Capítulo 1

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Porchay nunca se preocupou muito com sua própria aparência, ele se considerava mediano e não via problema nisso. Ele definitivamente não era um daqueles meninos que faziam as meninas da aula suspirarem ou aquele que fazia todos os meninos pensarem "caramba, eu quero ser assim quando crescer"

Mas ele não era de se jogar fora. Pelo menos ele gostava de pensar que não era. Ele colecionou alguns flertes durante a adolescência, olhares não muito furtivos na rua e, embora nunca tivesse beijado até recentemente, nunca deixou que esses pensamentos influenciassem sua auto-estima.

Mas para tudo há uma primeira vez. E essa parte em particular o estava incomodando.

Sua primeira vez.

Ele estava namorando Kim há pouco mais de seis meses e tudo bem, no começo havia a questão de "estar comigo por causa do Porsche e do relacionamento dele com Kinn", mas eles haviam superado isso há um tempo atrás, tinha sido turbulento e lembrar de toda a angústia que sentiu na época foi de partir o coração (de novo).

Mas tinha passado. Eles estavam namorando e realmente namorando desta vez, como Kim fez questão de enfatizar até que não houvesse dúvidas de suas intenções. E estava sendo bom, namorar não só o ídolo da música Wik, mas também um dos príncipes da máfia e na maioria das vezes "apenas" Kim, o cara bonito e talentoso da faculdade de música, era incrível.

Ele estava sempre atento, respondia a todas as mensagens que mandava (e eram muitas), ainda passava muito tempo ajudando-o a cantar e dançar melhor, e era sempre o primeiro ouvinte de alguma música nova.

"Oh meu Deus. Eu não posso acreditar que estou ouvindo isso." A voz aguda de Pete, misturada com notas de humor, fez seu sangue circular pelo rosto em uma velocidade assustadora.

Ele também não podia acreditar no que estava fazendo. Pedir ajuda para consertar a única parte de seu relacionamento que o deixava desconfortável parecia uma ideia muito boa e saudável até que essa parte fosse a sexual.

Se fosse qualquer outra situação, ele iria pular em Porsche e pedir ajuda ao irmão para resolver o problema. Mas não havia como, sob nenhuma circunstância, ele ir até ele e dizer "Oi, então, eu realmente preciso fazer sexo, você sabe, hormônios e outras coisas, como faço para Kim vir e me foder?"

Não estava em seus planos fazer com que seu irmão tivesse um ataque cardíaco, sem mencionar que Kinn ficaria com tanta raiva e geraria tantos problemas. Foi com planos para evitar que isso acontecesse, que ele chegou naquele momento. Em um telefonema escondido com Pete, o único com quem ele podia contar.

Ele não devia honestidade ao irmão, pois não era mais um subordinado e não mais um parceiro de trabalho. Pete também tinha um contato muito mais direto com o mundo da máfia e conhecia Kim há anos. Além disso, Pete era vaidoso e arrumado como poucos homens. E ainda por cima, ele tinha o cara da máfia para manter.

Chay não poderia pedir alguém mais qualificado e confiável do que Pete para ajudar.

"Pete, estou falando sério! Eu realmente não sei mais o que fazer. Estou começando a pensar que o problema é comigo." Ele mordeu o lábio inferior, exteriorizando o pensamento que mais vinha em sua mente nas primeiras horas da manhã.

E se Kim não o achasse atraente? E se ele fosse muito magro? Torto em algum lugar que ele nunca tinha notado antes? Se ele cheirava mal? Deus, ele se jogaria de uma ponte se cheirasse mal por tanto tempo e ninguém lhe dissesse.

"Ok, não, Chay, você é muito bonito. Duvido que seja esse o problema." Sua voz exalava sinceridade, mas com todo o respeito a ele, não era a opinião de Pete que o mantinha acordado à noite.

Operação: Primeira VezOnde histórias criam vida. Descubra agora