Nova Era

Lembranças de um sonho ruim

"Quando morremos a luz no fim do túnel é um novo começo, choramos por lembrar de nossa antigas vidas em outra realidade.....acorde!"
Em um salto de vida seus pulmões respiram o ar quente e pesado daquele lugar, sua visão turva e desconexa tentava entender onde estava, ouvia-se apenas sons abafados e distorcidos ao longe, respirava pesadamente....queimando como se estivesse inalando chamas ao envés de ar.
Não se lembrara de quem era apenas gritos e um grande estrondo e em seguida o silêncio, a garota tentou se levantar vagarosamente caindo algumas vezes em seu processo afinal todo o seu corpo doía, olhava para suas mãos em carne viva e sangrando logo o enjôo subiu enquanto segurava suas lágrimas de dor.
Após um bom tempo de tentativas e gritos de dor conseguiu se levantar para encarar a enorme poça viscosa embaixo de si parecia que aquele céu escarlate havia escorrido para a terra, tentou olhar em volta mas tudo era rubro negro quebrado apenas por algumas orbes douradas ou brancas ao longe na escuridão passando ou vultos.
Depois do que pareciam horas andando sentiu como se fosse uma facada em seu estômago e seu corpo cada vez mais fraco, sua boca salivava mesmo não tendo memórias de quem era ou o que era atendia aos seus instintos naturais, precisava de alimento e urgente começou a analisar ao seu redor até que encontrou pálido e mutilado.
Sua vida havia sido levada pela morte,  mesmo sem saber o que estava sentindo havia um ar de tristeza e melancólia ao redor da jovem garota encolhida que segurava uma espada, lutou até o último suspiro de sua infeliz alma, mesmo com ferimentos de luta parecia apenas estar adormecida com seus cabelos dourados cobrindo o grande ferimento em sua cabeça, olhando dentro de sua boca já dava para ver os vermes fazendo seu dever natural.
Ao ver tal cena a boca daquela criatura encheu ainda mais de água uma parte sua não conseguia aceitar tal ato horrendo, porém a outra.....sim a outra ansiava por sentir o gosto da pele ainda macia porém gélida, sua carne doce oh sim aquilo estava á atraindo tal como um grande pedaço de javali assado atrairia um guerreiro faminto após a batalha.
Ajoelhou e assim o banquete macabro se deu início, decidiu começar pelas coxas dando uma boa mordida em uma delas, arrancando pele, nervos, músculo, carne, como um animal selvagem, sentisse revigorada e o gosto era viciante então logo se pôs a devorar aquele pobre corpo sem vida a beira da decomposição.
Os órgãos eram os melhores em principal o coração no qual não comeu com pressa mas sim saboreando cada textura, a sensação de escorrer o líquido em sua garganta era um deleite para a mesma.
E por fim os ossos no qual encarava com uma curiosidade infantil o que cada um fazia, mas sua paz foi quebrada ao ouvir um grunhido de agonia e ódio atrás de si, empunhando a espada seu coração estava quase a saltar pela boca, a escuridão escondia seja la qual demônio estivera la, logo passos rápidos eram ouvidos em sua direção e seus instintos mandava correr o mais veloz possível.
Sua respiração agora era ofegante, saltava raízes e pisava em espinhos que entravam fundo em sua carne deixando um rastro de sangue, mas de fato não importava o quanto corresse parecia que aquele demônio estava bem atrás de si, podia sentir o ar quente de sua respiração e ouvir o barulho dos galhos quebrando enquanto a perseguia, seu grunhido era como um choro de criança distorcido as vezes não sabia o que era mais perturbador se era o cheiro de enxofre que ela exalava ou os sons de choros e gritos infantis.
Até que sentiu suas mãos ósseas como garras agarrar sua perna e após isso o baque no chão, se contorcia e gritava de pavor tentava escapar até que sua voz congelou ao olhar o que estava lhe perseguindo....Grandes olhos brancos e luminosos, cabelos ralos e negros, sua pele cinza e enrugada que parecia estar grudada em seu esqueleto, um sorriso grande pontiagudo de fora a fora no rosto, seu corpo era alto e esguio em todo ele ao que pareciam grandes bolas de pus pulsando não se sabe o que tem dentro, suas costas tinham espinhos grandes e andava de quatro parecendo um animal.
Levou a criança até sua boca e mordeu seu tronco para conseguir levar até sua toca novamente, a garota sentia a pior dor de sua curta vida, o sangue voltar em sua garganta, sua visão começar a distorcer em agonia, mas ao envés de uma expressão de dor a mesma sem saber o porquê começará a gargalhar como se estivesse aproveitando e a cada segundo que ria mais seu sangue  saia dos ferimentos até ela perder a consciência.
Enquanto isso um rapaz com um longo manto cor roxo escuro e faixa negra observou de longe a situação, seus impulsos foram mais altos que a razão então foi atrás da criatura para ele era comum matar criaturas assim, apertando fortemente seu cajado em mãos e o fincando na terra umedece seus lábios.
-*******Conjuração******* de gelo!!....- Gritou o uma voz gentil porém firme.
Após as palavras serem proferidas um grande espiral azul saiu da ponta de seu cajado en formato dragão, ele brilhava azul e como um flash atingiu as costas da criatura mas de primeira vista não parece ter surtido efeito, o monstro veio em sua direção em ódio e foi tão veloz que agarrou o garoto ao que parecia ser era seu fim, então quando iria ser separado ao meio algo fez a coisa parar de dentro pra fora  sentiu um enorme frio então atirou o mago no chão e cuspiu o cadáver em sua boca se debatendo nas árvores próximas, começou a surgir gelo de seu peito como se estivesse sendo congelado de dentro pra fora após 2 minutos seu dorso estava congelado, mais alguns minutos e o mesmo havia se tornado uma bizarra estatua de gelo.
De uma forma elegante o mago se levantou agora sem seu capuz e invocou uma pequena chama em sua mão observando que havia mais a frente um corpo estirado de bruços no chão, se aproximou com cautela obsevando que é apenas mais uma criatura de sangue, logo a virando para ter uma visão melhor de seu estado e por Etion era pior que o esperado corpo mutilado, aparência de desnutrição, sua aparência física era similar a de um cadaver morto por afogamento porém seus lábios eram cor ébano, pequenas raízes saiam de sua boca e olhos coladas em seu rosto, vestido cinza maltrapilho e molhado, cabelos molhados e vermelhos sangue, se fosse chutar ele não diria mais de 11 anos de idade.
Seu coração pesou vendo aquela cena se aproximou checando se ainda poderia ajuda-la e por um milagre ainda estava viva, tirou seu manto e enrolou na mesma levando-a consigo e sumindo na noite.
-Não se preocupe minha pequena. Sua voz parecia cantarolar. -Iremos cuidar muito bem de ti....