Shikamaru estava muito cansado. O dia no escritório havia sido um inferno, problemas de infraestrutura e em relação a formação dos gennins estavam tomando todo o seu tempo, até o que deveria estar de folga. Não aguentava mais horas e horas de documentos e papelada, estava sobrevivendo a base de café preto e nicotina. Precisava de sua casa. Precisava de sua cama. Precisava de seu precioso sono.
Acabará de chegar em sua residência, tarde da noite. Como sentia falta de casa, a mais de um mês não pisava os pés naquele território, mesmo sendo seu território. Gostava do bendito cheiro de veados que aquele lugar emanava.
Deixou seus sapatos no quintal e pendurou o casaco no cabide. Xingou mentalmente quando, ao entrar, tropeçou no maldito leque de sua esposa.
Sua esposa.
Não via Temari a mais de uma semana, como conseguiu sobreviver sem sua mulher? Se repreendeu por não perceber a quanto tempo não via ela e seu filho, a última vez que havia trocado palavras com Shikadai foi para lhe dar uma missão, que por acaso ainda não havia sido finalizada. Foi direto para seu quarto, não estava com fome apesar de saber que provavelmente deveria ter uma quentinha no microondas, necessitava de tomar um belo de um banho.
Subiu as três escadas que levavam até seus aposentos, e detestou quem havia projetado aquela mansão por ter colocado seu quarto no último andar. Chegou no cômodo e abriu a porta lentamente, tentando ao máximo não fazer barulho, sabia que ela estava dormindo. Não ligou as luzes, somente entrou no grande closet, ou banheiro, se despiu e foi para debaixo do chuveiro. Sorriu ao perceber que levaria uma bronca se Temari o visse lavando o cabelo aquelas horas e por um instante desejou que isso acontecesse, precisava ouvir a voz dela, mesmo que para ser repreendido.
Se deixou levar pela sensação relaxante da água escorrendo de sua cabeça até a ponta do seus pés e acabou demorando mais do que o necessário no banho. Desligou o chuveiro, se enrolou na toalha e foi atrás de uma cueca e um short confortável para dormir, isso tudo sem ligar as luzes. Finalmente encontrou uma vestimenta agradável, demorou tanto que chegou a cogitar a dormir nu. Se vestiu e tentou secar pelo menos um pouco de seu cabelo, que estava pingando.
Depois de, inutilmente, passar a toalhinha de rosto diversas vezes pelos fio negros, foi para a parte principal do grande cômodo. Ah, se sentiu uma merda por isso, mas precisava fumar, maldita nicotina viciante.
Procurou sua cartela de cigarros no bolso da calça que estava vestindo anteriormente e teve vontade de morrer ao perceber que estava no bolso de seu casaco, que estava no térreo de uma casa de três malditos andares. Lembrou que tinha uma cartela reserva na cômoda do lado esquerdo da cama de casal que dividia com Temari, e se esgueirou pelo quarto escuro até lá.
Parou do lado de sua mulher, e, antes de pegar a droga na última gaveta, se permitiu apreciar um pouco do rosto mais belo que seus olhos já tiveram o prazer de visualizar, claro, estava amaçado e com os cabelos esparramados por ele, mas continuava perfeito. Como era linda. Nunca se cansaria de ver como aquela criatura bipolar que dividia a vida com ele era incrivelmente bonita, ser encantadoramente bela como Temari era deveria ser crime. Acariciou seu rosto com o dedão direito e novamente se repreendeu, se ela acordasse o mataria.
Desceu com a mão esquerda até a gavetinha e pegou a pequena cartela que emanava um odor insuportável mesmo com os cigarros apagados.
Temari detesta o cheiro de cigarros. A consciência atacou.
- Que merda em- resmungou ao derrubar a caixinha de drogas no chão, alguns cigarros haviam saído de dentro. Pegou-os e guardou novamente, deixando somente um fora. Levantou-se e com o isqueiro, que também ficava na gavetinha, ascendeu.
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Fumante de merda
RomanceOnde Temari detesta o vício insuportável de seu marido em nicotina.