Capítulo 88

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Arthur

Caminhei até o quarto totalmente desnorteado. Meu coração parecia ter se partido em mil pedaços, imaginar que eu magoei o amor da minha vida enquanto ela tinha um filho em seu ventre, doía demais.

Tomei um banho pra tentar relaxar um pouco, precisava colocar a cabeça no lugar. Havia magoada minha filha e minha mulher. Agora precisava correr atrás do prejuízo.

-Pode entrar. –Disse ao ouvir batidas na porta.

-Sr. Picoli, com licença. Vi um pouco do que aconteceu, lhe trouxe um chá, para ajudar a relaxar um pouco.

-Obrigada! Agora pode se retirar.

-Sim, senhor!

-Camila?

-Oi, Chefe! –Me respondeu com um sorriso no rosto.

-Você acha que eu estou errado nessa confusão?

-De maneira alguma. Maria Clara não deveria fazer isso, ela é muita nova pra namorar e se envolver com gente que nem conhece em uma favela. E a Carla foi uma traidora com o senhor, ela podia ter mentido. Ela com certeza não é digna de sua confiança.

-Obrigada por me responder. Agora pode se retirar.

-Se precisar de algo estou á disposição.

Assim que ela bateu a porta me joguei na cama pensando no que faria dali pra frente. Naquele momento ouvi o toque do celular, olhei pra tela e agradece. As vezes eu acho que minha mãe tem um sensor.

-Oi meu amor, como estão os preparativos para a festa da minha neta? –Dizia animada me encarando com um sorriso imenso no rosto.

-Nem sei se ainda vai ter, mãe.

-Aconteceu alguma coisa, meu amor? Você não tá com uma carinha legal.

-Tem tempo pra escutar seu filho se lastimando do quanto ele é burro?

-Sempre, meu amor. Me fale o que houve.

Contei a ela a longa historia, detalhe por detalhe e ela me encarava com uma cara que entregava que ela também queria me matar.

-Você não perde essa mania de agir de cabeça quente né, Arthur?

-Você acha que eu errei feio?

-Claro que sim. Maria Clara cresceu filho. É obvio que ela iria arranjar um namorado, trilhar seus próprios caminhos e que maravilha saber que ela é uma pessoa do bem, que não se importa com classe social.

-Mãe, favelas são altamente perigosas e a Maria só tem 14 anos, foi criada em uma bolha e nem ao menos sabe se defender.

-Você que pensa, meu amor. Minha neta é muito mais esperta do que você imagina e eu tenho certeza que ela sabia muito bem o que estava fazendo e pelo visto estava sendo feliz.

-Precisava esconder mim?

-Se ela lhe contasse, você permitiria que ela continuasse?

-Não.

-Então? Ela conhece o pai que tem. E infelizmente enquanto você não mudar, aprender com seus erros e ser um pouco mais liberal, ela continuará fazendo as coisas escondidos. Seja amigo da sua filha, seja compreensivo, crie uma relação de amizade com ela. Assim você saberá de tudo da vida dela e poderá
ajuda-lá quando preciso.

-Eu nem sei o que fazer a partir de agora.

-Converse com ela. A escute e tente entender seu lado.

-E com a Carla?

-Com ela você terá que ser um pouco mais paciente. Ao que tudo indica ela é uma mulher com muita opinião própria, e com certeza está muito magoada com você.

-Eu não posso perder ela, mãe. Eu não suportaria.

-Você não vai perder, meu filho. Tenha paciência. E atitudes. Tenha atitudes, Arthur Picoli de Conduru.

-Obrigada por sempre me salvar.

-Agradeça construindo a mesma relação com sua filha.

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Um empresário de sorte. Onde histórias criam vida. Descubra agora