ali porque haviam nascido prematuramente. Pete então com uma certa dificuldade saiu da cadeira de rodas e foi lentamente para perto das incubadoras.

Ao olhar para as três incubadoras, Pete não conseguiu segurar suas lágrimas. Estava emocionado em ver os três bebês que ele trouxe ao mundo.
Naquele momento, todas as certezas que ele achou que possuía, desapareceram como em um passe de mágica.
A enfermeira vendo que estava de certa forma atrapalhando aquele momento, saiu em silêncio do berçário, deixando apenas Pete lá dentro.
Pete estava encantado com a beleza dos seus três bebês.

-  Bem, eu acabei de ouvir de Porsche que vocês se parecem comigo. - Ele intercalava o olhar entre as três incubadoras tentando encontrar semelhanças. - Acho que a minha vida vai mudar. - Pete não conseguiu terminar a frase pois, seu olhar ficou preso na cena de um dos bebês lhe encarando fixamente, como se pedisse para que ele não desistisse de viver aquela incrível e nova experiência chamada paternidade. - Enquanto estava me aproximando aqui do berçário, eu fechei os meus olhos,  e comecei a orar mentalmente.- Pete encostou sua mão em uma das incubadoras. - Então, meio que sem eu querer, lágrimas de felicidade desceram pelo meu rosto. - Pete olhou como um de seus bebês parecia dormir tranquilamente. - Eu estou aqui, de braços bem abertos, para criar vocês três com todo o amor do mundo. - Pete naquele momento tomou a decisão mais importante da sua vida. - Sejam bem-vindos a esse lugar um pouco estranho, prometo que vou mostrar tudo a vocês. Estou esperando vocês de braços bem abertos.- Ele tentava em vão conter as lágrimas. - Bem, eu não sei se estou preparado para ser o homem que tenho de ser. Mas, vou respirar fundo e me permitir viver isso que estou sentindo. De braços bem abertos!- Pete foi saindo lentamente do berçário enquanto o olhar de um dos seus filhos continuava lhe encarando fixamente.

- E aí, Pete? O que você me diz? - Porsche estava visivelmente ansioso para saber o que o amigo havia decidido

- Porsche, você acha que o quarto da Kiara e da Kimberly é grande o suficiente para acomodar mais três berços? - Pete disse, com uma certa curiosidade para ver a reação do seu amigo e confidente.
- Mas é claro que conseguimos acomodar os berços dos meus afilhados no quarto, Pete. - Porsche não conseguia conter a própria felicidade. - E se nós não conseguirmos acomodar os berços dos bebês no quarto das meninas, nós nos mudamos para um apartamento maior. - Porsche disse abraçando o amigo.
- Já que você decidiu continuar sendo responsável pelos bebês, a vovó aqui vai ir atrás dos enxovais dos bebês. - Yok se pronunciou rindo. - Meu querido, você já sabe que nome dará aos seus bebês? - Yok questionou curiosa.
Após alguns minutos refletindo sobre o tema, Pete finalmente se pronunciou.
- O nome dos meus filhos serão: Vance, Vincent e Violet. - Disse ele sorrindo.


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