Uma visita inesperada

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    O diretor bate na porta. Segundos depois, uma mulher abre a porta. Ela era loira, olhos azuis, altura mediana e... espera... Uma barriga de grávida?! Okay... Professora grávida. O diretor sussurra algumas coisas para ela, e assim que acaba, a professora sorri para mim. Ela pega a minha mão e me puxa  para dentro da sala.

- Gente, essa aqui é a Anna Parker, a nova aluna.- Ela olha para seus alunos, depois para mim - Anna, eu sou Liliane, professora de química.

Sorrio para ela.

- Bem, por enquanto, você se sentará ali. - ela aponta para uma carteira perto de sua mesa - Pode ir, vamos começar a aula agora.

Agradeço com um sorriso e um gesto de cabeça. Delicadamente, me dirigo para o lugar que ela indicara. Durante o caminho até lá, sinto os olhares de todos encima de mim.  A aula começa e presto atenção em cada palavra que a professora falava.

  Assim que o sinal que indicava o fim da primeira aula toca, me vejo rodeada por pessoas... meninos, principalmente.

- Fala ai Anna. Sou o Matheus. Me chame do que quizer. - Diz o garoto que, descaradamente, havia sentado encima da minha mesa ( e do meu caderno)

-Ah... Oi, Matheus... - o respondo, calmamente.

-Então... novata, né? Bom saber... costumo mostrar a área para as novatas. - Ele sorri e pisca para mim.

- Olha aqui, querido... - sou inderrompida por um longo coro de "ois" feito pela sala. Matheus sai da minha mesa e eu olho para a porta. Lá, parada, estava uma mulher morena, baixa e com um sorriso de derreter o Sol... Professora de português, se não me engano.

  E bem, eu estava certa. Ela adentra a sala, coloca suas coisas na mesa, e volta para a frente da sala.

- Bem, para os novos alunos, sou Nattana, sua professora de português. Gosto de ler, claro, ouvir músicas e viajar. E o essencial para se darem bem comigo é tirar boas notas... e não costumo pegar leve. - Ela sorri e a classe ri - Mas bem, sem enrolação, vamos logo para a primeira atividade do ano...- Ela explica a atividade, e nos dá tempo para a fazer. Como não era nada difícil, rapidamente terminei o que ela havia passado.

E isso se repete, desta vez , com o professor Bruno, de filosofia.

Assim que toca o sinal que indicava o recreio, duas garotas vem até mim: Ann Hope e Ashlee Marks. Nós fizemos amizade e acabei descobrindo que elas eram irmãs, eram filhas da diretora educacional e moravam na escola, já que lá, por ser uma mini-cidade, tinha várias casas e tudo mais.

Quando as garotas se afastam para ir conversar com uma amiga, os dois garotos que havia encontrado no portão se aproximam.

- Porque garotas tem a mania de andar sempre juntas? - diz o loiro, olhando para mim.

- Talvez porque sejamos amigas, e amigas gostam de conversar? - respondo

- Mais isso é complicado. Nunca se separam, e quando se separam é por cinco minutos. - fala ele, continuando a conversa.

- Ih, sai daqui, Chris! O que quer com ela? - Diz Ann, dando um peteleco na cabeça dele.

- Viu? Falei! - Fala ele, resmungando.

- Tá, se você falou ou não, não me interessa. Agora sai daqui. - Diz Ashlee, fazendo uma careta para ele.

- O.k. - "Chris" responde com outra careta, o que faz Ashlee fazer um gesto negativo com a cabeça. Logo depois, os dois garotos saem de perto de nós.

- O que ele queria contigo, Anna? - pergunta Ann

- Ah, nada... Ele só perguntou porque garotas nunca se separam.- respondo.

- Ih... Tá com cara que tá te querendo. - Ashlee diz, sorrindo.

- Haha, esse Christian não tem jeito mesmo... - Comenta Ann.

  ''Christian. Então esse era o nome dele. Será que ele realmente queria ficar comigo? Não... nem nos conhecemos direito! Mas e se...''

Penso, mas sou interrompida pelo sinal, indicando que tínhamos que voltar para a sala.

O resto da aula foi um saco, com o Matheus dando encima de mim e professores me fazendo repetir uma apresentação sobre mim para a sala. A turma já sabia tudo que precisavam saber da minha vida, pelo tanto de vezes que tive que me apresentar.

  Quando o sinal do final da aula toca, apenas saio correndo daquela sala. E acabo sendo puxada por Ann e Ashlee para a casa dela. Conheço a avó delas, uma senhora muito simpática que me oferecia todo tipo de comida que tinha na dispensa. Por insistência dela, acabo almoçando na casa das garotas, porque, segundo elas, esse seria a única maneira da avó delas me liberar. Se fosse antes de comer, acho que ela  iria tirar a minha cabeça do lugar.

Quando saio da casa delas, acabo trombando com Christian. Caracas, esse cara tá me perseguindo? Apenas ignoro e sigo meu rumo. Precisava chegar em casa e tomar um banho, estava cansada. Durante o caminho, percebo que REALMENTE, CHRISTIAN ESTAVA ME SEGUINDO. Tento ignorar esse fato e sigo meu caminho.

Depois de chegar em casa, tomar um banho rápido e socializar um pouco com a sala pelo grupo do WhatsApp, ouço batidas na porta. Resmungando, me levanto e vou para a sala, e quando chego lá, olho pelo olho-mágico para ver quem era. Uma moça morena, de aparentemente 35 anos, me esperava na porta com uma travessa de vidro em mãos.  Abro a porta.

- Olá! - Ela diz, sorridente.

-Ahn... Oi? - Digo, confusa.

Ela sorri.

- Sou Amy, sua vizinha... Vim aqui dar uma pequena visita para me apresentar, e acabei trazendo um pequeno presente de boas-vindas: um mousse de maracujá que acabei de fazer.

- Ai Amy... realmente, não precisava... Quer entrar?- Falo, ainda confusa, porém querendo ser simpática com a moça.

- Não, obrigada... Só vim te entregar isso mesmo, estou atrasada pelo trabalho. - Ela me entrega delicadamente o doce.

- Obrigada, Amy. Minha mãe vai gostar, ela é apaixonada por mousse de maracujá.

- Ah, que bom! - Ela ri - Agora tem uma sobremesa garantida para o jantar!

- Huhum! - Sorrio de canto.

- Bem, agora tenho que ir, estou realmente atrasada.

- Okay... Bom trabalho!

- Origada! - Ela agradece com um gesto de cabeça.

Ela sai, entra em seu carro e parte para o trabalho. Fecho a porta e vou colocar o mousse na geladeira. Após ter feito isso, vou para a sala e me sento no sofá. Suspiro e tento entender o que havia acontecido. Uma batida na porta interrompe meus pensamentos. Suspiro, coço os olhos e me levanto. Vou para a porta e dou uma olhada através do olho mágico.

Congelo.

Não pode ser.

O que ele estava fazendo aqui?

Sim, Christian estava ali.

Na minha porta.

A Escolha De Um AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora