Lemme Be Freed - l.s

Chapter 1

     ° Caso achem algum errinho, não tenham medo de me avisar.

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A luz que escapa pelas frestas da cortina batem irritantemente em meu rosto, mas a preguiça que tenho é muito maior que a vontade de levantar e fechá-la totalmente.
Quando penso em voltar a dormir meu despertador toca, avisando de que está no horário de me levantar.

Assim que crio coragem para sair das cobertas, vou direto para o banheiro e ignorando totalmente a imagem doente que reflete de mim mesmo.
Sinto que deveria estar na cama ainda, minhas forças parecem se esgotar a cada simples movimento de meu corpo, abrir os olhos é difícil, levantar os braços e repetir os movimentos com a escova me dão um cansaço imenso.

Depois de sair do banheiro, vou direto em direção ao meu guarda roupa e pegar meu uniforme. Enquanto me troco olho minha imagem no espelho e consigo entender o motivo de meu cansaço, estou gordo, meu rosto está enorme, meu uniforme marca meus quilos a mais. Saio da frente do espelho para não ter que olhar o quão feio estou, prefiro não pensar nos olhares enojados que recebo todos os dias, seja no metrô ou até mesmo na escola.

Com tudo pronto e devidamente arrumado, ressaltando um pouco da demora de organizar tudo, devido ao meu cansaço, alcanço o livro que comprei semana na passada – mesmo não fazendo muito tempo já estou em suas últimas páginas – pego junto o dinheiro que juntei das mesadas ganhas de minha mãe para comprar o segundo livro da trilogia, e saio do quarto. Não sentindo fome, ando direto pelo corredor que dá na cozinha sem nem olhar para o seu interior, não queria ter que sentir os olhares de preocupação desnecessários de minha mãe.

Quando chego na estação procuro um lugar mais perto do embarque, porque sei que sou pequeno e muitas pessoas com pressa não me enxergam. Após achar um banquinho pego o livro de dentro da bolsa, por mais entretido que eu estivesse estava atento a tudo. Prestando muita atenção, escutei a voz do grupo de garotos que mais me deixava ansioso e com vontade de sumir, Liam Payne, tinha quase certeza que ele era o mais assustador daquele grupo. Tento me camuflar no meio das pessoas, mas sei que demorei porque senti aqueles olhos frios em mim. Eu não era nenhum religioso, mas talvez tenha pedido para qualquer divindade para que eles não viessem até onde eu estava, mas acho que nenhum dos deuses estava ao meu lado, já que no momento em que iria virar meu rosto para saber se ainda estavam lá, Liam apareceu ao meu lado junto de seus amigos que ficaram à minha volta.

– Olha só o que temos aqui, Harry Styles não é? Ou melhor, a fadinha do primeiro ano – assim que aquele apelido saiu por seus lábios senti meus olhos lacrimejarem, mas me segurei, não iria chorar na frente deles – Não sei se sabe, mas deve se comprimentar quando alguém fala com você fadinha – seus olhos pareceram ficar mais escuros e assustadores do que antes, estava muito ansioso para sequer pensar em respondê-lo – Façamos assim garotinho, você irá entrar nesse metrô e ficar naquele canto e nem ouse contestar tudo bem? - não tive nem tempo de raciocinar o que me foi dito, já que Liam e seus amigos começaram a me empurrar para dentro.

Eu esperava que hoje não passasse dessa abordagem, ainda não tinha me recuperado dos socos que recebi de Niall e Zayn. Aquele dia estaria marcado em minha mente para sempre, por causa de não ter trazido todo o valor que me pediram – lê-se obrigado – a emprestá-los, apanhei tanto que quase não consegui voltar para casa.

O resto do tempo que passamos no trem os garotos olhavam para mim, sempre rindo de meu corpo, mas não é como se eu não soubesse. Assim que chegamos em frente a escola, Liam graças a deus me deixou em paz, não que eu esteja reclamando, qualquer momento longe deles é maravilhoso. Não preciso de mais alguém além de mim para depreciar o Harry Styles num todo, sei que não estou errado em nenhum ponto.

