Capítulo 10

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O próximo passo do cortejo era o tão aguardado presente pessoal, onde os noivos deveriam mostrar seu coração e mandar um presente que representassem eles de uma forma que toda vez que a pessoa cortejada olhasse, soubesse de quem era.

Não podia ser uma joia ou flores, e era a chance dos bruxos mostrarem que podiam fazer o presente com as próprias mãos, ou mostrar o quão bom eram com feitiços e poções.

Harry estava ansioso, a apresentação ao público tinha ido bem, mesmo que ele não tivesse sentido que as pessoas estavam realmente botando fé neles, ele viu os alunos comentando muito mais quando Draco e Charlie somente caminharam pelo corredor. E então antes disso, foi o encontro, onde depois de ser um desastre ele mandou uma carta para Sirius que pediu desculpas e confirmou, ele tinha errado feio com o encontro e queria fazer melhor agora com o presente.

Escolher um presente era fácil, ele teve que olhar a sua volta e ver o que mais tinha de itens no seu quarto e então decidir o que seria melhor para um presente, então mandou uma carta para Sirius encomendar o escolhido, dessa vez os dois iriam fazer bem e impressionar o loirinho.

Harry gostava de muitas gostava de muitas coisas e entre elas do Draco, mas o seu grande favorito era o Quadribol, da onde ele tirou a ideia para um presente que fosse adorável e combinasse com ele e seus gostos. Ele encomendou de um artista plástico que era amigo do Remus, um pombo de ouro um pouco maior que o normal e mais fofo, ele não era mágico e iria ficar em sua plataforma somente para ser visto pelo loiro.

"Querido, meu noivo, Draco

Eu ainda não entendo bem o cortejo ou as regras pra ele, elas não fazem sentido pra mim e Sirius não as entende bem e não liga ou ligou, ele nem mesmo fez os rituais de casamento com o Remus.

Ele diz que os cortejos formais são só mais um ritual puro sangue antiquado, e que só serve para separar eles da gente, para mostrar para as pessoas o quanto eles são ricos.

O nosso encontro não foi como planejado, eu gostei bastante e você foi incrível, mas eu queria fazer melhor. Espero que goste do presente e estava animado para o nosso encontro.

Eu vou fazer muito melhor dessa vez.

Harry."

Draco podia ver vários erros na carta, ele tinha realmente amado o presente, mas não conseguia entender o porque Harry não conseguia ver a beleza do cortejo e a chance que ele estava recebendo, ou a forma como todas as vezes que criticava os rituais e os puro sangues, estava criticando ele, as suas crenças e principalmente a sua família: porque apesar do seu papa ser um mestiço, ele e a sua mãe eram puro sangues, da forma que o próprio padrinho do grifinório era.

Mas não podia negar que estava feliz com o presente e iria gostar do próximo encontro, Draco sentia que Harry estava se esforçando para fazer o seu melhor, e podia valorizar isso.

Charles estava aprendendo aquele feitiço para o presente desde que enviou a carta anos atrás junto com as flores que plantou no seu jardim, ele queria que tudo fosse perfeito, e por isso naquele momento sua casa parecia que abrigava um caminhão de crianças de tantos pelúcias que tinham espalhados por lá, mas somente o mais recente, aquele que ele considerou realmente perfeito, já estava embrulhado para ser enviado.

Os outros iriam continuar com ele, porque eram importantes, afinal fizeram parte do processo que ele levou para fazer o perfeito, e esperava que em um momento fosse capaz de mostrar todo o processo para o noivo.

"Meu doce e precioso noivo,

Achei que não existia presente mais perfeito, espero que você não esteja achando muito repetitivo, é que não existe nada mais importante pra mim que os meus dragões, com um loiro e perfeito em especial e no primeiro lugar.

Minha casa tem tantos dragões de pelúcia, que poderia abrir uma loja com eles, (eu demorei um tempo pra aprender o feitiço e fazer um perfeito pra você, mamãe deve querer ouvir nunca mais falar de feitiço de tricotar e bordar por minha causa) mas se você gostou, então todo o trabalho valeu a pena.

Estou como sempre, ansioso para ver você e para o nosso encontro, sinto sua falta todos os dias e todos os momentos dele.

Aquele que tem se esforçado muito e tem dado todo o coração, seu Charlie."

Draco podia imaginar uma casa de um domador de dragão: uma cabana de madeira, rústica e bem masculina, mas também podia ver a do Charlie cheia de dragões de pelúcia defeituosos, mas amados. E ele amava aquela ideia, e iria amar aquele lugar.

Amava o seu dragão de pelúcia e com certeza, amava Charles.

Deve ser destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora