Já estou há duas semanas aqui em Nova York e continuo achando deslumbrante…
Hoje não tenho muitos planos, como é domingo a maioria dos lugares estão fechados, mas tem uma cafeteria aqui perto que funciona 24 horas, ela fica em um dos meus lugares favoritos – a Times Square – então estou indo para lá.
Quando vou atravessar a rua, meu celular começa a vibrar, e pego para ver quem é.
Mãe
Eu estou começando a ficar indignada, nessas duas semanas ela não para de me ligar um minuto - nós já tínhamos conversado está manhã depois que eu acordei, pois como o nosso fuso horário tinha algumas horas de diferença, ela se ocupava muito com o trabalho de enfermeira – minha vida é assim desde que o meu pai morreu, a quatro anos atrás.
- Oi mãe – Atendo revirando os olhos.
- Oi filha, já chegou na cafeteria?
- Não, estou indo, devo chegar em uns dez minutos.
- Porque você não pegou um táxi? Ia chegar bem mais rápido.
- Porque eu prefiro ir andando, dá para ver melhor os lugares, as decorações de ano novo, você melhor do que ninguém, sabe como eu sou, mãe.
- É, eu sei. Estou morrendo de saudades.
- Mãe, você já disse isso hoje de manhã, quando nós nos falamos.
- Eu sei, é porque eu nunca fiquei tanto tempo longe de você, minha princesa.
- Mãe, primeiro: são só dois meses. Segundo: eu já tenho quase 23 anos, já sou bem grandinha.
- Mas para mim, você vai ser sempre a minha bebê.
Vendo que o sinal fechou, começo a atravessar a rua, mas só me dou conta de que ainda vinha um carro, quando ouço uma buzina muito alta perto de mim, e o carro freia bruscamente em minha direção.
- Cecília, minha filha, o que aconteceu? Que barulho foi esse? – Escuto minha mãe me perguntando, mas nem dou atenção de tão assustada que estou. Só quando o motorista saí do carro, é que eu volto ao mundo real.
- Você é louco?
- O que? Vai me desculpar, mas foi a senhorita que se enfiou na frente do carro.
- Sério? O senhor vai mesmo colocar a culpa em mim?
Se não fosse pela raiva me consumindo, tenho certeza que já teria me enfiado num buraco - havia tantas pessoas aglomeradas ao nosso redor e vários carros começaram a buzinar, e o som era ensurdecedor.
- Filha, dá para me responder? O que está acontecendo? Você está bem? – Levo o telefone a orelha e respondo:
- Mãe, estou bem, mas preciso desligar, depois nos falamos.
- Não Cecília, não ouse desligar esse... – Desligo sem esperar ela terminar de falar, e me concentro no homem a minha frente.
- Olha senhorita, eu não... - De repente, um senhor, em um terno azul e com os cabelos penteados para o lado sai do automóvel e o interrompe:
- George, o que está acontecendo aqui?
- Desculpe, senhor. É que está mulher louca se enfiou na frente do carro e agora está falando que a culpa é minha.
- Hummm, entendo. Por que a senhorita não entra no carro para resolver está questão enquanto tomamos um café.
- Eu acho melhor...
- Por favor, eu insisto.
Vendo que não tenho muita opção, apenas assinto.
- Muito bem. Por favor, entre. – Ele diz, com um sorriso enorme no rosto e se afasta da porta do carro para que eu possa entrar.
Já dentro do carro e com ele em movimento, o motorista que a princípio se chamava George se vira para o homem ao meu lado e pergunta:
- Para onde, senhor?
- Para casa, George.
- Espera, nós não íamos tomar um café?
- E vamos, na minha casa.
Eu abro a boca para discutir, mas ele me para com um movimento de mão, normalmente eu não deixaria que me tratassem assim, mas estou cansada demais para discutir.
- Ha! Já ia esquecendo. Prazer, meu nome é Dornéles.
- Prazer, o meu é Cecília.
- Cecília? Que nome diferente.
- É porque eu sou brasileira, estou aqui apenas de férias.
- Que bom! E está gostando?
- Muito, essa cidade é incrível.
- Fico feliz! Espero que não tenhamos lhe causado uma má impressão.
- Não, não causaram – Eu digo, enquanto nós dois rimos.
Me surpreendendo, o restante do caminho é feito de uma conversa leve e muitas risadas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Doce Lehrerin
RomanceCecília Alzeiman é uma linda professora brasileira que vai em uma viajem para Nova York, o que ela não esperava é que seria, quase, atropelada, receberia uma proposta imperdível e se apaixonaria pelo filho de seus patrões. Inteligente, bonito, perfe...