Desespero.
A única palavra que poderia explicar o sentimento que apertava e esmagava o coração de Minho.
O garoto corria desesperado em direção ao carro em chamas no meio da rodovia, o carro onde estava seu amado.
Tentava se acalmar enquanto via aqueles homens de uniforme vermelho e dourado tirarem a pessoa mais importante da sua vida de dentro da carcaça daquele carro.
Tentava não entrar em pânico ao ver as queimaduras na pele do garoto.
Tentava controlar suas lágrimas ao vê-lo desacordado e quase não respirando.
Durante todo o percurso para o hospital, dentro daquela ambulância que o enjoava e o fazia querer vomitar, ele ficou ao lado do seu amor, segurando sua mão e o esperando acordar daquele pesadelo.
Durante todo o período de 2 semanas em que sua alma gêmea estava desacordada, deitada em uma cama de hospital, respirando com a ajuda de aparelhos, Minho se manteve forte.
Não podia chorar.
Não podia entrar em pânico.
Ele tinha que se controlar.
E ser forte.
Tinha que ser forte por ele e por Jisung.
Mesmo quando a mãe do seu garoto o ligou, o avisando da sua decisão.
Ele não chorou.
Ele não entrou em pânico.
Ele se controlou.
Ele foi forte.
Por ele e por Jisung.
Mesmo quando fez sua última visita.
Mesmo quando viu seu amor respirar pela última vez.
Mesmo quando começou a ouvir aquele barulho insuportável, que o provava que Jisung não voltaria mais.
Mesmo quando teve de organizar o funeral.
Ele não chorou.
Ele não entrou em pânico.
Ele se controlou.
Ele foi forte.
Por ele e por Jisung.
Mesmo quando viu o caixão ser colocado na cova.
Mesmo vendo familiares e amigos chorando em dor e de saudade.
Mesmo quando recebeu todos aqueles "sinto muito"
"espero que você fique bem"
"viva bem, é o que Jisung queria" ou "você é forte, vai superar".Mesmo no seu caminho para casa.
Ele não chorou.
Ele não entrou em pânico.
Ele se controlou.
Ele foi forte.
Por ele e por Jisung.
Minho entrou no apartamento, o mesmo apartamento que ele morava com Jisung a exatos 4 anos.
E esse foi a primeira vez em 2 semanas que Minho se permitiu chorar.
Em que ele se permitiu entrar em pânico.
Em que ele não se controlou.
Em que ele não foi forte.
Nem por ele e nem por Jisung.
Ao ver tudo como Jisung havia deixado a 2 semanas, Minho desmoronou.
Os bilhetes na porta da geladeira.
O casaco largado em cima do sofá.
A porta do seu estúdio de música aberta.
O all star favorito na porta de entrada.
O cacto na beirada da janela.
O Xbox encima da mesinha de centro, ainda conectado na tv.
A única vez em que ele se permitiu realmente sentir o desespero que apertava e esmagava seu coração.
O desespero de perder o amor da sua vida.
Não se esqueçam de votar
Por favorzinho