A fuga

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–  2 anos depois da catástrofe –

Depois de perder Nara, era como se Thomas tivesse perdido os 4 membros de seu corpo, ela era uma parte dele e fundamental para vida deles nesse mundo pós-apocalíptico ele ainda se lamentava por isso, e ainda carregava a cicatriz por tentar salvar sua filha e ter tudo isso arruinado por uma briga e uma realização de sonho de infância estúpida e inteligente de Thomas.

– Me ajuda com isso - Lyal o chama se referindo a grande porta de metal do bunker que os mesmos tinham encontrado, vazio, sem estoque de comida e com um casal de zumbis mortos dentro. Thomas se levanta entrando com Lyal e tendo um resto de 2 dias de paz ali, até que...
  [BOOM!] Um estrondo sai da grande porta de metal acordando os dois rapidamente e logo deixando uma fumaça subir pelo bunker, Lyal e Thomas gritam um pelo outro e acabam se esbarrando e, tendo uma visão turva de pessoas mascaradas levando embora uma de suas mochilas, os dois estão quase apagando por conta da fumaça mas antes disso Thomas puxa um lençol cobrindo os dois com esperança de ajudar, então eles apagam.

  [Horas depois]

Era entardecer quando Thomss conseguia abrir seus olhos novamente, se levantando tentando lembrar do que aconteceu. Depois de ver Lyal no chão ele vai até o mesmo e o chacoalha para levantar a porta caída no chão, para passarem a última noite deles no lugar onde achavam que estavam seguros, então os dois apagam de novo.

[De manhã]

Lyal levanta com sua perna esquerda machucada e Thomas o ajuda a andar para saírem dali com uma das mochilas que restou com 5 garrafas de água e 4 comidas enlatadas para uma caminhada para o unico lugar que estariam seguros... A S.T.A.R corporation.
Horas caminhando os dois param em um posto de gasolina corroído, se recuperando pela noite, mesmo que soubessem que não poderiam ficar por muito tempo ja que nem seu próprio bunker era seguro. Depois de fazer curativos eles voltam a sua caminhada por horas e horas, no final se encontram na frente do portão da base, eles não veem mais guardas ali, e mesmo depois de anos ainda ouvem um caos lá dentro e espaço-naves dão para ser avistadas de longe ao fundo da base assim dando para entender que o caos se estabelecia ali por conta das pessoas implorando para entrarem e não perderem suas vidas. Thomas e Lyal adentram a base e começam a seguir o primeiro grupo de pessoas que veem se deslocando para uma das naves, perto da nave eles comemoram achando que ficariam bem, mas acontece um imprevisto, no momento estéril que estão entrando o piloto enlouquece e se atira da suspensão entre a base e a nave, levando com ele seu cartão de identificação que funcionava como ignição da nave, com essa realização outras milhares de pessoas começam a se atirar de uma altura de 80 metros. No meio da multidão Thomas e Lyal passam pelas pessoas e adentram a nave, perto da sala de comando Thomas puxa um cartão de identificação e nele estava escrito "Thomas Heck."

– O que? onde você conseguiu isso?
– Eu guardei isso por anos esperando o momento certo para usar. – Ele dizia isso admirando aquele cartão com linhas diagonais azuiz no canto inferior esquerdo – A pessoa que criou tudo isso deveria ter o mínimo de reconhecimento não acha?
   Thomas dizia sem olhar no rosto de Lyal e então ele usa sua identificação para dar partida na nave, quando as pessoas ouvem que a nave ligou começam a entrar desesperadamente, então os dois voltam para a entrada tentando manerar a quantidade de pessoas que entravam na nave e, no meio de tanta gente Thomas vê a cena mais perturbadora de sua vida... Empurraram Lyal para fora da nave. Thomas correu como nunca e usou toda sua força restante para segurar Lyal.

– LYAL EU TE SEGUREI, não se procura eu tô aqui, mesmo com você sendo uma pessoa horrível eu juro que vou conseguir te puxar. – Thomas dizia mesmo sentindo suas mãos deslizarem.
– Thomas tá tudo bem, mesmo com seu desejo sádico continuamos juntos, me desculpa pela Nara se eu pudesse fazer diferente, eu faria.
– Não começa com seu discurso patético Lyal não fala isso.
– Obrigado por continuar no meu lado, você deve viver para sempre, eu amo você. - Lyal dizia com uma lágrima caindo de seu rosto enquanto o vento das duas outras naves saindo batia no rosto dele, fazendo ele escorregar e despencar.
– LYAL NÃO ‐ Thomas se encontrava congelado, era como voltar 2 anos atrás. A entrada da nave estava se fechando, toda sua tristeza acumulada por esses anos por coisas que ele fez para ele mesmo foi comprimida a ódio em um segundo, fazendo que Thomas esqueça de tudo que levou a ser ele mesmo até hoje. Ele achou a mulher que havia empurrado Lyal, sua única razão de ainda estar vivo nesse mundo que ele criou e, em um piscar de olhos ele ja tinha partido para cima dela, as outras pessoas acharam que era um dos zumbis mas quando ele começou a gritar para a mulher, perceberam que não era. Tentaram separar mas era inútil, ela ja estava destruida no chão, sendo uma sequência de pessoas tentando parar e ele lutando um por um, mas acabou apenas com Thomas sozinho na nave vagando pelo limbo do Universo.

Horas, dias, meses se passam e Thomas pensava que sua única companhia eram as bolinhas de papel amassadas e com desenhos de Lyal esparramadas pela nave, porém ele junta suas forças para comer mais uma vez e quando olha pela janela, tem a visão de um olho vermelho com a íris escura como o vasto campo infinito do universo. Aquilo era um "animal" — um ser vivo pelo menos —  mas se comportava como uma nuvem maleável e leve, não demorou para a escuridão dessa nuvem invadir os arredores da nave como se estivesse a engolindo lentamente, e sugando o resto de almas aflitas de pessoas que perderam sua vida ali.

[ H0r4§? D3c☆da$? O que é o TƏጠP0? }

A nuvem cospe Thomas, o deixando completamente desprotegido no vácuo do universo porém de alguma maneira ele não morre, ficando cara a cara com a nuvem. Essa que, é uma massa de ódio acumulada vagando pelo universo engolindo o que pode, sendo até mesma expulsa por mais de 300 universos — os aglomerados de aglomerados de galáxias — Sua vingança era atrair almas perdidas e condená-las a terem suas vidas e universos perdidos, fazendo isso se aprimorando da forma de todos os seres que vivem em um único universo, e repetindo esse processo incansavelmente e o universo dessa vez era o ser humano.

Thomas não foi destroçado, afinal ele deu de bandeja as almas aflitas da terra para a nuvem. E com tanto tempo lá, ele acabou desenvolvendo sua própria humanidade e consciência. A nuvem odeia Thomas por não ter força suficiente para ser capaz de matá-lo, já que seu ódio de viver na terra foi comprimido a ser tão forte quanto ela, e Thomas odeia a nuvem por ser ele mesmo ali, por ele ser apenas uma parte dessa massa de maldade — mas ele canta vitória por ter superado a força da sua criatura-mãe — que vaga pelo limbo infinito universo cheio de aglomerados de mais universos à 12 bilhões de anos após ser rejeitada pela primeira vez, quando o espaço sideral inteiro deu seu primeiro suspiro.

Condenada a viver para sempre.

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