Capítulo único

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• A cereja do bolo •

Não que o universo conspirasse a favor de Steve, mas tinha sorte de sempre ter as pessoas certas nos lugares certos. Amava Dustin. Amava Nancy. amava Robin. Amava os outros meninos. E agora, amava Eddie.

Aquele garoto - o Steve - sempre pensou ter tudo, até descobrir que aquele tudo era pouco.

Em mais uma de suas noites solitárias, seguiu cambaleando para o porão de sua casa. O porão que escondia um segredo, uma jóia rara se mantinha ali.

— Steve? É você? — A voz desesperada perguntou. Não é fácil viver com medo. — Harrington? — Eddie acendeu as luzes, suspirando aliviado ao ver que era quem pensava.

— Por que ninguém me ama? — Diferente do que muitos imaginam, aquilo acontecia com frequência: Steve bêbado chorando.

— Oh oh, o que é isso garotão? Quem te falou isso? — O Munson segurou seu braço, o levando até seu colchão / cama improvisada.

— É o que eu vejo.

— Olha pra mim Harrington. Acho que você se lembra de tudo que fizemos nesse quarto, não? Pois eu lembro muito bem. Como você pode dizer que ninguém te ama? Acha mesmo que eu faria tudo aquilo com alguém que não amo? — Eddie não tinha muito cuidado com as palavras, e sempre se arrependia depois de falar. Steve entendeu muito bem o que lhe foi dito, e sorriu, secando as lágrimas.

— Não diz isso pra mim, eu não mereço essas palavras. Sou uma pessoa horrível. — Desmanchou o sorriso logo em seguida.

— Você foi uma pessoa horrível, Steve. Agora você até ajuda um foragido a se esconder dentro do seu porão.

Os dois garotos se encararam por um bom tempo, até Eddie desviar o olhar e rir.

— Eu sou o foragido, Harrington. — Nesse momento, Steve puxou o rosto do moreno para frente, quase encostando seus lábios. Conseguiam sentir suas respirações se misturando. Eddie é tão perfeito para ser odiado, tão maravilhoso para ser maltratado por esse mundo.

— Você quase morreu por nossa causa. — Sussurrou. Eddie sentiu o cheiro de cerveja que já não mais o incomodava.

— Mas eu não morri. Estou vivo, e a sua disposição, Harrington. — Seus lábios se tocaram. Os garotos iniciaram um beijo calmo. As mãos de Steve seguiram para a nuca de Eddie, aprofundando o ósculo.

Munson nunca fez questão de esconder sua sexualidade. Mesmo gostando de ter amizade com garotas, nunca sentiu desejo por elas. Se descobrir gay foi algo inaceitável para o garoto, mas que lhe fez descobrir um grande amor.

Já Steve, sempre pensou ser hétero. Nem com Robin se assumindo o Harrington desconfiou de sua sexualidade. Até conhecer melhor Eddie. E descobrir que não precisava de nada mais para ser feliz.

Demorou muito para admitirem seus sentimentos, mas admitiram, e estavam melhores do que qualquer casal, sem ao menos se verem como um casal.

Steve não era tão atrapalhado com mulheres, mas quando se tratava de Eddie, sempre tinha medo de o fazer algum mal. Munson sempre foi quem tomou a iniciativa, diferente de agora.

O Harrington se deitou por cima de Eddie, começando a retirar suas roupas. O beijo parecia não ter fim. Não queriam que tivesse fim. Mas a falta de ar se fez presente, e tiveram que se separar por alguns instantes.

— Não estou acostumado com você tomando iniciativa, Harrington. — O garoto sorriu.

— Acho que a cerveja interfere um pouco nisso também. — Se encararam por um tempo antes de voltarem com o beijo, terminando de tirar suas roupas.

Coisas como aquela aconteciam naturalmente as vezes, mas tinham sempre o cuidado de ver antes se Dustin estaria ocupado com outras coisas naqueles dias.

Dustin sempre os vêm visitar.

Steve apenas colocou suas mãos para cima, retirando um tubo de lubrificante íntimo debaixo do travesseiro do Munson, Eddie sempre deixava ali.

Molhou seus dedos e os colocou dentro do garoto, ouvindo um leve gemido como resposta.

— Parece já estar bom. — Steve riu, fazendo Eddie corar envergonhado.

O Harrington o penetrou com seu pênis, separando seus lábios para que Eddie pudesse gemer a vontade. Steve amava ouvir Eddie gemer. Era algo tão raro de se ouvir, mas significava tanto para um garoto apaixonado.

Não fizeram aquilo por muito tempo, já que logo ouviram batidas na porta da frente de casa. Se apressaram, e sem pensar muito, se vestiram.

— Steve? Tá em casa? — Era Dustin. O que ele estaria fazendo ali a aquela hora da noite? — Steve!? OOH STEVE!

— Já vou Henderson, espera aí! Meu Deus Eddie. Ainda bem que eu não dei a chave da minha casa pra ele. — O Harrington subiu as escadas, atendendo seu amigo que parecia estar com pressa.

— Por que demorou tanto? E por que você.. tá com o rosto vermelho? E cabelo desarrumado? Tava fazendo o que? — Era o normal de Dustin fazer muitas perguntas. Steve apenas ignorou.

— O que você quer Henderson?

— Desde quando você fala assim comigo? — O garoto disse, entrando com duas sacolas dentro da casa de Steve. — Eu estava em casa numa boa e ... Taram ... — Mostrou uma fita que tinha na sacola.

— Um filme?

— Sim, um filme sem nome. Dizem que aparece muitas coisas estranhas e é uma história real. Trouxe isso com isso. — É, havia uma sacola cheia de doces com ele. — Você bebeu?

— Não, eu não bebi. Mas ok, vamos assistir esse filme. — Steve estava decepcionado por não conseguir terminar o que começou com Eddie, mas não podia gerar ainda mais desconfianças.

Mal sabia ele que Dustin já sabia de tudo. E estava tudo bem. Eram apenas dois garotos sendo dois garotos enquanto vivem um caos em um lugar em que coisas estranhas acontecem.

A cereja do bolo

Nosso caos - Steddie Onde histórias criam vida. Descubra agora