T3 C5: Dentro.

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02:12 PM.

Bruna finalmente acorda depois de horas apagada desde a colisão na estrada. Com a visão ainda turva e as dores presentes pelo corpo, ela analisa o ambiente. Está em um quarto de paredes brancas. A sua esquerda há uma janela por onde a claridade passa pela fresta da cortina. Em frente a cama tem um armário de madeira e no lado esquerdo uma mesinha com um abajur aceso. Percebe logo de cara que seu pulso direito está algemado a cabeceira da cama e tem a atenção desviada para a mulher que adentra o cômodo: alta, cabelos longos e escuros, a vestimenta predominantemente de cor branca entrega que é alguém ligado a área da saúde.

— Que bom que acordou. - ela diz parando próxima à cama segurando a prancheta.

— Onde eu tô? - Bruna questiona, ainda grogue por conta do efeito dos remédios.

— Infelizmente não tenho permissão para dizer.

— Por que?

— Ordens. - a mulher diz com uma careta.

— Então mande alguém vir aqui e me soltar agora. Eu vou embora. - Bruna ordena e tenta se sentar, mas a dor na altura das costelas a faz desistir.

— Não é uma boa ideia. - a mulher fala após uma rápida verificada no prontuário. — Além dos cinco pontos na testa, - Bruna leva a mão imediatamente a região e percebe o curativo acima da sobrancelha esquerda. — sofreu um trauma nas costelas. Teve muita sorte em não ter fraturado nenhuma.

— Meu amigo. - Bruna lembra de Fred como se uma luz acabasse de iluminar sua mente. — Onde ele está?

— Não tenho permissão para falar sobre isso também.

— Que porcaria você tem permissão para falar? - a pergunta da jovem soa autoritária.

A mulher de aperentes quarenta anos manea a cabeça em negação e tenta disfarçar falhamente o sorriso.

— Falei alguma coisa engraçada? - Bruna questiona encarando sua interlocutora, seriamente.

— É que eu também tinha esquecido de mencionar que você teve uma concussão. - responde adicionando a informação ao prontuário da paciente. — Bateu a cabeça com força, então se tiver algum lapso de memória ou confusão mental não se preocupe.

— A minha única preocupação agora é saber que lugar do inferno é esse e porque estou algemada. - Bruna balança a mão direita provocando o som metálico oriundo do atrito entre a algema e a cama.

— Virão conversar com você em breve. - a mulher diz caminhando em direção a porta. — E só o que eu posso dizer.

Ela sai batendo a porta. Bruna repousa a cabeça no travesseiro e bufa externando a impaciência.

———

Acomodados na mesa nos fundos do trailer, Lance e João discutem o que precisarão fazer para resgatar Samuel enquanto os demais permanecem no corredor, atentos ao trajeto.

— Não vamos conseguir chegar antes de Bruna e Cesar. - João diz.

— Como eu disse, tentei convencê-la a voltar comigo para encontrá-lo, mas ela insistiu em ir direto para lá. - Lance fala.

— Agora já está feito. Precisamos nos preocupar em como vamos fazer a abordagem quando chegarmos lá.

— Pelo que Ketlen relatou, eles têm escoltas pelas estradas próximas ao condomínio. Dificilmente chegaremos sem que eles saibam que estamos a caminho.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora