"casais"

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Near flutuava enquanto Mello reagustava suas próprias pernas entrelaçadas com as suas, dando um ar mais reconfortante e quente do que estava antes. Near gostou, parecia bom. Íntimo era a palavra certa. Os lençóis se agitando com o movimento vagaroso também davam um ar de casualidade para o momento.

— Bom dia, Mello. — Ele disse suavemente, com os olhos ainda fechados.

Mello expressou algo inaudível, abrindo as orbez cerúleos para se acostumar com a luminosidade da manhã que as cortinas não continham. E de repente, os lábios de Mello cobriram os de Near, nada espetaculoso, foi apenas casual — embora Mello ainda não goste de usar dessa palavra com Near —. Nunca, em um bilhão de anos Mello pensou que estaria nessa situação: Deitado, entrelaçado tão habitualmente, com o seu proclamado rival de longo prazo.

De uma maneira familiar, os dedos de Near passaram suavemente pelas mechas loiras, ocasionalmente parando para enrolar um dos fios entre os dedos. A palma de Near foi até o braço de Mello, que estava relaxado em sua cintura, apertando brevemente. Mello, em algum tipo de entendimento esquisito, separou seus lábios dos de Near.

Atordoados, ele se encaram por um momento. Near move suas mãos de onde estavam, e Mello também, apenas para concluir um quase ato de afeto — Near nomeou mentalmente de “ritual da manhã” —. Near colocou as palmas sobre o rosto de Mello, sendo seguido pelo próprio. Ainda com os olhos firmemente fixos um no outro, ambos se separam bruscamente em compreensão, logo indo fazer suas outras coisa habituais do dia.

Para duas pessoas que sempre declararam ter uma relação apenas de nêmesis e repulsa, eles tinham uma sintonia comunal invejável para muitos casais por aí, que não conseguiam manter uma relação por causa da falta de entendimento mútuo.

“Casais.”

Mello não se considera “baixo” o suficiente para se submeter a um relacionamento, por isso, ele tenta não pensar muito sobre ele e Near, e seu relacionamento contraditório, que consegue quebrar seu próprio tabu com facilidade. E quanto a Near, ele apenas descobriu — do pior jeito — que não era possível ocultar sentimentos apenas com uma face inexpressiva, não enquanto existisse consigo um ótimo legente do seu rosto estóico.

Near era seu inimigo, rival pra vida toda. Nada mudaria isso. Embora essa afirmação fique um tanto incoerente quando Mello adentrava o espaçoso banheiro do apartamento que dividia com Near, e observava momentaneamente Near escovar seus dentes de forma vagarosa, os olhos fechados, em uma expressão calma e meio cômica para Mello de certa forma. Refletia um pouco, antes de se aproximar e colar seu queixo nos fios alvos e aveludados, e começar a escovar os seus também — isso também fazia parte do ritual da manhã —. Near abria os olhos, o reflexo de ambos transmitia uma calmaria, estranha e questionável. Entretanto, não era mais tão incomum assim para ambos, pelo menos pela manhã.

Afinal, eles tinham adquirido essa rotina a três anos atrás, um pouco depois de Mello ter reaparecido em seu quartel general, meses após de ter sido declarado como morto pela segunda vez. Um pouco depois do término do tão infame caso Kira.

Para Near, era meio divertido e cômico como tudo aconteceu. Ele lembrava de cada pequeno detalhe daquele momento.

— Near... — Recordou de Comandante Rester, falando em um óbvio tom de aviso, porém incrédulo.

— Isso... Isso não é possível. — Gevanni estava com os olhos arregalados com a visão do monitor, de Mello fazendo sua colega de trabalho, Halle, de refém pela segunda vez em menos de um ano. Near estava quieto quanto a isso, deitado de bruço no meio da sala do quartel, comendo uma barra de chocolate silenciosamente.

— Deixe-os entrar. — Near fala simplesmente, calmo.

Quando a porta de ferro foi aberta, Halle e Mello entraram lentamente, deixando Rester e Gevanni levantarem as armas. Do exato jeito de alguns mêses atrás.

— É só eu que estou tendo um tipo de de-já-vu quanto a isso? — Em ironia, Gevanni fala em provocação, quando seus olhos encontraram os de Mello.

— Near, dê as ordens. —Rester diz, apertando firmemente o gatilho de sua arma.

Para a surpresa de Mello, Near olha diretamente para ele, sem rodeio algum, com uma expressão de tédio tão clara, mas não a inexpressiva de sempre, parecia que ele estava simplesmente cansado. Mello não estava convencido que ele tinha mudado tanto assim em tão pouco tempo.

— Certo... Peço que nós deixem sozinhos... — Após uma pausa significativa de Near, ele fala calmamente, degustando daquele chocolate, como se não tivesse nenhum tipo de morto com vida fazendo uma funcionária de refém, muito pelo contrário, ele estava agindo como se fosse incrivelmente comum.

— Near, com todo o meu respeito, essa já é a segunda vez que Mello ameaça a vida de Halle, mesmo depois da morte. — Rester fala com desdém, mesmo estando confuso, assim como Halle e Gevanni.

— Eu concordo com ele, Near. — Gevanni expressa rapidamente, enquanto Halle continua em um silêncio absoluto.

— No que iria nos beneficiar ter um morto novamente morto no nosso quartel general...? —Near diz, sendo mortalmente simples e calmo para o desagrado de todos.

Com relutância, os agentes abaixam as armas, fazendo Mello também abaixar a sua, Halle em seguida, rapidamente vai para o lado de sua equipe. Near olha de canto para os seus funcionários, que entendem o recado que lhes foi dado, saem de lá hesitantes, mesmo que fuzilando Mello com o olhar.

— Chocolate? Surpreendente, sendo você tão exótico. —Mello que estava calado desde então, falou baixinho, mas rudemente.

Na realidade nem sabia o porquê de ter ido atrás de Near. Tudo aconteceu muito rápido, Mello só de recorda de ter saído com sua moto, junto a Matt, para efetuar o sequestro de Takada. E tudo o que aconteceu depois simplesmente se extinguiu de sua mente.

— Ah sim... Em homenagem a sua ida. —Near falou suavemente, seus lábios se flexionando, formando um de seus sorrisos atípicos. Mello automaticamente fecha a cara para isto.

O silêncio de suas vozes os deixou uma situação em que ambos queriam falar um com o outro, mas ao mesmo tempo não tinham palavras para se expressarem corretamente, na verdade, isso já era esperado. Afinal, ambos não tinham se preparado para este reecontro inusitado.

Uma parte de Near ficou aliviada ao ver que Mello não havia morrido. Ele não expressou seus pensamentos em voz alta.

O fato de MeroNia ( o fandom de death note no geral) no momento estar flopado, é totalmente assustador para mim, e como eu sou o único a bordo agora?  De qualquer jeito eu não fico muito ativo no Wattpad. Faz sentido não ter muito alcance.

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⏰ Última atualização: Jul 31, 2022 ⏰

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