Capitulo 2

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Uraraka se punia por não ter respondido nada, o silêncio continuaria por um bom tempo e em face da urgência que ela tinha de falar com ele, aquilo a causava um nervosismo desconhecido. Não sabia o que falar então abdicou de conversação afinal.

Uraraka estava familiarizada com aquela cozinha já, sabia onde ele guardava tudo então foi rápido que ela fez o café. Depois de pronto serviu café para os dois em xícaras, Bakugou que já estava fervendo água se virou e bebeu um pouco do café dando um sorriso mínimo. Uraraka continuou em silêncio bebericando a bebida enquanto Bakugou continuava cozinhando.

Não que Bakugou odiasse o silêncio, mas o dela era inquietante. Estava quase sempre tagarelando, vê-la assim calada incomodava o loiro. O que ela quer me dizer que não fala? Desde quando ela tem filtro?! Bakugou se questionava em pensamento. Ele a encarou por cima do ombro, a mulher estava com a cabeça baixa sobre os braços cruzados na mesa, pensando talvez, mas para Bakugou parecia mais estar adormecida.

Bakugou a deixou descansar enquanto cozinhava uma refeição, a acordaria depois, ela aparentava estar muito cansada, ele sabia que ela estava exausta, o tanto de trabalho que ela se responsabilizou em fazer...

Enquanto Bakugou cortava os ingredientes memorou a ocasião em que ele contou a Uraraka que iria sair do país, não faz mais que uma semana, ela se comprometeu em tomar conta de toda a papelada de casos abertos e arquivados, sorriu dizendo que era uma grande oportunidade e que lhe daria todo o apoio, deu os parabéns dizendo estar muito feliz por ele... Era a reação que ele sabia que ela teria, foi um pouco decepcionante não ouvir nada que mostrasse que ele faria falta, mas sabia o que ela estava fazendo... O deixando tranquilo para a viagem, era o que ela fazia afinal, tomar conta dele.

Bakugou se sentia uma criança quando ela fazia aquele jogo de palavras para cuidar dele, mas não conseguia ficar com raiva quando sabia que ela queria apenas vê-lo bem.

Mas ela não poderia faze-lo desta vez, não quando todas as coisas que ele precisa de conforto não pode deixa-la saber. Se ela descobre que eu escondi aquilo dela vai ficar muito triste, não posso deixar que ela saiba. Sabia que o que fez não foi justo com ela, com ambos, mas ele não queria brigar com sua parceira, por mais que o mesmo merecesse ouvir palavras duras da mulher que ele jura amar, mas que não quis evitar machucar ... Continuo sendo um covarde, todo esse tempo tentando impedir que eu me machucasse e agora eu fiz isso com ela, é melhor que ela não saiba, assim vou preservar nós dois. Vai ficar bem contanto ela não saiba.

Olhou para trás mirando a mulher adormecidas sob a ilha da cozinha tentando administrar o sentimento de culpa e angústia que o enchiam o peito. Porque fiz isso com ela? Era só eu ter contado... Ela me apoiaria eu sei, porque eu não quero isso? Porque eu continuo rejeitando ela?

Bakugou não sabia lidar com a presença dela ali, com ela sorrindo, o mirando e tentando se aproximar. Sentia que estava no limite, era angustiante ter ela ao alcance dele e saber que em breve teria que ir embora. Deixar que seu coração o fosse arrancado do peito para ser deixado aqui com ela. Porque não importa o quanto ele tente se convencer, não existe distância nem mudança que consiga faze-lo parar de a amar.

Então podemos concluir que ele aceitou ir embora apenas por mutilação de ambos, para se sentir miserável e afasta-la dele. Não haviam outros motivos bons o suficiente para tirá-lo de perto dela além do próprio desejo de ser odiado por sua parceira, porque ele preferia acreditar que ser odiado por ela seria menos doloroso do que ser apreciado, mas não amado.

Imaturo como nunca deixou de ser, teve a covardia de esconder que ele planejou a ida há meses e não quis conta-la por não querer lidar com os sentimentos que surgiriam de ambos, e a única coisa que impedia daquela amizade implodir numa discussão era a capacidade de Bakugou manter esse corrosivo segredo.

FarewellOnde histórias criam vida. Descubra agora