tá, talvez seja um padrão alto mesmo.

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Muitos, sob efeito de curiosidade exacerbada, tendiam a fantasiar com a famosa vida alheia. E quando se é uma pessoa de face popular e carisma sincero, isso aumenta em mil por cento.

Yang Jungwon entendia bem sobre isso.

Sendo parte do grêmio estudantil, seu rosto estava presente em diversas atividades, visto que seu senso de responsabilidade admirava a todos. E sua personalidade doce e amável cativava em demasia.

No entanto, apesar de possuir tamanho respeito precoce, existia uma questão pertinente que mantinha os alunos com ouvidos atentos: o famoso namoro (nem tão) secreto do garoto.

O jornal da escola, comandado por Wonyoung e Haruto, publicara na semana passada uma matéria sobre o assunto, frisando uma única frase: "Yang Jungwon tem um padrão alto demais."

Mesmo que isso deixasse o garoto incomodado parcialmente, optou por não dar bola, afinal, o jornal vivia a base de fofocas mistas. Ora certas, ora equivocadas.

— Se quiser, posso falar com eles. — diz Sunoo, amigo de Jungwon. O mais novo nega, dando um sorrisinho de canto.

— Eles querem apenas atenção. E não vou dar isso a eles. — responde, afinal. Jungwon conhecia bem ambos os representantes do jornal, não eram más pessoas, gostavam, apenas, de estar com um pé em notícias quentes e frescas.

E que mal havia em ter um padrão alto, afinal?

O grêmio estudantil, naquela manhã, tinha pedido a Jungwon que resolvesse determinados assuntos, portanto, decidiu ficar um pouco mais na escola para resolver tudo com calma e paciência.

Estando sozinho, optou por deixar Mitski tocando ao fundo. Suspirou cansado, analisando a pilha de papéis que ficara ali, para serem analisadas e lidas. Respirou fundo, começando o trabalho.

— Você me parece estressado, querido. — comenta uma voz suave, doce no timbre certo. Se virando para o lado, Jungwon dá de cara com Nishimura Riki, apelidado de Niki, aluno prodígio de exatas, ainda que esteja no primeiro ano do médio. Ele, diferente dos outros, fica bem usando o uniforme escolar, pois, na opinião de Jungwon, realça o quão bonito o japonês é.

— E estou. — sua voz entrega, não apenas a verdade, como, também, o cansaço. Deixa de lado os papéis, apenas para massagear as têmporas e retirar o óculos de grau da face por alguns segundos.

Niki se aproxima, calma e cautela, e com delicadeza, põe ambas as mãos nos ombros de Jungwon, massageando a área.

— Você precisa dar pausas, querido, e recusar alguns trabalhos quando outra pessoa pode fazê-los no seu lugar. — o japonês fala, fazendo certa pressão em determinados pontos dos ombros do mais velho. Ele sabe os pontos certos, que podem aliviar a dor e incômodo. — Sei que dá conta, não duvido disso, apenas prezo por seu bem estar.

— Eu sei... só é difícil rejeitar os pedidos quando todos têm uma imagem específica sua.

E Niki entendia isso, esse ponto que exige bem mais de você do que você pode suportar. E queria muito poder fazer algo que ajudasse Jungwon.

Niki termina a massagem, virando a cadeira de Jungwon para que o outro pudesse encarar Nishimura sem problemas. O mais velho tem madeixas castanhas, olhos doces e pele suave como seda. O mais novo tem um apego por aquele loiro — que já se torna apagado — e por seus brincos de cruz.

— Quando você acabar, eu te levo para lanchar. Pode ser? — oferta de modo atencioso, sorrindo no final. Jungwon assente, recebendo um selinho após a confirmação.

O jornal tinha razão quanto a fofoca referente a Jungwon. Ele possuía mesmo um padrão alto. Afinal, Nishimura Riki tem 1,80.

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