The Game Is On Again

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A campainha soa, e a porta logo se abre.

Minha respiração se prende na garganta.

Depois de semanas procurando, ali está ela.

Hope está usando um shorts cinza, quase imperceptível pela regata de cor azul, tamanhos maior do que ela normalmente usa. O tecido é fino, quase que transparente; se eu o tocasse sentiria a suavidade em meus dedos. A roupa termina no meio de suas coxas. E por fim, ela está descalça.

Por um momento esqueço o porquê de eu ter vindo, eu, perdida na casualidade da situação.

Isso tudo poderia ser tão diferente. Isso poderia ser eu, anos depois de me formar, visitando Hope em sua casa numa tarde qualquer de uma semana qualquer, trazendo os ingredientes para um jantar entre amigas. Lizzie poderia estar comigo, até mesmo MG.

Mas ao olhar em seus olhos percebo o quão longe estou da realidade: a garota me fita com tanta indiferença que eu faço questão de devolver a mesma expressão cruel, ou pelo menos tento. Não tenho a habilidade Mikaelson de ser totalmente impassível à todo momento.

"Você precisa praticar mais seus métodos de busca, pude sentir o feitiço que colocou em mim semanas atrás," Hope me disse, um tom humorístico apimentado na ponta de sua língua.

Ela sabe o que faz comigo, e sabe exatamente como me magoar. Ela sempre soube.

Aperto a sacola de compras contra meu peito e respiro fundo.

"Se você fosse qualquer outra pessoa eu saberia que veio aqui para me matar, sequestrar, ou sei lá. Mas já que é você, vou cortar toda a cerimônia e ser direta," Hope continuou, se aproximou mais de mim e soltou da maçaneta. Eu não temo ela, e eu sei disso, mas mesmo assim não consigo impedir que minha garganta feche. "Eu não vou voltar." Ela finaliza.

Okay, certo, eu também sei disso. Assinto para ela, dizendo, "eu sei." Dando um passo para frente, consigo ver o sangue em suas íris azuis; a crueldade que uma Hope com humanidade não conseguiria ter. De relance lembro-me das fotos de Klaus Mikaelson, presentes nos livros de história de Salvatore, e de toda maldade que ele foi capaz de fazer. "Na verdade, vim te cozinhar o jantar." E assim, passo pela Hope, entrando na casa.

Finalmente, longe dela, minha respiração volta a funcionar. Mas ainda sinto sua presença atrás de mim.

Sua figura, agora em seu máximo potencial, é imponente, poderosa, que exala magia. Meus pelos se arrepiam, e percebo que não é a mesma sensação que eu tinha antes dela virar tríbrida.

Tudo mudou, absolutamente tudo.

Merda.

Tento focar nos meus arredores, absorvendo o quanto consigo. É uma mansão, claro. Grande demais para uma garota de dezoito anos. As paredes são altas e brancas, o chão é de mármore. As janelas enormes com moldura de madeira estão cobertas pelas cortinas perfeitamente bordadas, cada uma possuindo diferentes tipos de desenhos e padrões.

Não é bem o tipo de decoração que eu imaginava a Hope tendo em sua casa quando terminasse o colégio e fosse morar sozinha. Então, onde está o dono dessa casa? Ela o matou? O prendeu?

Tenho minha resposta quando olho para o fim do corredor.

Que porra é essa.

Um velho. Seus cabelos grisalhos estão bagunçados, o suor fazendo os cachos prenderem-se na testa de uma face totalmente estóica. Seus olhos não tem resquício de vida; sua pele está pálida, e há sangue cobrindo cada centímetro de seu pijama. E uma mordida feroz em seu pescoço — mas não daquelas que você vê em filmes, não, é uma que, se eu não soubesse da existência de vampiros, eu diria que foi um urso que a fez.

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⏰ Última atualização: Jul 25, 2022 ⏰

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