Capítulo Único

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Midoriya on
 
No mundo em que vivo, existem pessoas destinadas uma à outra. Há histórias que dizem que nascemos unidos à nossa alma gêmea, mas que pela inveja de alguém poderoso, fomos separados dessa pessoa. No entanto, foi nos dado uma chance de encontrar essa pessoa especial: uma marca.
Hoje em dia, chamamos de tatuagem. É como um desenho incompleto que só é concluído quando achamos nossa alma gêmea. Aparece entre 15 à 17 anos e pode ser em qualquer lugar do corpo. Vem um desenho que parece faltar mais do que realmente está mostrando e quando encontrado a pessoa especial, é dito que o desenho arde e os traços da tatuagem de seu parceiro aparecem no seu e vice-versa, os dois ficando com tatuagens parecidas ou completamente iguais.
A minha fica no antebraço direito na parte inferior e eram folhas. Sim, folhas verdes em galhos finos. Eu a achava normal demais comparadas às das demais pessoas, como minha amiga que tinha uma leoa nas costas e encontrou sua alma gêmea que tinha um leão na panturrilha. Suas tatuagens se completaram em uma imagem dos dois felinos selvagens unidos. Se os dois ficaram juntos? Claro. São o casal mais fofo da minha sala. Porém, não são todas as almas gêmeas que ficam juntas. Um primeiro exemplo é minha mãe e meu pai. Eles não eram e mesmo assim me tiveram. Meu pai faleceu e Inko nunca encontrou seu destinado.
O segundo exemplo, sou eu. Foi em um dia comum de aula na faculdade. Tinha esse cara. Eu já tinha o percebido antes. Ele era bonito, engraçado, inteligente e tinha o sorriso mais lindo que eu já vi. Porém, ele tinha uma namorada, e realmente a amava. E mesmo tendo me apaixonado por ele, eu achei que eles eram destinados. A tatuagem dela eram pequenas borboletas azuis que vinham de sua clavícula até metade do pescoço. A dele, eu nunca vi. E mesmo assim, eu resolvi deixar meus batimentos acelerados por ele de lado.
Até que nos esbarramos no corredor movimentado. Era uma troca de aulas rápida para todos. Acabamos derrubando nossas coisas e tivemos que catar. Eu estava envergonhado de ter batido nele sem querer e tentei ignorar os xingamentos que ele soltava uma vez ou outra, irritado comigo, é claro. Ele foi o primeiro a se levantar e ir embora. E eu fui logo depois. Não demorou muito, no meio da aula minha marca começou a arder e coçar e quando ergui a manga da minha jaqueta, lá estava.
Era simplesmente lindo. As folhas em galhos verdes haviam ganhado flores. Eram lírios alaranjados com amarelo, como se fossem pintados em aquarela. Eu me apaixonei automaticamente por aquele desenho e quando minha mente processou de quem se tratava, meu coração quase saiu pela boca. Só havia um pequeno problema: eu não tinha coragem de me aproximar dele novamente. Eu poderia estar enganado, certo?
Passei o dia todo pensando em como ia falar com ele para ter certeza, e foi no corredor vazio que o encontrei. Na verdade, ele veio em minha direção com uma expressão séria e abaixou seu casaco de frio, mostrando em seu ombro esquerdo, lírios como aqueles desenhados em meu antebraço. Mas ao contrário do meu desenho, onde as flores tinham prioridade, no dele eram as folhas verdes e os galhos que preenchiam o desenho, interligando as flores e passando por cima delas. Por um segundo eu me senti feliz e consegui ver todo meu futuro com ele. Mas não durou muito.
 
– As marcas erraram.
 
Foi o que ele disse, me despertando e me fazendo encarar os olhos vermelhos.
 
– Você entende, né? Eu amo outra pessoa e você... Não faz muito meu tipo.
 
É claro. O que eu esperava? Esse era o problema de muitas marcas. Na maioria dos casos, ela juntava casais do mesmo sexo e isso tornava-se incomodo para várias pessoas. Ele não seria diferente.
 
