Acho que é por isso que me sinto nervosa hoje, estou indo para uma sociedade considerada gigante ao lado da pequena vila que sempre vivi. Mas agora sinto um pouco de paz segurando a mão de Max a caminho do aeroporto, ele sempre me passou esse conforto.
Nos conhecemos quando minha mãe estava em estado terminal e não podia mais sair de casa, meu pai havia morrido há 2 anos e acho que isso a fez partir logo em seguida. Lembro que ia para o bosque que ficava perto da vila e lá eu corria o mais rápido o possível até chegar ao riacho, onde eu atirava várias pedras para tirar a raiva e a tristeza de dentro de mim, o que obviamente não foi possível. Em um dia desses sentada perto de uma árvore atirando as pedras no riacho vi algo se mexer, levantei rapidamente e recuei e ouvi uma risada masculina (nem tão masculina porque ele era apenas um garoto com voz de garota). Então vi um menino da minha idade, na época 9 anos, seu cabelo era loiro mais puxado para cor de mel e seus olhos verdes esmeralda me encaravam. Daí em diante nós viramos diários ambulantes um do outro.
Dias depois de conhecer Max minha mãe faleceu e tudo que pude pensar foi que ganhei um anjo, ou somente alguém que tinha esse poderoso dom de conseguir tampar todos os vazios que eu sentia.
Depois disso fiquei morando com meu irmão mais velho e minha irmã mais nova, Joseph e Anne. Nossa tia Lisa que morava na vila também nos ajudava a administrar a grande propriedade da família e acabou mudando-se para o castelo.
Mas ainda me sentia vazia, acho que era uma necessidade, podemos chamar isso de sonho também, era uma vontade além de mim de querer conhecer mais do mundo. Fomos educados em casa e nossa biblioteca era extremamente grande e possuía todos exemplares que precisávamos, então sempre li de tudo para passar o tempo e ver se com isso me sentia mais viva. Funcionou!E isso só fez com que meu sonho crescesse mais, a leitura me fez tirar o sonho da teoria e tentar fazê-lo se tornar realidade. Então, tentei convencer de todas as maneiras minha tia a ir para Inglaterra para um intercâmbio cultural, porque já tinha terminado meus estudos do ensino médio em casa (agora tenho 17 anos, assim como Max).
- Ei suph (ele criou esse apelido bobo porque soube que sempre me irritava quando as pessoas pronunciavam meu nome de forma errada) olhe pra mim-enquanto apertava minha mão gelada e me tirava do transe do passado.
-Diga Max-respondi ainda olhando pela janela do carro.
-Você já sabe o que iremos fazer lá? - essa era uma das perguntas mais difíceis pra mim, eu só queria conhecer algo novo e eu não sei bem o que esse algo novo significa. Pensei em algo pra responder mas nada veio na minha mente, então só apertei mais forte sua mão e neguei com a cabeça. E ele como sempre sabia as palavras certas a serem usadas:
-Não importa o que vamos fazer ou não, só saiba que estarei sempre ao seu lado, babaca.
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Quando tudo te surpreende
RandomSou Sophie Daphim e tudo está prestes a mudar em minha vida