Entre Oceanos

☆3☆

Pov Autora

‐ O dia seguinte havia chegado apos uma madrugada turbulenta para Simon, o mesmo não conseguia parar de pensar nem por um minuto no terrível destino que lhe aguardava, além de ser forçado a casar contra sua vontade, tinha que fingir que estava feliz com aquele casamento, quando na verdade tudo o que mais queria era fugir dali para algum lugar bem longe, onde pudesse ser livre, onde pudesse ser feliz, mas sabia que tal coisa seria impossível, ou pelo menos era isso que pensava -

— Estava pensando em flores brancas e roxas para a decoração do salão principal, o que acha Simon? - pergunto William olhando para o filho -

— Simon, está me escutando?

‐ Tirado de seus pensamentos, o mesmo apenas olhou para seu pai e assentiu silenciosamente -

— O que há com você Simon? Está assim faz tempo

— Não é nada pai, eu estou bem, não tem com o que se preocupar

— Não minta para mim Simon, me fale o que há com você

‐ Suspirando, Simon se virou para seu pai e reunindo sua coragem começou a falar -

— Eu não quero me casar com o Eros pai! Eu não gosto dele, eu simplesmente o odeio, eu não quero esse casamento, eu não quero nada disso, eu só estou fazendo isso porque você está me forçando, mas isso é a última coisa que eu queria, ele é nojento, asqueroso, repulsivo, horroroso, babaca, e sem falar que ele não vale nada

— E ele vai ser seu marido Simon, então eu sugiro que comece a gostar dele de imediato, Eros, além de ser um bom guerreiro, possui muitos dotes, seu casamento com ele será ótimo para o reino

— Como pode dizer isso? Isso tudo é por dinheiro? Está me forçando a casar com um homem como aquele por dinheiro? Você é tão asqueroso quanto ele, eu tenho nojo de ser seu filho, você não merece ser chamado de pai

- Ao terminar sua frase, Simon sentiu um tapa ser desferido em seu rosto com tamanha força que chegou o fazer virar a cabeça -

— Cale a boca seu insolente, vá para o seu quarto e se arrume, seu casamento será hoje, isso fará você ver quem manda aqui, guardas, levem ele daqui

- Aos prantos e derramando lágrimas sem fim, Simon se dirigiu até seus aposentos, onde suas damas de companhia o ajudaram a se preparar, seria pedir muito para que algo acontecesse com ele e tirasse sua vida naquele momento? Para que ele não tivesse que realizar tal ato? Talvez sim, talvez não, somente um milagre pra saber -

— Você está lindo vossa alteza - disse uma das damas -

- Simon se olhou no espelho e sentiu suas lágrimas voltando, não importava o quão linda sua aparência no momento fosse, não importava suas vestes, acessórios e nem a maquiagem que cobria seu rosto, ele se senti feio, sujo, horrível, e sabia o que lhe aguardava, não havia nada que pudesse fazer então so lhe restava deixar que as lágrimas caíssem sobre o seu rosto -

— Me deixem sozinho por um momento por favor - disse Simon em tom baixo e todos saíram dali acatando suas ordens

- Dirigindo se a janela em passos lentos, observou a linda vista de seu quarto, as águas quebrando sobre a areia, os pássaros voando e cantando doces melodias, o som que as árvores produziam quando o vento batia, a sensação de liberdade e bem estar que sentia, mesmo que momentaneamente, ele se sentia livre e feliz, após alguns segundos que pareciam ser horas, Simon tomou uma decisão, sabia que não tinha como escapar de seu destino, mas estava determinado a estender sua liberdade o quanto conseguisse, se arriscando o máximo que pode, pegou todos os tecidos de seu quarto e os amarrou de forma que se tornassem uma corda, jogou a mesma pela janela e a desceu por ela até o chão do jardim de sua residência, o mesmo estava vazio, já que todos aguardavam a entrada do príncipe no salão principal, mal sabiam que ele não iria aparecer tão cedo, correndo pelo grande jardim, atravessando e pulando sobre muros e arbustos composto por folhas, pequenos frutos e flores, Simon saiu da segurança de seu castelo e foi até a praia que ficava perto de seu castelo sentindo a brisa vinda do oceano e o cheiro da maresia invadir suas narinas o fazendo esquecer por um momento de tudo ao seu redor, mal sabia que estava sendo observado por alguém que nunca imaginaria conhecer em um milhão de anos -