Criando coragem para passar pelos portões da escola, respiro fundo e coloco minha melhor cara de indiferença e sigo direto para meu armário, mas quando chego lá não tenho nenhum pouco de surpresa com o que encontro, há papéis colados com xingamentos e "piadas" sobre mim, ignoro todos nem me dando ao trabalho de tirá-los de lá, somente abrindo para pegar meus livros tentando fazer o mais rápido para sair de lá logo.
Terminando de colocar meus materiais na mochila e fechar o armário me viro para ir embora mas alguém me impede entrando em minha frente.

– Olá fadinha, gostou de nossos presentes em seu armário? – por mais que eu soubesse que ele estava somente zombando de mim, o olhei e coloquei um sorriso fechado, não queria chorar e nem iria.

– Se me der licença, eu preciso ir para minha sala, o sinal bateu a alguns minutos e não quero que nenhum inspetor apareça aqui para brigar conosco – tento abrir espaço para ir embora, mas no momento em que vou me mexer sinto uma mão agarrando meu pulso e me puxando para trás.

– Deveria respondê-lo ao invés de se fazer de indiferente, princesa. Tenho certeza que não foi assim que sua mãe o educou.

– Sinto muito por desapontá-lo, mas realmente preciso entrar ou irei perder minha aula, então peço que por favor solte meu braço e me deixe passar.

– Quem voc–

– Senhores, o quê estão fazendo aqui no corredor ainda? O sinal bateu a 10 minutos, e tenho certeza que nenhum de vocês está sem professor em sala.

– Desculpe-nos inspetora Gemma, eu estava indo para minha sala mas ele me agarrou e não queria me deixar passar.

– Senhor Luigi, peço que solte Harry e vá para sua sala, o senhor já está bem encrencado comigo, sei que não quer levar mais uma advertência por mau comprimento, não é? – eu gostava muito da inspetora Gemma, já que ela sempre aparecia nesses momentos críticos em que eu estava prestes a ser agredido, tanto físico quanto mentalmente.

Depois desse aviso, Luigi me soltou, mas antes de ir embora me lançou um olhar mortífero, logo indo embora já que Gemma ainda estava ao meu lado.

– Tudo bem Harry? Ainda bem que consegui chegar a tempo meu anjo, esses garotos estão o incomodando muito? Sabe que pode me contar, não sabe? – foram tantas perguntas que não consegui nem raciocinar as primeiras sílabas, mas estava mais calmo já que sabia que pelo menos alguém ali dentro estava ao meu lado – Tudo bem então, vamos Harry, irei levá-lo até sua sala assim seu professor o deixará entrar.

Eu gostava muito quando ela me tratava dessa forma, me sentia segura perto dela, tinha certeza que ela me protegeria de qualquer mal ali dentro independente do que fosse.

Depois do ocorrido, meus horários de aula passaram normal e calmamente, meu estômago roncou um pouco na hora do almoço, mas eu não podia comer, já estava gordo demais e não podia me dar esse luxo. Mas minha barriga doía tanto, então me obriguei a pegar a barra de cereal de dentro da mochila e comi, sentindo meu cérebro trabalhar a todo o vapor calculando quantas calorias eu consumia a cada mordida naquela barrinha. Por mais que eu estivesse me corroendo por dentro e escutando minha mente distorcida me dizendo para colocar o que comi para fora, conti toda essa vontade me levantando e indo em direção à biblioteca, tenho certeza que lá eu terei paz. No meio do caminho entrei Gemma saindo de sua sala, no momento em que virou para mim com um sorriso, no mesmo instante ao olhar para o que havia atrás de mim, seu semblante fechou, mas ao mesmo tempo que ela estava com um óbvio olhar de repreensão havia um mínimo lampejo de medo. E eu não precisava me dar ao trabalho de virar sendo que já sabia quem era, parecia que meu corpo vibrava em alerta como se um predador estivesse ao meu encalço, e a sensação era exatamente essa e a qualquer movimento ele iria me atacar.
Segurei ao máximo minha respiração, tentando não sucumbir ao medo e a vontade de me virar, somente continuei a andar em direção a ela ignorando o indivíduo atrás de mim.

– Aonde pensa que vai, fadinha?
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O primeiro capítulo está pequeno porque estou querendo deixar os acontecimentos mais impactantes para a próxima att, então se gostarem deixem uma estrelinha ou comentem isso incentiva muito qualquer autor;)

Até a próxima ꒰⑅ᵕ༚ᵕ꒱˖♡