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Sidestory

VEGAS

Me sentei olhando para o lápis na minha mão, girando-o por hábito. Não prestei atenção ao barulho feito pelas pessoas sentadas na reunião ao redor da mesa, minha mente estava temporariamente focada em outra coisa.

'O que Pete está fazendo?'

'No que ele está pensando?'

'Ele comeu?'

'Ele está feliz com a refeição de hoje?'

'Quando ele acorda e não me vê, o quão relaxado ele deve ficar?'

Quem teria pensado que o guarda-costas chefe do meu primo mais velho seria tão divertido. Quando ele enlouquece, ele se parece exatamente com meu primo. A diferença é que Pete tem mais autocontrole, um coração mais compreensivo e não era nada fraco.

Estar interessado em alguém que eu nunca pensei que estaria interessado me faz perder um pouco a cabeça. Nunca pensei que uma pessoa como Pete existiria neste mundo.

Sempre que ele está ao meu lado, eu me sinto confortável. Mesmo sem qualquer conversa, qualquer contato corporal, ou mesmo quando ele está apenas andando sem rumo. Chegou a um ponto em que não posso nem explicar, porque esta é a primeira vez na minha vida que eu me sentia tão confortável. Desde criança sempre fui muito estressado, me sentindo muito mal quando estava próximo ao meu pai, constantemente cheio de desejo de fugir. Com todos os outros, eu podia sentir as expectativas sociais sendo colocadas em mim. Saber que todos têm algum tipo de trabalho, cargo ou desempenho esperado por mim, sinto que não sou eu mesmo. Até hoje, eu ainda não sei quem eu realmente sou.

"Senhor Castin, se tiver algum problema, pode perguntar ao meu filho. Meu filho é muito atencioso e confiável. Certo, filho? Vegas, Vegas?!" Meu pai usou os dois pés para me chutar por baixo da mesa e me olhou duramente, me forçando a prestar atenção.

Olhei para meu pai em transe. Seguindo sua intenção, eu me virei para encarar o cliente importante sentado ao meu lado, Senhor Castin.

"Eu dei muito trabalho ao meu filho recentemente, e é por isso que ele parece um pouco cansado. Que tal outra xícara de café? Vou pedir para você." Não falei muito, porque não queria olhar para meu pai agora. Mesmo que suas palavras sejam doces para enganar outras pessoas, eu sabia que seus olhos sempre mostram como ele ainda é, a mesma pessoa que me odeia e me culpa sempre que pode. Uma pessoa nojenta por ser gay e por não ser tão bom quanto o filho da Primeira Família.

Ele finge me amar por causa dos negócios, fazendo de mim sua marionete para que o poder em suas mãos nunca vacile, porque ele sabe que não tenho escolha a não ser continuar os negócios da Segunda Família

"Você deveria levar o senhor Castin para jantar. Você foi rude com ele hoje cedo. Não quero mais ver você assim!" Quando meu pai estava saindo da sala de reuniões, ele me disse em uma voz profunda e severa pelas minhas costas, com seu tom mostrando sua irritabilidade.

"Estou ocupado esta noite." Eu respondi sem nem olhar para o meu pai.

"Cancele todos os seus compromissos! Apenas faça o que eu digo!" Ele disse, indo embora. Fechei os olhos e respirei fundo para me acalmar. Então, eu rapidamente voltei para o meu escritório pessoal.

"MERDA!"

Assim que a porta se fechou, bati na parede para soltar minha raiva, tristeza e tudo o que havia reprimido durante a reunião. Mas não era o suficiente, eu queria desabafar todo o estresse que sentia do meu pai. Nem uma vez sou capaz de fazer o que quero! Eu me odiava por tudo o que era obrigado a fazer. Esse ódio não vinha apenas de meu pai, porque foi ele que me fez duvidar de mim mesmo, mas também porque às vezes fiz coisas terríveis, e porque tive pensamentos loucos e assassinos. Mesmo que eu tente não pensar nisso a maior parte do tempo, eu deveria liberar todo o estresse emocional que estou experimentando agora. Eu não me entendo completamente. Não posso mais dizer quem me tornei.