Eu amava meu namorado, Kaleb, éramos tão diferentes, mas tão juntos, nós éramos almas gêmeas como diziam na época, éramos perfeitos um para o outro, não havia amor maior do que o nosso, era inexplicável a sensação de quando estávamos juntos, era como se todos os cometas e asteróides se alinhassem para o nosso encontro, éramos como a lua e o sol, eu era completamente apaixonado nele, éramos completamente o casal mais perfeito desse universo inteiro, mas como sempre, fomos alvos de críticas como "vocês são dois machos, deveriam ter uma fêmea para vocês" e coisas desse tipo, de primeira nós não nos importavamos, até porque nosso amor era maior que qualquer tipo de inveja alheia, mas, tudo desabou, me levaram para longe de meu leb' e fui castigado por ter um amante homem e não uma mulher, isso era pecado e deus não gostava disso, diziam os pastores da igreja enquanto me chicotiavam até meus calcanhares estivessem em carne viva, eu nunca me arrependi de ter o amado intensamente, e nunca sentirá arrependimento da nossa paixão.
Eu aguentei por muito tempo esse sofrimento, foram anos e anos, várias revoluções e nenhuma fazia benéfico a mim e nem a meu kaleb, mesmo separados, nos falavamos por cartas, a entrega demorava muito por causa que ninguém poderia saber de nosso relacionamento, então as cartas eram praticamente entregadas a cada 3 meses, 3 meses sem notícia de meu amado era agoniante, sem notícias atualizadas só antigas e nunca estava sabendo como ele se sentia.
Na última chicotada, o padre puxou meus cabelos até o o cós dele e me perguntou "você ainda é um pecador?" e eu respondi francamente e já sem forças de vida "sim, eu sou um pecador" e assim voltou meu sofrimento, com mais 200 chicotadas em meu corpo, como se desse jeito eu iria aprender a parar de amar minha luz, eu morreria mas nunca iria falar que me arrependo de meus "pecados" exuberantes que nem são considerados pecados, eu prometi a mim mesmo que iria aguentar até o fim, e eu aguentei.
Com meu corpo totalmente machucado em carne viva, eu já estava sem força nenhuma nem para falar e sentir dor, eu só estava aceitando meu destino até eu escutar vozes, vozes essas que falavam sobre uma maneira de fugir e encontrar meu raio de sol, era matando um dos padres, então assim eu fiz, peguei todas as forças que me restavam para levantar, pegar uma adaga que estava no chão, usada para me cortar, e esperei silenciosamente atrás da porta pelo padre Alf, quando ele passou pela porta, logo o ataquei enfiando a adaga nos olhos dele e em sua garganta, como as vozes haviam me conselhado, assim então peguei sua carne e a cortei do jeito que ele me cortava, não é bom sentir o gosto de seu próprio veneno?
Coberto de sangue e só com uma folinha entre minhas pernas, peguei suas roupas e com muito esforço as coloquei e sai daquele inferno, percebendo a reação de vários padres presentes no local, logo tentaram me agarrar mas não sei que força eu tive, mas eu consegui lidar com os 4 padres sozinho com alguma energia envolvida comigo, será que seria as vozes me ajudando fisicamente? Por que estava me sentindo totalmente novo e forte, não mudaria isso de uma para outra sem algum guia.
Logo, subi no carrinho mais próximo e obriguei o motorista a me levar até o rio Hast, que tinha divisa entre a cidade dos condenados e as cidade dos salvos, onde meu mundo estava, sem mim, então a caminhada foi longa, muito longa.
— Eu não irei te machucar, abaixa isso por favor — o homem dizia com um tom calmo e dócil, ele não parecia ser mais um deles então abaixei minha adaga e o deixei falando — eu te entendo, eles são bem babacas com certas pessoas, entendo seu ódio, você virou um escravo deles, eu virei o brinquedo deles, eu também sou um de você, que gosta do mesmo gênero.
— Você gosta? — minha feição parecia um pouco incrédula, eu não estava acreditando que aquele homem também foi uma vítima daqueles padres — mas se você dirige, por que simplesmente você não vai embora sem ninguém ver?
— Meu bem, eles me vigiam toda hora, é quase impossível de escapar daqui.
— Nós podemos distrair eles e irmos embora.
