Seus olhos estavam semicerrados, os meus acompanham o seu movimento lento, eles fecham lentamente e a cada instante que eu mais desejo que isso aconteça, mais meu peito tende a arder, mais meus lábios parecem secos, mais eu tenho a sensação de precisar disso para sentir como é viver uma segunda vez.
A angustia é arrancada a cada centímetro que diminui o espaço entre nós, antes de poder fechar completamente os meus olhos, eu consigo ver o vermelho de suas bochechas, o sangue que corre em seu rosto e a sombra dada a luz fraca que acompanha.
Emy, não sei quando você teve tempo para me fazer sentir essas sensações, sei que mal nos conhecemos... mas se eu te prometer a liberdade... seria tão ruim desfruta-la comigo?
Eu sinto então, uma parcela de vida voltar a minha realidade. Eu sinto o toque dos seus lábios contra os meus. Um contato quente que lentamente se transforma em um selinho demorado e logo em um beijo calmo, como se fosse uma dança, como se estivéssemos preservando a pureza do momento e estivéssemos em uma bolha na qual o tempo não passa.
Eu sinto os seus lábios molhados contra os meus em uma última vez, eu não sei se isso é certo, se eu deveria sentir isso, se eu devia fazer isso com ela. Ela é algo maior, algo que tem de ser preservado. Eu a jurei não prender aqui, jurei acabar com esse noivado de mentira mas, se um dia eu pudesse conquistar esse beijo durante todos os dias da eternidade... não... isso seria egoísta, eu sou incapaz de feri-la, ainda mais sabendo de suas vontades.
Emy: Peter... Ahh, droga... O que- O que foi isso...?
Sua voz quase não saiu, ela sussurrou de uma forma delicada, impossível decifrar se teve uma parte sua decepcionada ou triste com isso. Meus olhos abrem lentamente e se encontram com seus pequenos olhos verdes que permanecem semicerrados e revezam entre olhar meus olhos e olhar minha boca, eu não sei como eu devia reagir ao certo... afinal tem forma de certa de reagir a um beijo? Fazia décadas que eu não encostava meus lábios contra o de outra pessoa.
Peter: Isso está certo?
Eu sussurrei baixinho, meu hálito gelado a fez sentir um frio na espinha. Eu pude ver no seu olhar, que ela permanecia tão perdida quanto eu. Era a hora de parar, isso podia chateá-la e-
Eu sinto novamente a mesma sensação, ela colou mais uma vez em um movimento mais rápido os nossos lábios, me libertando de qualquer outra duvida. Ela queria e sentia aquilo tanto quanto eu... então, eu me entreguei para aquele beijo, que de alguma forma me fazia sentir vivo, me fazia sentir arder, fazia com que meu coração palpitasse.
Nos separamos, agora de verdade. Suas mãos pousam sobre meus ombros e me afastam devagar. Eu abro meus olhos e ela também, ela procura respostas através do meu olhar e eu através do seu.
Emy: Você por acaso... está usando poderes para me seduzir...?
Ela sussurrou e me olhou triste, ela deve achar que eu estou tentando fazer esse casamento acontecer usando meus poderes para seduzi-la. Não... eu nunca faria isso com alguém, muito menos ela.
Peter: Não Emy, eu não pretendo seduzi-la.
Emy: É verdade? Não está realmente querendo que o casamento aconteça, certo?
Seu olhar continuava firmemente triste, seus olhos brilharam e começaram a formar pequenos oceanos, prestes a desabar pelo seu rosto. Suas mãos apertaram levemente meus ombros, como se suplicasse que eu não estivesse mentindo.
Peter: Emy, eu te fiz uma promessa. Eu não sei em que momento nós nos entregamos a esse beijo mas saiba que jamais serei capaz de tentar seduzi-la, se um dia você estiver disposta a de alguma maneira se apaixonar por mim, terá sido sobre o que você me conhece.
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Is it love? Peter - "𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐈𝐀𝐍𝐈𝐒𝐓𝐀"
VampireCom o passar dos anos, alguns casos de reprodução de seres sobrenaturais foram registrados e com isso alguns costumes desses que vivem a seculos voltaram ao mundo atual, um em especifico é: Arranjar um casamento a filha. Emy, uma humana fruto do a...