505 | shuji hanma

Capítulo Único

Aconteceu de novo, Hanma e Shina estão namorando a exatamente um ano, eles sairiam para um jantar romântico e teriam uma noite inteira a disposição deles.

Isso aconteceria de verdade, se não fosse Kisaki ligando pra Hanma de última hora e o namorado da garota desmarcando o compromisso.

Shina tinha orquestrado para que tudo saísse perfeitamente, já estava pronta quando o namorado mandou mensagem.

"Kisaki me ligou e disse que aconteceu uma emergência, Rainha. Podemos marcar pra outro dia?♡"

A mulher nunca teve tantos mistos de sentimentos em um momento só. Estava com raiva, triste, frustrada e tudo mais o que pudesse sentir naquele momento.

Enquanto estava com seu vestido vermelho longo e os saltos que não se deu ao trabalho de tirar, estava com um pote de sorvete e mexendo no celular.

Ela não poderia continuar deixando Hanma a deixar pra segundo plano toda vez que Kisaki ligasse. Isso aconteceu diversas vezes, em seu aniversário, no aniversário dele, até quando fez um ano desde quando eles se conheceram.

Shina marcava algo e nunca dava, ela começava a achar que era intensional, que talvez seu namorado não quisesse sair com ela e que Kisaki talvez fosse uma companhia melhor do que ela.

— Cheguei, minha rainha. — Hanma chegou sorridente até ver a feição da mulher por quem é apaixonado. — Amor, era importante.

— Eu sei que era importante, sempre é. Porra, nós nunca vamos ter um dia nos dois?

— Nos podemos marcar pra outro dia...

— Não podemos, Hanma. — O homem soube que a amada estava realmente chateada quando ela o chamou pelo nome. — Nós sabemos muito bem que você vai comentar do nosso próximo encontro com Kisaki e no dia vai surgir algum puta imprevisto, é sempre assim.

— E o que quer fazer sobre isso?

— Tem algo a fazer? Kisaki sempre vai ser sua prioridade, iríamos comemorar meu aniversário, Kisaki ligou; no seu também e sempre é assim. Você sempre vai escolher ir atrás dele.

— Pare e ouça o que você está dizendo, até parece que você não esperava por isso.

— Eu realmente não esperava, eu esperava que você viesse me buscar na porta no meu apartamento, com um carro chique e iríamos até o restaurante, iríamos jantar e nós divertir e chegaríamos em casa e iríamos passar a noite inteira juntos, era isso que eu esperava, não que você me mandasse uma mensagem de texto, quinze minutos antes do horário que iríamos sair e depois sumisse.

— Rainha, vamos parar de brigar, por favor?

— Não dá, Hanma. Isso é tão cansativo. Eu te amo tanto mas essa sua serventia cega ao Kisaki é demais pra eu aguentar.

— E por que está aguentando? Eu devo ser um esforço pra caralho pra você mesmo, então por que ainda está aqui?

— Por que eu te amo, mas amor não é tudo.

— Eu também te amo, e você sabe como eu fico quando você chora, mas eu vou escolher o Kisaki.

— Eu sei que vai escolher ele, na verdade eu ficaria surpresa se não escolhesse. Eu sempre pensei que ele estava sobrando no nosso relacionamento, mas cheguei a conclusão de que sou eu sobrando no relacionamento de vocês.

— Eu nunca quis fazer você se sentir assim, querida.

— Nós nunca deveríamos ter saído do 505.

505 foi o número do quarto de hotel em que os dois estavam quando o pedido de namoro foi feito, quando Shina ainda era da Valhalla e quando ocorreram um dos melhores momentos no relacionamento dos dois.

O quarto 505 foi o lugar onde eles estavam 365 dias atrás, apaixonados e encantados um pelo outro, mesmo que o encanto nunca tenha acabado e eles se amem tanto, tudo mudou.

— Kisaki diz que nunca deveríamos ter nos conhecido.

— Você liga pro que ele diz, não eu. Em minha imaginação ainda estamos naquele quarto sem todos esses problemas.

— Somos nós que criamos nossos próprios conflitos.

— Você conhece bem quem realmente cria nossos conflitos.

— Por que você sempre joga a culpa nele?

— Porque é culpa dele! — A garota exclama indignada. — Não fiquei agindo como se não, você não é burro só não quer admitir que o Kisaki me odeia e faz de tudo pra você me deixar.

— Ele deve estar sorrindo vitorioso agora, então. — Hanma disse ríspido. — Ele está conseguindo.

— Eu sei que está, mas não se esqueça de quem foi a pessoa que esteve ao seu lado.

— Não consigo esquecer de Kisaki.

— Então acho que você e sua ingratidão deveriam namorar com ele, vocês já passam bastante tempo juntos, devem estar apaixonados.

— Para de falar merda.

— Você que começou. — Shina se levantou, encarando os olhos de Hanma. — Quem esteve aqui quando você levou um tiro pra proteger o Kisaki? Quem esteve aqui quando você tava tão fodido da cabeça que quase me matou por confundir os estouros da pipoca com tiros? Foi o Kisaki?

— Não sabia que o brinde da sua ajuda era esse esculacho.

— Você está certo, foi o Kisaki que sempre esteve ao seu lado, eu sou só a puta com quem você se diverte, Kisaki é a sua pessoa, não? — Ela riu com o humor ácido.

— Pare de tirar palavras da minha boca!

— Não são as palavras, Hanma, são as ações. Esse é o único jeito de interpretar o jeito que você age, se Kisaki te ligasse nesse instante falando pra você ir pro outro lado da cidade, eu teria que guardar a minha indignação e você iria fazer o que Kisaki mandar. Ser a cachorra do Tetta não cansa não?

Os olhos dos dois brilhavam de raiva, Hanma agarrou com força a mandíbula de Shina.

— Nunca mais ouse falar que eu sou a cachorra de alguém. — Ele disse seco.

— Nunca mais ouse entrar na minha casa ou na vida novamente.

— Como é?

— Tudo o que tínhamos se foi, Hanma. Eu estou terminando com você.

— É sério que vamos terminar por que eu não pude ir em um jantar de merda?

— É seríssimo.

— É isso que você chama de estar apaixonada?

Shina riu amargamente.

— Olha pra mim querido, eu mereço alguém que me trate como uma rainha, não que só me chame assim, e do jeito que você age comigo, parece que eu não sou "sua rainha".

— E eu nunca fui seu rei.

— Você já foi o reino inteiro pra mim.