;Subentendido.

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Notas iniciais:

IAE CAMBADA!

Voltei, e com uma história de The Black Phone de novo :D. Real tô obcecado por esse filme, socorrokk.

ENFIM, arrumei um plot e coloquei em prática. É boiolagem pura e fluffy, como eu não fazia há muito tempo e eles me inspiraram pra isso. Espero que vocês gostem!

Aqui eles tem 15 anos em vez de 13. Não que mude muita coisa. Não muda nada, na verdade. Eu apenas consigo enxergar melhor eles com 15 anos nessa história em vez de 13, mas mesmo assim, é pra vocês terem a mesma percepção que eu.

Agora vou cortar o papo furado dkdjskdjskkdkdkkksks. Vambora pra fic.

Boa leitura~

Por baixo da fresta entre a cabine e o chão do antigo banheiro abandonado, sujo e em ruínas, jaziam sentadas duas silhuetas. Apenas dois pares de pernas adolescentes vestidas com calças jeans, um silêncio interminável, a suave luz do Sol invadindo a janela quebrada e o cheiro forte de nicotina cerceando as paredes mofadas do recinto.

Um cenário tão familiar a Robin que chegava a ser sua segunda casa. Não era nenhuma surpresa se reunir com Finney às escondidas naquele banheiro antes da primeira aula, onde tragava um cigarro enquanto o amigo terminava o dever de casa, revisava algumas anotações ou simplesmente se sentava ao seu lado, ombro a ombro, quieto, puramente observando e inalando o fumaceiro do cigarro, porém em nada se incomodando.

Era sempre um momento pacífico, um dos que mais gostava, e esta calmaria ainda se fazia presente naquele instante, num certo paradoxo com a aura densa que fazia pesar o ar. O silêncio interminável, a suave luz do Sol, o cheiro forte de nicotina e mofo estranhamente reconfortante persistiam, e da mesma maneira, a presença de Finney. A diferença é que o garoto não mais estava a seu lado, ombro a ombro, fazendo o dever de casa, revisando a matéria ou esperando seu maço se extinguir. Ao contrário dos outros dias, se encontravam frente a frente, cara a cara, ele enfaixando sua mão ensanguentada, desinfetando o líquido carmesim que pingava nos jeans pesados, o rosto duro e enrugado naquela expressão irritadiça desde o primeiro minuto em que o viu.

Arellano tinha ciência do motivo dele estar puto, e também não o culpava por isso, mas tê-lo tão bravo e impaciente consigo parecia insuportável de lidar. Realmente odiava vê-lo chateado, especialmente quando era o motivo disto, e se sentia ainda pior quando ele ainda cuidava de si, mesmo estando à beira de um ataque de nervos.

Fitava o cigarro em torno de seus dedos, pendendo da mão, a ponta com um bolo de cinzas queimadas prestes a cair, como se fosse a vista mais deslumbrante do mundo, tudo para não ter que lidar com o olhar decepcionado de Finney.

Aguardava esperançosamente aquela quietude desconfortável ser interrompida, esperava que ele murmurasse algum palavrão, lhe desse um esporro, mas nada, nenhum vestígio de lábios entreabertos, apenas a boca crispada numa linha apertada.

Inquieto, com uma sensação nauseante e um nó na boca do estômago, tão apertado quanto o oxigênio comprimido em seus pulmões, incapaz de lidar por muito tempo com a indiferença alheia, chamou:

— Finn.

Normalmente Finney teria ao menos erguido os olhos para prestar atenção em suas palavras, mas nem sequer titubeou. Era como se fosse incapaz de ouvir sua voz, ou propositalmente o ignorasse… ou estivesse se acalmando para não soar grosseiro em meio ao mar de raiva que sentia. No entanto, embora Robin fosse grato por isso, naquele ínterim a voz de Blake era tudo que desejava ouvir, para saber que tudo não estava completamente fodido. O problema não era quando o amigo rebatia em uma discussão, e sim quando ficava quieto.

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⏰ Última atualização: Aug 20, 2022 ⏰

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Mãos Ensanguentadas e Gazes Enfaixadas - Finney/Robin Onde histórias criam vida. Descubra agora