Luca é o meu inferno astral.

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Assim que voltei a delegacia ainda pensando na conversa que tive com Luca, Jessie me avisou que meu chefe queria me ver. Então, invés de voltar a minha mesa, eu subo as escadas até o segundo andar e bato na porta do escritório de Robert, que logo se prontificou e falou para eu entrar.

– Fiquei sabendo que está lidando com um desaparecimento triplo. – ele deu início a conversa.

– Sim, senhor. Recebi os relatórios hoje pela manhã e já tratei de verificar algumas coisas, nada a relatar ainda. – o informo. Ele confirma com a cabeça e fica em silêncio por alguns segundos.

– Diana, vou ser bem franco, quero você fora do caso. – ele disse nervoso me deixando sem entender nada. Eu nem havia começado a dar andamento no caso e ele já queria me ver longe. Não fazia sentido para mim.

– Senhor, já cuidei de casos maiores, posso dar conta desse. – digo tentando o fazer mudar de ideia.

– Eu sei que pode, Diana. Mas é que... – ele inicia mas não termina. – É que o FBI tirou o caso de nós. Eles irão dar continuidade ao caso. O caso é deles agora. – ele diz incerto, me deixando muito confusa. Não havia motivos suficientes para o FBI querer o caso.

– Não compreendo. Não há motivos para os federais se meterem. – eu digo e ele balança a cabeça em negação.

– Diana, apenas deixe como está. O FBI está no caso agora, não se intrometa. Você sabe como eles são. Apenas fique de fora. – ele diz dando por encerrado a conversa. E eu apenas confirmo, não havia mais nada o que eu pudesse fazer, se o FBI está cuidado de tudo agora, não posso me meter. Está fora da minha jurisdição.

Suspiro fundo ao sair da sala de Robert. Não sabia o que era, mas tinha algo me incomodando. Decido deixar esse sentimento para lá no momento, o dia não estava nem perto de acabar e eu já havia levado um fora. Desço as escadas e caminho até a minha mesa, meus colegas estavam trabalhando concentrados em seus computadores, mas a minha cabeça estava bem confusa para ter o mesmo nível de concentração.

Eu nunca duvidei de Robert e nem de suas decisões, mas agora, algo está me dizendo que eu deveria a começar a desconfiar. Essa história de FBI não me parece ser verdadeira, tem algo estranho e eu sei disso. O FBI não se importa com casos de desaparecimentos, eles trabalham com casos de grande alcance com perigo nacional e internacional.

O meu expediente estava perto de acabar quando meu telefone começa a tocar. Achei estranho por ser um número desconhecido, mas decido atender, as vezes passavam meu número pessoal para pessoas interrogadas ao trabalho.

– Diana, pois não? – digo abaixando meu tom para não atrapalhar e nem chamar atenção das outras pessoas que estavam ali.

– Diana, aqui é Tracy Evans, peço desculpas por estar ligando tão tarde da noite, mas eu estou em um nível de inquietação muito grande. – a mulher do outro lado da linha toma um tempo para recuperar o ar mas logo volta a falar. – Eu sou a esposa de Pierce Evans, estou ligando para saber se você tem alguma novidade sobre o caso. – ela diz me causando mais confusão ainda. Se o caso está nas mãos do FBI agora, ela deveria ter sido comunicada.

– Tracy, antes de prosseguirmos, pode me informar quem passou o meu contato para você? - pergunto.

– Eu liguei após o almoço na delegacia e uma polícia me passou, ela me disse que é você quem está cuidando do caso do meu marido. – assinto com a cabeça mesmo sem ela poder ver.

– Tracy, eu ainda não tenho nenhuma informação concreta, mas sei que estou muito perto de conseguir uma. Apenas peço que tenha paciência. – após dizer isso conversarmos por mais alguns minutos até desligar. Eu não sabia quem estava dizendo a verdade ali, mas sabia que não podia perguntar, estava em um campo minado e não sabia quem iria me falar a verdade ou não. De fato, eu não sabia o que estava acontecendo ali, mas não irei deixar de descobrir.

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