roubando rosas e corações.

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Os dias quentes da primavera eram os preferidos de Jisung. Ele é suspeito pra falar da estação das flores, afinal ele é herdeiro da floricultura de seus pais e desde quando era criança seu passatempo favorito era perguntar sobre cada uma das flores que eram vendidas ali.

Jisung ama flores, café e um certo rapaz que estava parado na vitrine da floricultura, recolhendo algumas flores que ficavam de mostruário na parte de fora.

O Han apoiou os cotovelos no balcão negando com a cabeça para a cena com um sorriso bobo enfeitando o rosto, e acompanhou o moço com os olhos vendo-o entrar escondendo as mãos atrás das costas e uma expressão arteira, tentando conter o riso.

Então se aproximou com calmaria e estendeu as rosas recém apanhadas para Han dizendo:

- são suas.

- você as pegou da própria floricultura Lee! - Jisung responde fingindo indignação.

- como eu disse, são suas. - o rapaz retrucou com um sorriso ladino, logo puxando Jisung pelo queixo para selar sua boca - estava com saudade, meu Han.

- você continua roubando minhas rosas - Jisung fala raspando os lábios nos de Lee, então passa pelo balcão para abraçar propriamente o namorado e segreda em seus lábios - também senti saudades, meu Lee. - deixa mais um beijo estalado, este que Minho não perde tempo em aprofundar.

Lee Minho era o melhor acaso que houve na vida de Jisung, pois justamente no dia em que Han ficou sozinho cuidado da floricultura enquanto sua mãe estava ocupada cuidado de seu pai - que graças à um acidente de trabalho, precisou ficar bons meses de cama e recebendo cuidados - ele viu uma movimentação estranha na frente da loja, então percebeu que havia um ladrãozinho de rosas na frente da floricultura.

Em um primeiro momento, Jisung se desesperou, pois a cidade era tão pequena e pacata, raramente se ouvia falar sobre ladrões, e bem ele decidiu que ao invés de ligar pra polícia, seria melhor ameaça-lo com uma pá de jardinagem. E ainda bem que ele não chamou os policiais, pois o pobre coitado do ladrão de rosas era tão delicado quanto as flores que tentou roubar.

O ladrão quando viu o garoto se aproximar com a pá apontada para si, pôs-se a chorar e pedir desculpas. Era praticamente uma criança inocente, assim como Han, e foi disso que nasceu a cumplicidade de Jisung. Ele tentou acalma-lo e acabou por leva-lo para dentro da lojinha de flores. Lá, ele descobriu por entre as lágrimas do ladrãozinho que seu nome era Lee Minho, um garoto com pais vivos, mas praticamente rejeitado por ambos.

As rosas eram as flores favoritas de sua vó, que segundo Minho, era uma senhorinha dócil, porém com vários problemas de saúde e o garoto queria apenas fazer um agrado para a única família que o amava, contudo não tinha dinheiro nem para comprar uma simples rosa.

Jisung se sentiu comovido com a história e decidiu que uma rosa levada por Minho não faria falta, mas quem dera se fosse apenas uma rosa levada por Minho.

Junto consigo, Minho também levou o coração de Han, assim como deixou o seu ali com Jisung. E isso levou o Lee mais uma vez até a floricultura, e mais uma, e mais uma, até se tornar um hábito para Minho passar ali diariamente, nem que fosse apenas para conversar por cinco minutos com o pequeno floricultor.

E eles praticamente acabaram de crescer como melhores amigos inseparáveis. Brigavam e se resolviam no mesmo dia, pois não conseguiam sustentar o orgulho por muito tempo. Estar juntos era mais importante que qualquer briguinha idiota e era tão bom para Jisung acordar de manhã e pensar que durante seu expediente receberia uma visita de seu amigo tão especial.

A amizade forte dos dois foi começando a se tornar um pouco estranha quando Jisung comentou estar interessado em uma amiga da escola. A verdade é que Han já estava tão apaixonado por Lee que sentia seu corpo todo travar em pânico só de pensar que estava realmente gostando de um menino. Achava que seus pais jamais aceitariam a ideia de não ser hétero e que até mesmo Minho o rejeitaria.

Por isso marcar um encontro com uma garota parecia ser a solução de seus problemas, entretanto não foi.

O que houve na realidade foi que Minho se afastou por alguns dias. Não atendeu ligações, não passou na floricultura, simplesmente desapareceu, tornando Jisung tristonho. Até que Lee aparecesse na floricultura com algumas moedas, o suficiente para comprar apenas uma única rosa.

O coração de Han estava palpitando contente em ver seu amigo, porém quando este revelou que estava comprando a rosa, pois pretendia se declarar para a pessoa que ele amava romanticamente, ele sentiu tamanha amargura que quase se pôs a chorar ali mesmo.

Jisung vendeu a rosa que Minho usou para se declarar para ele segundos depois a compra. E obviamente após muito choro da parte de ambos eles finalmente passaram a namorar, mesmo que nem sempre os pais de Jisung fossem tão... Receptivos com Minho.

Quer dizer, as vezes sua mãe podia ser um pouquinho implicante demais com o genro.

- olá Minho, veio mais cedo hoje? - a senhora Han diz de braços cruzados do outro lado da loja, o rosto contraído em uma careta muito semelhante a de Jisung quando se irritava. Muito da beleza do garoto veio dela, Minho tem certeza pela semelhança dos dois.

- olá Senhora Han, como vai? - Lee dá um meio sorriso à sogra. Não era como se fosse a primeira vez que fossem flagrados se beijando com tanto afinco, mas ainda não deixava de ser constrangedor da mesma forma.

- vou bem, mas estaria melhor se Jisung voltasse ao trabalho e você parasse de roubar as rosas da vitrine para dar a ele. - sua expressão irritada da mulher se suaviza levemente ao ver o sorriso sapeca do filho e do genro - eu estou falando sério com vocês.

- eu prometi nunca mais roubar nenhuma rosa de sua floricultura senhora Han, a única coisa que pretendo roubar e nunca mais devolver é o coração de seu filho. - Minho diz apaixonado abraçando Jisung pela cintura com carinho, enquanto este sorri e planta um beijinho em sua bochecha.

- ele já é todo seu, bobo, desde o dia em que te conheci, ladrãozinho. - o Han afirma se aconchegando no abraço do Lee.

A mais velha rola os olhos e nega levemente com a cabeça, mas não escondeu o sorriso largo que surgiu logo em seguida, afinal ela era mãe, e seu filho sendo hétero ou não, o que mais valia era aquele sorriso lindo que aquele ladrãozinho de rosas arrancava de seu menino.

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escrevi essa fic soft pra adoçar minha vida amarga; relevem os erros, tô com preguiça de corrigir agora; espero que tenham gostado <3.

stolen roses | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora