Rejeição, Amor e Cuidado

Amor

Diante de uma sala completamente bagunçada e cheia de brinquedos espalhados, Doflamingo encarava o ambiente com um tique em um dos olhos e um sorriso descrente.

Luffy brincava com um pequeno carrinho. Ele ria sozinho com os próprios sons que fazia tentando imitar o som de um carro.

- Não acha que já está na hora de arrumarmos isso? - Doflamingo estendeu uma de suas mãos para pegar os brinquedos do chão, mas parou quando foi acertado por um brinquedo.

- Ei! Por que jogou? - Doflamingo o encarou irritado.

Luffy o olhava sério gritando palavras incompreensíveis como se estivesse brigando com o loiro.

- Você quer continuar brincando, é isso? - Perguntou e o bebê soltou outra palavra incompreensível.

Não querendo brigar com o pequeno, Doflamingo apenas suspirou e deixou com que ele brincasse mais um pouco.

Ele com certeza tinha um ponto fraco por esse menino.

                          (...)

Horas depois, Luffy já cansado de mais, acabou dormindo no meio de todos os seus brinquedos. Doflamingo agradecia mentalmente pelo pequeno ter dormido, ele era um furacãozinho.

Ele pegou o bebê em seus braços e o levou ate seu quarto. Aninhado em seu berço, Luffy ressonava baixinho, aproveitando o calor de seu cobertor.

Doflamingo olhava o bebê com um pequeno sorriso em seu rosto. Ele se sentia tão especial por poder acompanhar o desenvolvimento e o crescimento de Luffy.

Se alguns anos atrás lhe dissessem que ele iria assumir o papel de pai de uma criança que nem era sua e que ele era extremamente feliz com isso, com certeza ele riria e diria que tinha sido uma piada muito boa.

Entretanto, não temos como prever o futuro, afinal, ele é imprevisível. Mas Doflamingo não se arrependia da vida que tinha, ele até que gostava dela.

O loiro acariciou os fios negros e sorriu uma última vez antes de se dirigir até a porta.

                             (...)

Quando observou Doflamingo saindo, Crocodile foi em direção a porta do quarto. Segurando a maçaneta, ele hesitou um pouco, fechou seus olhos e respirou fundo adentrando o cômodo.

O homem olhou em volta, a decoração tinha mudado um pouco desde a última vez que ele entrou naquele quarto, o que com certeza já fazia alguns meses.

Seu olhar voltou-se para o canto do quarto, onde estava localizado o berço branco cheio de detalhes em dourado. Ele aproximou-se e encarou o filho que dormia tranquilamente com uma expressão séria.

- Até que você não é tão feinho.

Crocodile semicerrou os olhos e segurou um dos travesseiros do berço. Ele encarou o objeto macio e logo em seguida para o bebê.

                          (...)

Medo.

Foi isso que Doflamingo sentiu enquanto estava na sala assistindo um programa qualquer na tv.

Esse sentimento começou a tomar conta de seu corpo, seus instintos queriam lhe dizer algo. Um de seus pés começou a bater contra o chão, um arrepio passou por sua espinha, definitivamente tinha algo errado.

Derrepente, a casa pareceu silenciosa de mais. Em passos rápidos ele correu até as escadas, chegando até seu destino, ele não acreditou na visão que teve.

Tudo pareceu estar em câmera lenta, em um momento ele estava parado em frente ao quarto, e no outro, ele já estava empurrando Crocodile e carregando Luffy que chorava desesperadamente.