- Ah, Pete...
Foi tudo o que Vegas conseguiu falar ao ver seu namorado entrando novamente no quarto, com mais uma bandeja de comida em suas mãos. Por mais que a comida esteja realmente deliciosa, seu estômago já estava reclamando com a quantidade de coisas que já tinha ali dentro. Se comesse mais uma colherada de sopa sequer, iria acabar vomitando.
Porém, apesar dos resmungos, Pete não pareceu recuar. Ao invés disso, sentou ao seu lado na cama e pegou a tigela e uma colher, pronto para pegar mais um pouco de sopa para colocar em sua boca.
- Abre. - o tom de voz de Pete era mandão, fazendo Vegas arquear a sobrancelha com tamanha audácia. - Não me olha dessa forma. Vai agir como criança, vai ser tratado como criança. Agora abre a boca.
- Eu já estou cheio, vou acabar explodindo.
- Você não comeu nada ontem a noite. Precisa se alimentar melhor.
Vegas não deu nenhum sinal de que abriria a boca. Revirando os olhos, Pete deixou a tigela no cômodo ao lado da cama. Antes que pudesse respirar aliviado, teve uma surpresa ao sentir os dedos de Pete apertarem forte suas bochechas, o forçando a fazer um biquinho. Com um pouco de abertura, Pete quase iria fazer com que ele comesse finalmente, mas Vegas conseguiu se desvencilhar de seu toque de forma rápida. Aquele cretino.
- Vegas...
Antes que Pete falasse, Vegas se aproximou mais de seu rosto. Mesmo não acontecendo absolutamente nada, isso foi o suficiente para fazer Pete perder os sentidos. Estavam tão perto que suas respirações eram ouvidas, seus narizes se roçando, os olhos presos na boca um do outro, esperando que alguém quebrasse a pequena distância de seus lábios.
- Amor, já estou cheio demais. - de uma forma calma e discreta, Vegas estava tentando tirar a tigela das mãos de Pete. - Estou melhor, prometo.
Estava quase conseguindo, faltava muito pouco pra tirar a tigela de suas mãos. Porém, um som de celular fizeram os dois se afastarem. O celular de Pete estava tocando, o som de um alarme.
Pete arregalou os olhos e se afastou, fazendo seu namorado resmungar palavrões pela falta de contato. Iria perguntar se tinha algum problema, mas sua pergunta foi esclarecida quando a sopa foi deixada pra trás e Pete pegou algo ao seu lado. Um remédio com um gosto horroroso.
- Ah, não.
- Pode escapar da comida, mas o remédio vai ter que tomar. Agora é sério, abre a boca.
- Não preciso mais do remédio. - por alguma coincidência divina, foi questão de segundos para Vegas começar a espirrar repetidas vezes.
Pete esperou os espirros cessarem. Vegas, mesmo a contra gosto, abriu a boca daquela vez. O sabor daquilo era amargo, mas tentou não reclamar muito. Não vendo Pete parecendo tão satisfeito ao ter conseguido.
Ele tinha aberto um sorriso tão grande que fazia com que seus olhos quase se fechassem.
Isso ajudou o remédio a ficar menos horrível.
- Pronto, vai ficar bom rápido. Agora precisamos verificar sua temperatura novamente. Você não parece estar mais com febre, mas mesmo assim prefiro ter certeza. Mas vai ficar aqui na cama por hoje, nada de trabalho. Eu vou fazer as coisas por você, mas somente por mais alguns dias. Ler tantos papéis está me deixando cansado. E por falar nisso, tem alguns...
Pete continuou falando sem parar. Vegas não estava ouvindo uma palavra sequer.
Ele parecia estar tão radiante só com o fato dele estar melhor. Isso fazia com que o coração de Vegas ficasse acelerado de uma forma absurda.
Era um sentimento tão novo.
Desde sempre cuidou de Macau e tentou tanto protegê-lo, que tinha esquecido dele próprio. Não era a primeira vez que ficava doente, mas tentava esconder ao máximo, tanto para Macau quanto para as outras pessoas. Mesmo sendo uma simples gripe ou algo mais grave, sempre tinha que parecer estar bem.
Ser cuidado daquela forma era algo novo.
Tinha alguém para cuidar dele agora. Pete estava ali, ao seu lado. Não precisava esconder quando estivesse mal.
Não sabia que ser cuidado por alguém era tão bom.
Era isso?
- Vegas? Está me ouvindo? Estou falando uma coisa séria...
- Eu amo você, Pete.
Isso saiu de uma forma tão leve e tão natural. Como se isso fosse algo tão gostoso de se dizer em voz alta, que não se importava em repeti-la quantas vezes quisesse.
As bochechas de Pete começaram a ficar avermelhadas. Antes que pudesse se prolongar, Vegas tratou de fazer os dois se deitarem na cama. Vegas passou o braço por sua cintura, descansando a cabeça na curvatura de seu pescoço e deixando um beijo no local. Pete pareceu ficar relaxado, passando a acariciar seus cabelos.
- Eu também amo você, apesar de ser insuportável as vezes. - disse Pete.
- Não fui eu quem te obrigou a comer uma porção de comida mesmo falando que estava cheio.
- Eu só estava preocupado, está bem?
- E eu agradeço por isso.
De fato, ele estava grato por ter Pete ao seu lado.
Era mais do que o suficiente.
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caution; VEGASPETE
FanfictionAonde Pete estava bastante preocupado com a saúde de seu namorado. Mesmo que fosse somente uma gripe.