Trust me

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-Devagar. Verônica falou baixo, sua voz sem emoção nenhuma. -Passa a arma. Ela mandou, vendo a loira no banco da frente fazer o que era dito, não de boa vontade, logicamente. A loira de olhos verdes encarava a encapuzada pelo retrovisor do carro.


-A outra. Verônica exigiu, quando pegou a primeira arma das mãos da psicopata loira para quem ela mesma estava apontando o revólver. E observou quando Anita se abaixou lentamente, até chegar no objeto preso em seu tornozelo e a entregar, com um pouco mais de relutância. -Dirige. Verônica ordenou, o que foi obedecido até rapidamente, o que as levou até uma obra abandonada, cercada por terreno baldio, do outro lado da cidade.


-Sai devagar, com as mãos na cabeça. Disse a escrivã, em um tom forte de ordem. -Vai! Anda! Ela falou sem paciência, para uma loira carrancuda, que tomava seu tempo para sair do carro e obedecer.


Anita sai do carro com um passos cautelosos. Ela usa seu rosto mais corajoso, tanto para ela quanto para a mulher ao seu lado. Se ela permitir que a fugitiva perceba o quão abalada esse encontro a deixou, ela nunca mais terá o respeito e o medo de Verônica, se é que ja teve. Verônica continuará a fazer o que bem entender. O caso e sua liberdade, é tudo o que a mulher deseja e ela fará qualquer medida extrema por eles.


Dois corpos carbonizados provam isso claramente, e, de uma forma distorcida, a delegada admira a dedicação e proeza de Verônica. Os golpes que ela leva pela sua liberdade, sua moral, enquanto ela mesma leva a vida aliando-se a qualquer um e traindo-os no mesmo golpe. Anita considera todos seus inimigos e, no entanto, seus inimigos de bom grado levarão um tiro por ela. Talvez Anita admire Verônica um pouco mais do que deixa transparecer.


Seus pequenos momentos de ódio mútuo compartilhados a excitava e quando Verônica não demonstrava sentir o mesmo - nossa, afetava seu ego.


Anita não precisava necessariamente dela, podia ter quem quisesse. Mas Verônica... suas palavras estão além de convincentes, cativando você em suas profundezas, convencendo você de que ela sempre o protegerá. Talvez todos estivessem certos, ela precisava manter a guarda com a foragida. Um mero momento de arrogância lhe custou muito mais do que podia arcar. Ela sabe melhor. Esperançosamente.


-Parou! Verônica, apontando a arma para a mulher a sua frente, falou, fazendo com que a loira com as mãos na cabeça parasse seus passos lentos e se virasse devagar, um sorriso sarcástico nos lábios, aquele maldito sorriso que Verônica odiava ao mesmo tempo em que achava sexy pra caralho.


-Tô sabendo que tem um embarque hoje. De onde sai o helicóptero? Verônica perguntou, sem a mínima Paciência.


-Você mudou né? Anita percorre o olhar carregado de malícia e superioridade de cima abaixo no corpo da mulher armada, antes de completar. -Tá mais bonita, forte.... Elas se encaram por um segundo, um segundo em que a mulher armada perde a pose, mas logo voltando a se lembrar de que odiava a mulher a sua frente. -Nem parece mais uma escrivã idiota. Anita fala com escárnio e veneno escorrendo da boca.


-Você vai se sacrificar pelo Mathias? Verônica pergunta completamente inconformada por tamanha covardia e burrice da delegada. -Vai perder a vida por ele? Ela pergunta, dessa vez com raiva e incredulidade estampando seu rosto. - Como que chama isso? Fidelidade estúpida? Verônica viu a loira mais alta dar um sorrisinho divertido.


-Sinto muito pelo Nelson. A loira diz ainda com um sorriso divertido nos lábios. -De verdade, tão bonzinho ele né? Anita fala com uma falsa expressão de culpa, que irrita ainda mais a mulher armada.


-Última chance... Verônica a encarou, as duas mãos tremendo ao redor da arma, tamanha era sua raiva. -DE ONDE SAI A PORRA DO HELICÓPTERO? Ela gritou, se aproximando um passo da outra loira, que mal piscou com a explosão dela.

Veronita one shotOnde histórias criam vida. Descubra agora