– E-Entendo. Claro.
 
Foi o que respondi, tentando sorrir para ele. O loiro suspirou aliviado, agradeceu e se despediu apressado, indo embora. Eu fiquei no corredor vazio por mais um tempo. E só percebi minha solidão quando finalmente me dei conta que meu rosto estava molhado. Eu já tinha lido que ser rejeitado pela sua alma gêmea doía, mas eu não fazia ideia de quanto.
As próximas semanas que vieram foram terríveis. Eu preferia nunca ter descoberto e ter continuado com minha paixonite por ele. Porque depois que você descobre, parece que é pior. A paixonite transformou-se em amor e eu podia jurar que conseguia saber de tudo que ele gostava. Ele preferia dias quentes ao chuvosos, preferia cachorros à gatos e amava comida apimentada. Ele era mais orgulhoso do que se podia notar e irritado também. Era arrogante e tinha um enorme ego. Pareciam poucos aqueles que o suportavam. E eu consegui saber tudo isso somente com a tatuagem, sem realmente o conhecer como gostaria. Eu achei que podia lidar com isso e os sentimentos, mas descobri que era impossível e que não era o único que passava por isso.
Foi em um mês de chuva que ela se foi. Minha mãe havia falecido de uma doença rara e eu estava sofrendo com a perda. Só quem sabia disso eram meus amigos e como eu era sensível em diversos níveis, era quase que normal chorar em silêncio em cantos escondidos para não preocupar ninguém. Só eu e minha dor. Porém eu estava enganado. Momo, a namorada de Bakugou me parou uma vez para conversar. A pior conversa da minha vida.
 
– Não sei o que houve com você, mas pode superar? O Kat anda muito triste e irritado ultimamente e tem a ver com a marca de vocês.
 
Suas palavras foram frias, por mais que um sorriso gentil enfeitasse seus lábios. Eu engoli seco. Superar? Claro, porque não? Eu também sofria pelos sentimentos dele quando eles eram elevados demais como a raiva. Lembro de ter gritado com amigos meus sem motivo nenhum e me senti muito mal por aquilo. Mas o que eu realmente esqueci, é que se vale para mim, também vale para ele.
 
– C-Claro. D-Desculpe.
 
Foi tudo o que consegui dizer antes dela sorrir mais e ir embora. Não era isso que eu queria dizer, mas meu coração doía ao saber que eu estava prejudicando aquele garoto que eu amava e que tinha um futuro pela frente ao qual eu não faria parte. Foi a partir desse dia que aprendi a retrair o que sentia para não o prejudicar. Não era culpa dele afinal.
Foi a partir desse dia também que aprendi que almas gêmeas é uma merda. Há somente dois polos: ou te faz feliz pela vida toda ou te faz sofrer pela vida toda. Não havia meio termo. Deve ser isso que minha mãe nunca se pós a procurar pela dela. Teria sido muito melhor não saber do que me apaixonar por alguém que mal conversei em toda minha vida. Tudo que tive por ele foi uma daquelas paixões à primeira vista e a primeira vez que trocamos palavras foi quando fui rejeitado. Eu precisava tomar uma decisão mais séria sobre o assunto.
E foi isso que fiz. Meu caso não é raro. Muitos passam por isso e até pior. Por isso existe uma saída: se não estiver satisfeito com sua marca, você pode pintar por cima dela e esconde-la, evitando que sentimentos fortes fossem sentidos e compartilhados. Desenhar por cima da marca é proibido e crime em vários países, principalmente no Japão. Por isso foi bem difícil encontrar um tatuador que pudesse fazer isso.
O motivo de ser proibido tal feito é porque pode ocorrer efeitos negativos na pessoa que cobre a tatuagem. A pessoa pode ficar depressiva, sentindo-se vazia e cometer atos impensáveis sem retorno nenhum. E outras já podem ter os sentimentos embaralhados e beirar a loucura, virando pessoas insanas. São dois exemplos muito bons que fazem alguns desistirem. Mas eu não. Caso dê certo, o efeito positivo é esquecer meus sentimentos e a pessoa. Não seria um problema eu pensei e eu fiz.
 
– O que quer colocar por cima?
 
– Q-Qualquer coisa.
 
– Hm. Acho que um dragão japonês com o corpo longo pelas flores ia ficar legal.
 
– Ótimo. Pode fazer.
 
– Ok. Lembrando que: Não há volta.
 
– Não se preocupe. Não vou querer voltar.
 
Eu nunca me senti tão confiante na minha vida. Demorou algumas semanas até ele finalizar por completo a tatuagem. E quanto mais tempo passava, mais eu não conseguia sentir nada. Até que eu esqueci.
 
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Bakugou on
 
– Você fez o que??
 
Eu me segurei para não gritar com ela. Odiava gritar com Momo, mas as vezes ela passava do limite e parecia pedir por isso.
 
– Não me olhe assim. Só pedi para ele ficar menos triste, estava mexendo com você, amor. Eu estava preocupada!
 
– Nem com toda preocupação do mundo você tinha o direito de pedir o que pediu para aquele baixinho!
 
– Por que está o defendendo? Por acaso se apaixonou por ele?
 
– Não seja idiota, Momo! Você tem noção do que fez? Quer saber? Deixa para lá. Se você não vai pedir desculpas, eu mesmo vou!
 
– Não! Kat, espera!
 
Ela gritou, mas eu não voltei. Depois resolvo as coisas com ela. Preciso concertar sua burrada antes disso. Eu amo Momo e sei que ela me ama, mas isso não é motivo para ela sair decidindo os sentimentos dos outros. E eu nem sei se posso culpa-la. Eu realmente estava triste sem razão há alguns dias e isso me irritava. Mas eu podia sentir a dor daquele cara de olhos verdes. Ele havia perdido alguém importante em sua vida e estava de luto quando Momo foi pedir aquela idiotice para ele. Queria ter sabido antes, mas não sei exatamente porquê.
Normalmente, todo dia eu sentia um sentimento de dor e tristeza, mas não era nada que pudesse me influenciar. Depois, eu passei a sentir frustração, como se tivesse preso dentro de uma caixa e não pudesse me expressar como queria, o que não tem nada a ver comigo. Era ele. Ele que me passava isso. Emoções que me custaram muito ignorar. Era estranho acordar no meio da noite chorando até eu perceber que ele era a razão disso. No entanto, agora está diferente. Não sinto nada e chega a ser incomodo.
Admito que era interessante descobrir coisas que ele gostava quando eu tinha uma aula chata ou queria simplesmente ignorar meus amigos idiotas. Eu simplesmente suspirava e me perdia dentro da minha cabeça e lá estava ele e seus gostos. Chá quente, dias chuvosos, gatos fofos, super-heróis e livros. Vários livros. Foi por culpa dele que comecei a ler com mais frequência. Não foi de todo ruim, mas também foi esquisito, como se uma parte minha tentasse se conectar a ele. Tudo culpa dessa maldita marca, isso sim.
Eu nunca acreditei nessa merda de alma gêmea. Parece tão fantasioso. Um conto de fadas infantil. Ok que, quando conheci Momo, quis muito que ela fosse essa pessoa especial. Porém, quando nos tocamos e suas borboletas continuaram a mesma coisa, assim como os lírios soltos em meu ombro, foi como um balde de água fria. Eu não acreditava, mas por poucos segundos acreditei e quebrei a cara. Por isso, quando esbarrei naquele nerd e depois folhas verdes e galhos juntaram-se aos lírios, eu fiquei irritado. Eu nunca tinha visto aquele cara na vida. Eu nunca nem conversei com ele. Não era ele quem eu amava. E ele ainda era... homem. Fala sério!
 
– Hey, baixinho!
 
Assim que eu o avistei, chamei. Não era difícil o reconhecer com os cabelos verdes e esvoaçantes. Eram até bonitos, como seus olhos redondos e brilhantes. Argh! Aqui estou eu de novo, apreciando a beleza dele. Puta merda, porque ele tinha que ser tão atraente? Poderia ser somente um nerd normal com espinhas, óculos, aparelho e problema de asma. Generalizei? Claro. Sempre faço isso e acho que ele nunca gostaria desse meu lado “cuzão” como dizem meus amigos.
 
– Sim?
 
Ele sorriu confuso. Ele parece melhor pelo menos. Mas ainda não consigo sentir nada vindo dele.
 
– Eu queria pedir desculpas pelo o que a Momo te pediu. Ela passou dos limites com você!
 
Vi sua cabeça tombar para o lado e não pude resistir ao pensamento que veio: Fofo! Sim, esse maldito que é minha alma gêmea é um fofo por completo, principalmente quando está rindo com os amigos. Como sei disso? Todo lugar que eu entro, meus olhos procuram por ele sem eu querer. Acabamos por trocar olhares sem pensar, mas ele sempre é o primeiro a desviar. Na verdade, fazia um tempo que isso não ocorria e eu mesmo comecei a procura-lo por vontade própria, mas sempre que o encontrava, ele estava rindo com os amigos. Deve ter superado nossa ligação talvez? Se bem que... Não consigo mais senti-la também.
 
– Não entendi.
 
Sua voz doce e calma chamou minha atenção. Novamente para aquele par de olhos brilhantes e curiosos.
 
– Eu te conheço?
 
Ele riu nervosamente e eu ri junto. Era uma piada?
 
– É uma piada?
 
– Piada? Como assim?
 
Como assim quem diz sou eu. Ele não lembra de mim? Quer dizer, ele parece diferente agora. Mas no que? Foi quando resolvi o olhar mais atentamente e meus olhos se arregalaram ao ver seu braço.
 
– E-Eei!
 
Ele gritou assustado quando agarrei seu braço e o girei. Em meio aos meus lírios, havia um dragão comprido que chegava a cobrir algumas das flores. Um dragão vermelho e azul que cuspia fogo em um lírio, deixando-o chamuscado, queimado, destruído.
 
– O-O que você fez?
 
Minha voz saiu fraca e baixa. Ele destruiu a marca que nos ligava. Ele desenhou por cima e nem avisou. SÉRIO?
 
– C-Como assim? Do que está falando, seu estranho?
 
Ele puxou o braço e se afastou assustado, saindo correndo logo depois. Eu fiquei no mesmo lugar. Estava irritado e, mesmo sem querer, chateado. Ele destruiu os lírios que me representavam em sua vida. E fez tudo sem me dizer. Sem nem me avisar que faria isso. E agora nem se lembrava de mim. Eu devia ficar feliz com isso. Não tínhamos mais ligação. Não compartilhávamos mais emoções. Eu não ficaria mais feliz sem motivo, assim como não ficaria mais triste. Mas, se era para ser assim, por que eu estava tão puto?
 
– Tsc. Foda-se essa merda!
 
Eu escolhi deixar para lá. Era melhor assim. Foda-se se eu tinha agora uma enorme vontade de chorar. É só ignorar e seguir em frente com a garota que amo e que me ama também. Certo? Sim. E foi exatamente o que fiz. Meus últimos anos na faculdade foram bons quando minha mente se ocupava com qualquer coisa que não fosse aquele esverdeado.
Depois da formatura eu e Momo nos casamos e ela engravidou. Porém, nem tudo são flores. Na nossa primeira ida ao hospital, ela encontrou, com o médico, sua alma gêmea. Eu me senti um estranho depois que flocos de neve rondaram suas borboletas azuis no pescoço e eles trocaram olhares demorados. Discutimos várias vezes porque ela não quis mudar de médico e no final, quando eu não fui em uma consulta por birra, como ela gostava de dizer, ela me admitiu que o beijou.
 
– D-Desculpe, Kat! V-Você entende, né?
 
Ela disse emocionada. Nem parecia arrependida de ter me traído. A marca é mais forte. Ela disse também e eu quis rir. Se a marca fosse realmente mais forte, eu não tinha escolhido ela, e sim aquele esverdeado fofo. Eu não entendia, essa é a verdade. Discutimos mais uma vez e ela terminou as coisas, dizendo que eu teria direito para ficar com a criança como pai, mas entre nós não poderia existir mais nada. E eu... Aceitei.
O que eu poderia fazer? Obriga-la a ficar comigo? Oh sim, eu tive vontade de fazer isso, mas não fiz. Eu estava me sentindo um lixo. Eu sabia que Momo sempre teve esse sonho de encontrar a alma gêmea dela, mas achei que depois de tanto tempo juntos, compartilhando uma vida, nosso amor venceria a marca. Eu estava enganado. Completamente enganado.
Anos se passaram e nossa filha já estava na creche e eu tinha o dever de leva-la hoje. Eu não falava muito com Momo, somente o necessário sobre Agatha, mas eu sabia que ela estava feliz ao lado daquele pavê ridículo que ela escolheu. E eu não sabia como me sentir em relação a isso. Novamente, só ignorei.
 
– Onde é sua sala?
 
Perguntei a pequena de cabelos morenos que balançava minha mão animada. Era a primeira vez que eu a levava para a creche nova.
 
– Aquela! Aquela!
 
Apontou pulando animada e eu rir.
 
– Por que toda essa animação? Estudar é tão legal assim?
 
– Eu gosto do meu professor. Ele é fofo e bonito!
 
Sorriu apaixonada e eu logo me irritei. Ela é nova demais para isso, vou ter uma conversa com esse professor pra ONTEM. A levei até a sala e bati na porta. E antes que eu colocasse minha melhor expressão de irritado, senti meu coração falhar ao vê-lo depois de tanto tempo. Era aquele esverdeado, ainda baixinho, mas mais velho e bonito do que eu me lembrava.
 
– Oie Agatha, esse é seu papai?
 
Ele sorriu para minha filha e minha marca esquentou, querendo que aquele sorriso fosse para mim.
 
– Sim!!
 
Ela se soltou da minha mão e o abraçou. Ele a abraçou de volta e mandou ela entrar e guardar a mochila. Depois sua atenção foi toda para mim e eu senti meu equilíbrio faltar naquele momento, sem saber o que estava acontecendo comigo.
 
– Eu te conheço?
 
Ele me olhou com desconfiança. E todo aquele calor em minha marca se desfez. Olhei para seu braço e o dragão continuava lá. Claro. Ele me esqueceu para sempre. Não estamos mais ligados, acorda Katsuki.
 
– Bakugou.
 
Estendi minha mão e ele aceitou. Havia um anel em sua mão.
 
– Midoriya.
 
– É casado?
 
Perguntei sem querer, ignorando sua apresentação, e fazendo-o ficar envergonhado. E era a primeira vez que o via daquele jeito. Foi a primeira vez também que notei suas sardas. Ele era realmente fofo. Como não tinha percebido antes?
 
– N-Noivo.
 
Respondeu.
 
– Ah.
 
Forcei um sorriso e soltei sua mão.
 
– Cuide da minha filha.
 
Foi a última coisa que eu disse a ele antes de sair.
 
– Pode deixar! Até!
 
Ele gritou para que eu ouvisse e fechou a porta. Eu parei e ouvi sua voz animada falando com as crianças. A verdade era uma só: almas gêmeas não existem! E essa foi a razão pela qual eu procurei um estúdio de tatuagem. Eu também queria recomeçar. Eu também queria esquece-lo. E eu esqueci.
 

Soulmates don't existOnde histórias criam vida. Descubra agora