te desconhecer.

desconhecer-te. desconhecer-nos.

jimin eu te amei incessantemente, te amei com cada batida descompassada, cada respiração exaltada, cada fala mansa, cada suor grudento, cada olhar de amor. eu te amei com todo meu ser.

ainda te amo, com tudo de mim. meu interior é um universo de estrelas explodindo progressivamente, chamando por teu nome. elas vão da cor mais quente a mais fria em fração de segundos e sucumbem no vasto vácuo, deixando para trás o pó estrelar que cuidadosamente flutua no formato de seu nome.

meu interior é um infinito de constelações explodindo e renascendo, indo à insanidade com a dúvida do porque você nos abandonou. o grupo de estrelas se juntam para formar desenhos de você. esboços de minhas memórias contigo.

gostaria de seguir em frente mas é impossível sem uma máquina do tempo. me diga, se eu pudesse voltar ao passado iria fazê-lo para te desconhecer ou apenas para sentir novamente toda a dor que é te conhecer?

você disse que acima de tudo queria me salvar de ti mas o tempo passou, o sinal já tocou, já estou completamente afogado em seu oceano de emoções, porque talvez seja isso que você não saiba: desconheça teu tudo e nada.

você me disse que tem medo da água, mas já parou para pensar que o temor vem do mar que reside dentro de você?

não estou feliz com sua partida, sou um egoísta e não me importo, prefiro pensar que eu signifiquei para você tudo aquilo que você também significou para mim.

sou poeta e você é o shakespeare de meu romeu, não ficamos juntos, mas você me reinventou, pegou o esboço e transformou em obra final, me deu falas e pensamentos. foi gentil o suficiente para se lembrar de me dar um amor, uma pena que esqueceu de fazê-lo ficar.

mas quem sabe, que em algum momento, em outro universo, por descuido ou por poesia, você goste de ficar.