「 British boy - JaySun 」

I - Garoto problema

Era segunda-feira, e lá estava ele matando aula nos corredores.

Estava mais calmo do que o comum, talvez por estar no início do dia depois de um longo período de férias. Com um lápis na mão, desenhava novas peças de roupas para a nova linha que seu irmão lançaria. Sinceramente, ele adorava ajudar seu irmão mais velho em seu trabalho e sonhava em seguir sua profissão como estilista.

-E aí, Jay Jay! Quanto tempo! Fazendo suas coisas de viadinho de novo?! - um outro garoto chegou. Ele tinha cabelo loiro e olhos azuis, era alto e pálido como um fantasma. Aquele era Elliot Armstrong, um moleque extremamente babaca, mas com a merda de um rosto lindo.

-Olá, seu merda ambulante, estou fazendo minhas "coisas de viadinho". Agora você poderia fazer o favor de não estragar o meu dia que estava ótimo até você chegar?

Ele era estudante num colégio britânico, cheio de imbecis mimados e arrogantes. Seu único motivo para continuar nele era o fato de seu pai obrigá-lo a estudar lá. O seu progenitor era só mais um pedante que queria mostrar a quantidade absurda de dinheiro que tinha, e a escola mais cara na região onde moravam era essa, a britânica.

Não que fosse uma escola ruim, pelo contrário. O ensino era ótimo, os professores também. Mas eram todos muito rígidos e quadrados. Jay não.

Ele queria se divertir, mas estudando num lugar como aquele era complicado. Britânicos são chatos de mais, em seu ponto de vista. Ele já vivia num lugar conservador como a Coreia, e ainda teria que aturar todo aquele preconceito na escola. Era sufocante.

A única coisa que o animava eram seus amigos. Alguns deles não estudavam mais lá, como Heeseung e Jake, mas boa parte continuava ali, pois suas situações eram parecidas com a dele.

-Lamento, mas a minha única diversão neste lugar é estragar seus dias perfeitos.

Sem muita demora, Jay se levantou com fúria e partiu para cima do outro, dando-lhe um soco bem em sua boca, fazendo escorrer sangue de sua gengiva devido aos anéis que o Park tinha nos longos dedos.

-QUE PORRA... - o inglês começou, mas sua fala foi cortada com o anúncio na voz da diretora correndo pela escola.

-Park Jay, por favor comparecer à diretoria - escutou das caixas de som do corretor.

Que surpresa.

[...]

Não era a primeira vez que aparecia ali, e também não seria a última.

Sempre arranjava um jeito de parar naquela sala, mesmo que não fosse sua intenção. Normalmente algum aluno enxerido ia procurá-lo e, quando o encontrava, denunciava suas ações para algum adulto e ele era chamado para aquela sala, novamente.

Ele não tinha culpa das aulas serem tão chatas.

-Park Jay, poderia fazer o favor de se explicar, novamente? - a mulher de olhos verdes perguntou, sem nem uma migalha de paciência.

-Não.

-Pois então acho que devo comunicar seus pais sobre suas ações.

Seus olhos de cor escura viraram e sua boca estalou, impaciente como sempre.

-Você sabe mais do que ninguém que comunicar meus pais não vai adiantar de nada.

-E como eu sei... - resmungou a Sra. Davies - Sendo assim, você ficará até mais tarde para organizar a biblioteca do primeiro andar. Espero te ver hoje a tarde, agora vá e pare de me encher o saco.

E, com um sorriso, ele se levantou e saiu, fazendo questão de deixar a porta inteiramente aberta.

[...]