Two rooms, a bed and many nightmare

565 30 4
                                    


Percy Jackson

Primeiro dia

Segui o loiro pelo hall da entrada de sua casa. A casa era bonita por dentro, o hall era em um tom verde pastel, que numa das paredes fazia um degradê com azul pastel que ia escurecendo a cada cómodo.
Passamos pela cozinha, a sala de estar, a casa de banho, até chegarmos ao final do corredor, onde estavam duas portas, uma era de madeira branca e a outra de carvalho se não me enganava, Jason apontou para a porta de carvalho.

- É nesse quarto que vais dormir,- ele disse, antes de levantar a mão e a por no meu ombro. Ele fez uma careta por me ter encolhido, não me julguem, vivo... Vivi com um padrasto abusivo por 15 anos, era agredido por ele, quase todos os dias e os dias que não era agredido eram os piores.

- Percy,- Jason chamou-me, ele olhou para mim, preocupado,- sente-te em casa, porque ela é a tua nova casa.

Pois, eu contei sobre ter sido expulso de casa?
Não? bem devo-me ter esquecido. Então eu fui expulso de casa pelo o meu querido padrasto por ser bi e genderfluid, surpresa!  Ele ouviu uma conversa entre mim e a minha mãe em que eu falava de um miúdo que estou um pouco interessado, agarrou-me pelo cabelo e puxou-me para o meio da sala, atirou-me ao chão e deu-me uma das piores surras que eu me lembro de ter apanhado.

Não culpem a minha mãe por não ter feito nada, nós dois sabemos que só seria pior para nós se ela tentasse algo.

- Olha qualquer coisa chama-me,- ele disse,- e não te preocupes com a decoração, podes decora o quarto como quiseres.

Ele sorriu para mim, a cicatriz que tinha nos lábios enrugou, quase desaparecendo. Cá entre nós, aquela cicatriz o deixava muito fofo, especialmente se pensassem que a maioria acha que ele tinha entrado numa luta contra um maluco de faca e que o esfaqueou, mas na verdade, quando ele era pequeno, tentou comeu um agrafador. Sua irmã, sendo uma amiga minha muito importante para mim, contou-me isso, mas isso é só uma tangente.

Entrei no meu novo quarto, era simples, o teto era azul claro enquanto as paredes eram brancas, havia três prateleiras em carvalho em cima de uma secretária, uma estante individual de seis prateleiras ao lado de uma cama de viúva,  a janela tinha vista para Nova Iorque, prédios e mais prédios, para ao longe dar a entender que tinha um rio poluído. Mesmo com isso, gostei da vista.
Em baixo da janela estava um sofá azul com algumas almofadas.

Eu não pode evitar ficar surpreso, não espera que Jason fizesse o que está a fazer.

- Então, o que achaste?- ele perguntou inseguro.
Eu sorri para ele e o abracei, meio sem jeito.

- Obrigado,- eu murmurei,- obrigado, obrigado mesmo.

- Ei, amigos servem para ajudar não é?- ele disse, a abraçar-me de volta. - Não te precisas de te preocupar com isto.
Nos soltamos e ele sorriu para mim.
- Descansa,- Jason disse,- tiveste uma manhã complicada, Thalia e Nico trataram dos ferimentos?
Eu tinha ligado para o Nico, depois que isso aconteceu, ele e Thalia buscaram-me e trataram dos meus ferimentos. Thalia disse que ligaria ao irmão para saber se podia me levar para cá, Jason pareceu muito feliz em dizer que sim. Não entendo o porquê, sou um miúdo problemático, com uma infância problemática, com um padrasto abusivo e cheio de merdas que se devem tratar na terapia, coisa que eu não faço.

-Sim,- Respondi.

- Ótimo,- ele disse,- agora descansa, eu depois chamo-te para o jantar. E qualquer coisa chama-me, ok?
Concordei, ele fechou a porta e eu pôs o saco com as minhas coisas no chão, depois atirei-me para a cama e tentei dormir.

Two rooms, a bed and many  nightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora