Não faça um ritual

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Eu gosto de chorar na frente do meu espelho, porque meu reflexo não ri de mim enquanto eu choro, ele chora comigo.

A vida segue o mesmo ritmo cansativo todos os dias.

Acordar, comer quando temos vontade, estudar, trabalhar e dormir.

Para outros: Acordar, trabalhar, comer quando podem, trabalhar mais e dormir.

É um ciclo repetitivo sem fim.

Podemos fazer algo para mudar? Podemos. Mas vamos ser sinceros ao menos queremos mudar? Talvez, mas mesmo que quiséssemos não temos força de vontade.

Não é como se viver fosse fácil para alguém.

Ninguém escolheu viver, mas já que estamos vivos vamos fazer aproveito disso, pois se tentarmos retirar nossas vidas pode dar errado e podemos ficar com algum tipo de deficiência para o resto da nossa vida. Ninguém quer isso, então mais vale esperar pela nossa morte, até lá, aproveitamos aquilo que conseguimos.

Desde que ele se foi.

Park seguiu esses ensinamentos.

De dia dando sorrisos para o mundo.

E à noite desabando.

A sua vida já não era a mesma.

Nem uma oportunidade de despedida houve.

Tudo o que ele desejava era dar um último abraço e dizer um último adeus.

Ele tentou.

Tentou pelo menos dar um último adeus.

Ele tentou.

Mas parece que o universo está contra ele.

🥀

As nuvens estavam cinzas, a lua desaparecida, o céu cor de carvão, estava tão escuro que mal se podia ver alguns pássaros que passeavam por ali. Graças aos postes de luz que ali estavam a iluminar a rua dava para vê-la melhor.

O ar gélido era notável, apesar de ser noite não era comum naquela região estar tanto frio. A rua completamente vazia sem se quer uma alma viva a andar por ali, apenas um alguém.
Este que caminhava em direção à sua casa com um saco em uma das suas mãos, acabado de sair da loja vinte e quatro horas em plena madrugada.

As luzes dos postes começaram a piscar sem parar. - Aigoo, isso está estragado ou algo assim?- E então elas voltaram ao normal.- Sinistro.

Continuando a caminhar o rapaz notou um homem que vinha na sua direção todo vestido de preto com um capuz e uma máscara.

- Mais sinistro ainda.- Sussurou para si mesmo enquanto caminhava olhando para o homem que cada vez mais  aproximava-se com seus passos pesados e largos. O mesmo esbarrou no loiro.- Oh desculpe.- Soltou a sua respiração que não percebera que prendia e fez uma reverência sendo ignorado pelo homem, o loiro olhou para o pulso destampado do homem que estava tatuado o número seis. Quando o mesmo escondeu o seu pulso e continuou o seu caminho sendo observado pelo loiro.- Porra. Tô' todo arrepiado. Que cena é essa de tatuarem o número 6? É cada maluco por aí.

Quando este mesmo virou-se para a frente foi possível ver um vulto, e tudo começou a ficar turbulento.

Não faça isso.

- O-o quê?- Questionou-se encostando em uma parede.

Não faça isso.

A voz continuava.

Vocês vão se arrepender. É para o vosso bem. Apenas não façam isso.

- Como assim?

Uma balada fora ouvida, em seguida duas, três, quatro, cinco e por último seis. Seis baladas.

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⏰ Última atualização: Mar 29 ⏰

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