— Vai ser impossível, nesse seu estado e o meu que não é muito agradável — ele diz olhando para sua perna direita, que infelizmente não estava mais lá — mas por você eu irei tentar, você parece que é bem resistente, aguentou mais de 1000 chicotadas deles sem morrer, meu esposo morreu com as chicotadas fortes, foi trágico ver ele sofrer enquanto implorava para parar e eles nunca pararam de verdade, eles são muito desumanos, eles se tratam como se fossem importantes mas eles não são de nada, eles só falam um monte de nada, eles só se importam em tirar as riquezas do povo pobre para ostentar pelas outras cidades, isso é hipocritamente hipocrisia e desigualdade abusrda, eles vivem falando que se você não der mais que a metade de seu patrimônio você vai ser mandado para o inferno, eu já vi centenas de famílias passando fome por quê deram todas suas riquezas que já não eram muitas para a igreja e a igreja jogou eles fora, pro lado e foi procurar de outras pessoas idiotas.
— Eles são bem injustos mesmo, não tem como não negar.
— Eles são uns bobalhões — ele dá uma leve risada e logo se introduz a outro assunto — como seu namorado é? Vocês se comunicam?
— A gente se comunicava por cartas mas elas demoravam muito parar chegar então nunca era uma notícia dele totalmente atualizada, era de meses atrás, e eu espero que ele esteja bem, já faz 8 meses que ele não manda nada, estou preocupado com ele, eu só aguentei tudo que eu passei por causa dele, ele é minha esperança nesse mundo que já não tem nenhuma esperança.
— Você parece o amar bastante, eu queria ter amado o bastante meu amor, mas não consegui me expressar o máximo possível para demonstrar que ele era minha única vontade de viver naquele caos e guerras.
— Eu entendo.
Depois de algumas paradas para fazer as necessidades e comer um pouco, finalmente chegamos ao rio Hast e nos deparamos de longe com guardas.
— Não dá, tem guardas armados lá na frente, a gente vai morrer se formos para lá — dizia kim com uma face de seriedade e de preocupação.
— Não se nós não fossemos nadando de uma divisa para outra, eles não vão nos ver debaixo da água, só fora da água.
— Tá, isso foi esperto mas você sabe nadar?
— Sei bem mais ou menos, mas eu consigo me controlar na água.
— Então vamos.
Assim, nós largamos o carrinho no meio da cidade e fomos pelo matagal até chegarmos no rio e entramos correndo sem ninguém nos vendo, nosso plano estava funcionando mas estávamos despreparados, a água era extremamente gelada, mas nós aguentamos nadar de pouco em pouco até chegar no meu limite.
— Kim...eu não sei se vou aguentar mais um segundo nessa água... — minha voz já estava desgastada e meu corpo era trêmulo, não conseguia mover um músculo sequer sem começar a doer tudo.
— Você vai conseguir eythan, tenha fé, estamos quase chegando!!
— Eu não...
Foi assim que eu apaguei e comecei a descer a dentro da água, totalmente apagado e parecia como um morto, meu corpo não estava mais aguentando ficar vivo então meu cérebro estava parando, meu coração começou a bater extremamente lento, eu estava vendo a morte em meus olhos, eu estava prestes a morrer, eu queria me mexer para subir mas eu não conseguia, a água era densa demais para mim, eu só estava paralisado esperando minha morte enquanto meu cérebro estava morrendo lentamente, só se passava momentos da minha vida com meu amor, eram tão lindos se não tivessem essa crueldade com nós, teríamos ter nos casado. Agora eu estou morrendo e não vou poder ver minha luz de novo, já que vou morrer, pelo menos cumpri minha promessa.
eu morri...e foi com orgulho de ser quem eu fui, um "pecador" que amou sua vida até o fim, até que a morte nos separe, minha luz.
— E assim foi o fim da minha história.
— Eu achei bem bonita na verdade Jimin, ficou bem legal e usou bem as palavras.
— Obrigado professor.
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Cisne Negro | JIKOOK
RomanceHá séculos atrás, havia um casal tão juntos e perfeitos que pareciam almas gêmeas, tinham tudo para viverem felizes para sempre, mas na época, era errado casais homossexuais, ou seja, o casal foi separado, depois de muita angústia e sofrimento, pude...