Capítulo II

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Minha cabeça não parava de funcionar, chegando quase ao ponto de fundir. Eu estava cada vez mais assustada e cada vez mais receosa, com certeza aquele homem, talvez, estaria a me levando para morte e só o simples fato de saber disso me apavorava.

Com minha cabeça baixa eu andava calmamente, mais ou menos a um ou dois metros de distância do homem, o sangue das minhas costas descia pela minha perna até o mesmo secar e só deixar a marca do seu caminho, o chão da vila era de pura areia e terra, não havia estradas de pedras só um pequeno caminho para as carruagens passar.

Pelo canto dos olhos observo as pessoas da vila e bem... A maioria me olhava de forma assustada. E depois olho o lord a minha frente, por um segundo esqueço minha posição de escrava e olho para as costas do homem em questão de segundos

Ombros largos, pescoço levemente bronzeado e belos cabelos pretos eram como uma noite escura e sem estrelas, dando aspectos de um homem mistério e sério. Nunca pude ver muitos homens, mas tenho certeza que ele era uns dos mais bonitos que já vi em toda a minha vida, logo vejo um brilho de luz vermelha, era seus olhos me encarando, senti por um segundo meu corpo e coração parar, eu não conseguia respirar ou me mexer.

Foi assim que seus olhos se encontraram com seus primeira vez, seus olhos eram lindos, vermelho cintilante e forte, sua pupila era do formato de uma cobra, pude perceber outra coisa, suas sobrancelhas grossas e cheias estavam franzidas, foi quando percebi a confusão que havia me metido.

— perdão meu lord eu esqueci minha posição por mínimos segundos!_ me curvo sentindo minhas costas estralar e o sangue da chicotadas voltar a escorrer

— tudo bem_ ele disse e olhou o céu— está anoitecendo vamos dormir e então te levarei você ao seu dono.

Arregalou meus olhos, meu dono?, santo seja, a água para limpar os sapatos do meu dono!! O que eu farei?, irei morrer, eu vou morrer! Tenho que buscar a água! Se eu chegar sem a água ele vai me bater até eu não conseguir sentir meu corpo!

— se acalme escrava!_ ordenou o homem de olhos vermelhos e pupila de cobra—  apenas tenha calma, irei esclarecer os acontecimentos de hoje ao seu dono e ficará tudo bem

Ao ouvir aquilo me forcei a me acalmar, ele não vai me fazer mal, então?_ pensei. Porém o julguei muito cedo.

— não pense que sou bonzinho, apenas não quero minhas mãos sujas de sangue por uma escrava qualquer_ ele volta a andar sem direcionar nenhuma palavra a mim.

Sim, agora eu estava sendo tratada como merecia e como meu status me designa, como uma escrava, nada além disso.

— sim senhor, entendo perfeitamente_ disse a ele e quando o mesmo se afastou o suficiente para não me ver sofrer ao levantar, eu me levanto e logo o sigo.

Isso era definitivamente um jogo de azar, o que eu faria se por um acaso ele me estrupa-se, ali mesmo? Eu não teria escolha a não ser aceitar?, Perdida em meus pensamentos, não pude perceber o Lorde havia parado de andar e eu acabo por trombar em seu grande e esbelto corpo.

Sinto meu corpo congelar novamente, o que faria? Ele vai me bater!, Claro eu toquei em seu corpo sem permissão! o que pode acontecer agora!?.

— não seja tão desatenta_ sua voz grossa e penetrante invade meus ouvidos novamente, depois de sua fala ele me agarra pelo braço e puxa para dentro de uma taverna, sem reclamar eu apenas abaixo a cabeça e talvez por esse motivos não pude perceber exatamente o que acontecia ao meu derredor, mas no que pude perceber e recordar foi muitos homens e mulheres bebendo, cantando, rindo e se divertindo.

Uau, aquilo era mágico e tentador, porém não posso, não posso se quer me imaginar assim, eu era apenas uma escrava no meio de muitos aldeões livres.

O homem de olhos vermelhos me solta e eu fico parada atrás no mesmo esperando uma ordem ou algo da sua parte, ouço o mesmo conversando com alguém, dizendo a "chave" e o "quarto" na mesma frase, estava tentando entender o que o mesmo falava, mas o barulho daquele lugar era tanto que não entendi nenhuma palavra sequer. E quando menos percebi já estava sendo puxada novamente para uma escada que ficava ao canto da taberna e logo quando menos percebo o homem de olhos vermelhos me joga dentro de um quarto simples da taverna.

— Hoje a taberna está lotada_ ele diz e suspira pesado– então teremos que dividir o quarto, espero que não faça nenhuma gracinha.

Era impressionante, pensava, como eu posso me envolver em problemas tão facilmente?. Em primeiro lugar eu estou machucada por ter pecado contra seu senhor e agora estava seguindo um estranho não por livre e espontânea vontade, mas pelo simples fato de não conseguir desobedecer uma ordem.

— sim meu Lorde eu entendi_ me ajoelho no chão virada em sua direção– tem algo que eu possa fazer para o senhor?.

O homem alto me olha um pouco por alguns minutos, o que será que ele estava pensando?, Será que ele quer algo de mim?. Sinto meu coração disparar rapidamente, eu não aguento mais apanhar, o que farei se ele me bater? O merda, o que eu eu faço agora!.

— você presta esses serviços ao seu mestre?_ diz o homem de olhos avermelhados e eu torço o meu nariz, que tipo de serviço ele se referia?.

— De-desculpa_gaguejo– não sei que tipo de serviço você se refere meu senhor, mas vou me esforçar se o senhor me ensinar.

O silêncio reinou naquele quarto o que ele pensava?, Diferente de outros Lords esse eu não conseguia ler pelo tom de voz, isso me assustava e me deixava receosa quanto aquele homem, porém depois de minutos calado o homem solta um pequeno riso de sua parte.

E agora era real, eu não fazia ideia do que se passava em sua cabeça. Oh merda o que eu deveria fazer? Rir junto? Ficar quieta?. Optei pelo básico e o mais sensato, ficar em silêncio e ouvir o que o Lorde tinha a dizer.

— você é uma meretriz?_ pergunta o homem e eu me estremeço, então era desse tipo serviços que ele se referia, o merda eu tinha acabado de entrar em outro problema– você acha que consegue se deitar com alguém neste estado!.

Não! Não era isso que eu me referia, o que eu deveria fazer!, Ele havia entendido tudo errado, eu queria apenas ajudá-lo a se banhar, ou lavar sua roupa suja, assim como se fazem os escravos. Porém... Será que se eu fizesse a sua vontade o mesmo me libertária ou até algo melhor ele me daria algo de comer?.

— senhor, entendo que eu não seja a melhor meretriz que provalmente o senhor tomou para si, mas_ me aproximo cuidadosamente de seus pés e junto as palmas de minhas mãos e começo a esfrega-las em um pedido, talvez falho, de clemência– eu farei o que quiser senhor, se me oferecer comida e um pouco de água, por favor meu senhor.

E novamente o meu amigo silêncio reina no quarto em que estávamos, eu odiava o silêncio, principalmente quando implorava por algo, pois esse silêncio na casa de Sir. Alberto era um estágio da mente onde o mestre pensava se me batia até morrer ou me batia até eu quase morrer.

— está bem_ O lorde de olhos avermelhados fala— você comerá essa noite e eu farei o que quiser com você...

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⏰ Última atualização: Jul 31, 2022 ⏰

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