Amélia Beatriz
Abro os meus olhos e respiro fundo, hoje é segunda provavelmente o Steven deve estar de ressaca por conta das drogas que ele consumiu no dia anterior, precisamos de paciência Amélia, um dia após o outro.
Levanto da minha cama e vou para o banheiro tomar meu banho ao de Look what you made me do de Tyler Swift que tocava no rádio a pedido de uma pessoa aleatória— I'm sorry, but the old Taylor can't come to the phone right now
Why? Oh, 'cause she's dead — Balanço meus quadris de um lado para o outro no ritmo da música.— Amélia! São 7:30 já e você ainda está no banho — Minha mãe grita do lado de fora do meu quarto.
— Já acabei mãe! — Saio do banheiro e me enrolo na toalha fazendo uma dança estranha.
Ainda enrolada na toalha corro até o armário pego minha saia personalizada preta, minha blusa de escola com o brasão do lado direito superior e minha bota preta com detalhes rosa
— Agora é só passar o glos- — Nesse momento minha mãe entra no meu quarto.
— Você não vai assim, vai? — Ela me olha da cabeça aos pés.
— Vou sim, o que que tem? — Passo meu gloos e olho para a minha mãe.
— Ok. O café está na mesa — Ela concorda com a cabeça e some da minha vista.
Suponho que ela esteja assim pelo Steven, a gente acabou discutindo ontem e ele meio que brigou comigo na frente de todo mundo, as vezes ele é muito duro com as pessoas e acaba machucando elas, mas eu entendo que ele as frustrações que ele passa. Quando o Steven era criança sofria muito pressão dos seus pais para ser o melhor em tudo.
— Mãe, qual é? O Steven só teve um deslize — falo apreensiva descendo as escadas.
— Conheço um relacionamento abusivo quando vejo um Amélia — Ela diz olhando nos meus olhos. — Tenho medo de alguma coisa ruim acontecer com você filha...
— Mãe, relaxa tá tudo sobre controle okay? —dou um beijo em sua testa — Estou indo a escola, até mais tarde!
Ela me vê saindo com aquela preocupação nos olhos, como se estivesse sentindo que algo ia acontecer comigo, sexto sentido de mãe.
Depois de 12 minutos o ônibus estaciona e eu entre outros alunos descemos e seguimos para as salas, assim que eu entro em sala vejo o Steven no canto de cabeça baixa.
Vou andando devagar até a minha mesa, me sento e fico olhando pro Steven.
— Amiga? Amiga você tá me ouvindo? — olha fala um pouco mais alto me fazendo prestar atenção nela novamente. — Eu tô falando com você vai fazer 20 minutos e parece que não escutou se quer uma palavra
— Desculpa, minha cabeça tava longe — falo voltando a olhar pra ela.
— Tava com a cabeça longe ou a cabeça nele de novo — ela aponta a cabeça para ele, Steven que seguia de cabeça baixa.
— Ele tá muito quieto Vick, o Steven normal já teria saído da sala pra ir fazer alguma coisa — volto a olhar para ele mordendo as unhas de tanto ansiosa que estava ficando. — Eu preciso ir lá!
— Bea, não! Ele vai te machucar igual da última vez — ela diz preocupada e eu entendo, mas é o meu amor.
— Eu tenho que ir, desculpa — me levanto juntando forças e coragem para ir, tenho medo do que pode acontecer, sei que para alguns é apenas um "ir até ele" mas para mim é enfrentar um perigo enorme, como uma bomba relógio.

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O DIABO VESTE AZUL
ChickLitAmélia Beatriz era uma jovem que sofria bullying no colégio por um valentão, aquele clássico idiota que não sabe lidar com o sentimento de frustração e desconta sua raiva nas outras pessoas. Amélia suportava isso por que ele era sua amor de infânci...