Capítulo único

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— Você embebedou o meu namorado?! — Heizou exclamou, segurando-se para não dar um soco na cara do bardo sorridente.

Quando o portador da visão Anemo decidiu passear por Mondstadt, em vez de ir direto para a taverna com Kazuha e Xinyan, ele jamais imaginou que algo daquele tipo poderia acontecer. Ele se lembra de como Kazuha havia se chateado com aquilo, apesar de não ter dito nada a respeito, pois não queria que Heizou se afastasse.

Mas o andarilho estava cansado, queria se sentar um pouco e desfrutar de uma boa comida após aquela longa viagem, já Heizou estava cheio de energia e pronto para explorar a nação da liberdade. Então ele decidiu dar uma volta pela cidade, prometendo encontrá-los mais tarde, sem cogitar a possibilidade de encontrar Kazuha daquela maneira.

— Foi sem querer, pensei que essa dando suco para ele — Venti defendeu-se, com medo de acabar apanhando do detetive de cabelos ruivos, olhando de forma suplicante para Paimon e Aether em um pedido silencioso de socorro.

O viajante de cabelos loiros estava observando a discussão acalorada, sem saber se Venti realmente havia sido descuidado ou se quis se divertir um pouco às custas de alguém tão sério quanto Kazuha. Ele deu de ombros e continuou sua refeição, enquanto Paimon estava torcendo para Heizou dar uma lição no bardo.

— Não é melhor levá-lo para pousada? — Xinyan sugeriu, tocando o ombro de Heizou, tentando evitar que a discussão piore.

Paimon estalou a língua em descontentamento, frustrada que a discussão iria terminar na melhor parte.

— E assim o bardo surdo vai se safar de novo — a garota flutuante disse, cruzando os braços.

Heizou olhou feio para Venti, e suspirou, sabendo que aquela discussão não levará a nada e sua prioridade é garantir o bem estar de Kaedehara. Então ele se aproximou do namorado, tocando suas costas.

— Kazuha, acorde.

O samurai apenas murmurava palavras desconexas, mantendo a cabeça apoiada na mesa e o copo de bebida abraçado ao corpo. Com cuidado, Heizou retirou o copo de suas mãos e tocou o rosto do companheiro, sentindo-se culpado por não ter permanecido ao lado dele.

Ele sabe que Kazuha gosta de beber em certas ocasiões, e em algum lugar tranquilo que não cause transtornos para ninguém considerando o quão fraco para bebida ele é. Então, no momento em que viu o namorado derrubado na mesa, Shikanoin soube que alguém havia aprontado com ele. 

— Kazuha, vamos para a pousada — Heizou chacoalhou o jovem de cabelos brancos que abriu os olhos aos poucos. — Você consegue se levantar?

— Tô não — Kazuha respondeu, com a voz embargada.

Paimon e Venti caíram na gargalhada, e Aether manteve um semblante sereno apesar de sua preocupação com o andarilho de olhos vermelhos. Xinyan apesar de preocupada, também está achando a situação divertida, pois até aquele momento havia visto apenas o lado sério e sereno de Kaedehara Kazuha.

Com ajuda de Xinyan, Heizou conseguiu levantar Kazuha e em seguida o pegou no colo com facilidade, determinado a levá-lo em segurança até a pousada. Ele se despediu de forma breve dos amigos, indo embora junto a Xinyan que obviamente está hospedada no mesmo lugar que eles.

— Ele bebeu um pouco demais — Heizou explicou ao dono da pousada, quando chegou com o samurai desacordado em seus braços.

O dono apenas riu e liberou a passagem dos três. A garota foi na frente, indo para seu quarto após despedir-se, prometendo encontrá-los pela manhã.  Enquanto subia as escadas vagarosamente, não pelo peso de Kazuha mas apenas para não correr nem um risco de derrubá-lo caso ele fizesse um movimento brusco, o ruivo sentiu os braços de Kazuha envolveram seu pescoço. Ao olhar seu rosto, viu seus olhos vermelhos o encarando.

— Oh, acordou?

Kazuha não respondeu, apenas sorriu e descansou a cabeça em seu ombro. O detetive entrou no quarto que eles haviam reservado assim que chegaram em Mondstadt, fechando a porta atrás de si com dificuldade.

Heizou deitou o andarilho na cama de casal, porém o mesmo agarrou-se a ele forte o suficiente para impedir que o mesmo se afastasse, obrigando-o o detetive a se deitar em cima dele.

"Ah, pelo jeito a bebida o deixa mais safado também" Heizou pensou, com o rosto praticamente colado ao de Kazuha, esforçando-se para impedir que o rapaz o aperte ainda mais contra si.

— Se você me apertar mais forte, vai quebrar o meu pescoço — Heizou sussurrou, sentindo o aperto de Kazuha afrouxar aos poucos.

— Fica comigo — Kazuha pediu, manhoso.

Heizou se afastou um pouco, sentindo vontade de rir por causa do olhar suplicante do namorado.

"Como se eu pudesse ir para algum outro lugar com você assim" pensou, deitando-se ao seu lado e encarando o teto da estalagem.

— Eu sempre estou com você, Kazuha. — o ruivo declarou, virando o rosto para admirar o rosto corado do namorado, sem saber se é pela embriaguez ou por algum outro motivo. — Mesmo quando você parte para longe, você sempre leva uma parte de mim junto.

— Você… se sente solitário quando eu não estou? — a voz de Kazuha está soando mais clara do que há alguns minutos.

— Claro, mas não sinto apenas isso. Sinto saudades, tristeza e também… felicidade, porque sei que você vai voltar.

Heizou dificilmente fala sobre a falta que Kazuha faz, pois não quer que o companheiro se sinta preso. Kazuha tem o espírito livre, mantê-lo ancorado a algum lugar com certeza o mudaria por completo. E o detetive de olhos verdes não quer isso. Por isso, desta vez ele decidiu acompanhá-lo em sua viagem, aproveitando suas férias do trabalho para conhecer um pouco mais do mundo ao lado de quem ama.

Kazuha se aproximou mais de Heizou e colocou a mão em seu peito.

— Não importa quão longe eu vá, ou quanto tempo demore, eu sempre voltarei para você.

— Eu sei — Heizou disse sorrindo diante daquela promessa, lembrando-se que ele disse aquelas mesmas palavras quando partiu em uma nova jornada pouco tempo depois deles terem oficializado seu relacionamento.

Eles se encararam em silêncio, aos poucos seus rostos foram se aproximando e finalmente seus lábios se encontraram. Heizou não se incomodou com o leve gosto de álcool presente na boca do namorado, mas também não pretendia aprofundar o contato com seu amado pelo estado em que ele se encontrava.

Mesmo estando evidente que Kazuha está se livrando aos poucos da embriaguez, não muda o fato de que ele ainda está bêbado e Heizou nunca faria nada com ele assim.

— Vamos tomar banho e dormir? — Heizou perguntou, vendo que Kazuha está quase pegando no sono novamente.

— Sim… vamos.

Heizou não sabe como Kazuha é de ressaca, porém espera que não seja algo torturante para ele. Suas férias na nação da liberdade estão apenas começando, e de agora em diante ele pretende deixar Kazuha bem longe daquele bardo duvidoso.

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Eu gostei muito desse shipp, então tive que escrever sobre.

Dependendo de como for, trarei mais futuramente

Muito obrigada por ler até aqui, espero que tenha gostado ♥️

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