Nunca um desconhecido completamente desmaiado...

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Era só mais um dia comum na vida monótona de Allan. De aulas e projetos em grupo até a forma como prendera seus cabelos negros e lisos, tudo parecia extamente igual a todos os seus outros dias. Almoçou na cantina da própria faculdade e seguiu direto para seu trabalho de meio período, em uma lojinha de conveniência que ficava a algumas quadras de sua casa. Conseguiu o emprego por meio de um veterano do curso de computação alguns semestres atrás, o que havia sido uma mão na roda na sua tentativa de morar sozinho na cidade grande longe da casa de seus pais.

Olhando novamente para o relógio, que já marcava para além das oito e quarenta da noite, Allan recostou sua cabeça em suas mãos com pesar. Do lado de fora, um cliente inconveniente parecia competir consigo mesmo para decidir quem beberia mais, e não era possível dizer se ele estava ganhando ou perdendo. O homem não parecia ser um morador de rua, nem um dependente químico. Estava vestindo roupas de grife e portava as chaves de um carro importado em suas mãos quando entrou para comprar as bebidas.

Em mais uma tentativa, Allan juntou forças e paciência para sair da loja e pedir que o cliente se retirasse. O bêbado mais uma vez tentou oferecer dinheiro para que ele mantivesse a loja aberta, mas aquela quantia já havia deixado de ser suficiente para o vendedor há alguns minutos, quando sua vontade de ir pra casa tinha ultrapassado o tamanho de suas dívidas. Depois de muita insistência, o cliente se convenceu a sair da loja, mas não sem antes comprar mais três latinhas de cerveja para tomar no caminho.

Allan estava exausto do dia cansativo. Ajeitou tudo que precisava e fechou a loja o mais rápido possível.

No caminho de casa, notou alguém deitado perto de um poste. Preocupado, aproximou-se para checar se a pessoa precisava de ajuda e, para a sua surpresa, deparou-se mais uma vez com o cliente insistente de minutos atrás.

Agora sim, a situação daquele homem não parecia muito boa. Suas roupas estavam cobertas de vômito, seu cabelo loiros estava extremamente bagunçado e seus olhos inchados de um possível choro. Provavelmente estava tão bêbado que não seria capaz de se levantar pelas próximas horas. Não que aquilo fosse um problema de Allan, mas seu lado bonzinho não permitia que ele deixasse uma pessoa tão vulnerável assim no meio da rua. Depois de repensar a situação e suspirar profundamente algumas vezes, Allan levantou o homem e o arrastou até sua casa, já que ele era muito pesado para ser carregado até lá.

Allan havia conseguido um pequeno apartamento assim que chegou à cidade, há dois anos. Não era muito, mas ele possuía uma pequena sala, uma cozinha, um quarto com banheiro e uma área de serviço. Assim que entrou, largou o estranho no sofá e parou para recuperar um pouco do fôlego, pensando o que deveria fazer em seguida. Depois de decidir que seria uma boa ideia trocar as roupas do homem, pegou um pijama antigo que não usava mais em seu quarto e deparou-se com o desafio de despir alguém sem a colaboração da outra parte. Já havia trocado seus irmãozinhos antes, até mesmo seu ex namorado uma vez, mas nunca um estranho daquele tamanho e completamente desmaiado.

Depois de muito esforço e alguns palavrões, Allan apoiou a cabeça do homem vitoriosamente vestido em um travesseiro e o cobriu com um cobertor leve devido ao calor. A imagem era até um pouco cômica, considerando que suas roupas pareciam roupas de bebê quando usadas pelo estranho, e Allan se permitiu rir por alguns segundos, seguindo finalmente para cuidar de si mesmo após o dia pesado. Tomou um banho quente e demorado, deitou-se em sua cama e apagou quase que imediatamente de tão cansado que estava.

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E esse foi o primeiro cap de Todas as Rosas, espero que vocês tenham gostado ^^

Vou seguir com os avisos que comecei no prologo da semana passada.

A frequência de atualizações vai ser de duas em duas semanas, provavelmente toda quarta, mas dei uma atrasadinha essas semana kkk.

Nesse livro, vou fazer algumas referencias sutis a cultura pop, mas não vou utilizar do nome pois papai não tem dinheiro pra pagar direitos autorais.

A história se passa inicialmente no Brasil, caso vocês estejam perdidos, mas eu não vou explicitar qual parte do país ela acontece, então se sintam livres para teorizar.

É isso por hoje, bbs! Até o próximo capítulo❤

Todas As Rosas Que Plantei Pra Você Onde histórias criam vida. Descubra agora