Transgender. Hyuckren

01.

- Yoona, meu amor! - A mulher gritou do andar de baixo.

Na realidade, seu nome não era Yoona. o seu verdadeiro nome, pelo menos para ele e seus amigos, era Huang Renjun. Ele era um garoto trans, mas não era assumido para sua família. Pensa bem, seus pais eram extremamente homofóbicos e religiosos, se contasse provavelmente seria expulso de sua casa e a última coisa que gostaria era que isso acontecesse.

Renjun não gostava quando o chamavam de Yoona, mas aguentava tudo aquilo, pois tinha esperança de um dia sair daquela casa e finalmente ser livre para ser quem ele é. O garoto respirou fundo antes de sair de seu quarto e descer as escadas, sua mãe o chamando não era para coisa boa.

- Oi, mãe. - Disse com um tom cabisbaixo em sua voz, se sentando ao lado de sua mãe e esperando a mulher lhe contar do porquê o chamar.

- Oh minha menina, acabei de descobrir que a vizinha descobriu que o menino dela era um... Travesti.- Sra. Huang falava com uma feição horrorizada. - Sinceramente, aonde esse mundo vai parar? Deus o criou como um rapaz e ele ofende o próprio criador se chamando de Irene? Acho que era assim o nome da bicha.

- Ah senhora minha mãe. - Renjun sentia suas mãos tremerem em seu colo, queria chorar ali mesmo por ter que ouvir tudo isso sem se posicionar sobre. Da última vez que tentou, o seu pai acabou lhe dando uma surra. - Eu concordo com a senhora, onde esse mundo vai parar, não é? - Deu um sorriso forçado, o que mais queria era sair daquela conversa.

- Se eu descobrisse que minha filha virou um menino, eu ficaria horrorizada! Mandaria seu pai lhe dar umas poucas e boas mocinha! Mas não tenho que me preocupar, eu sempre te criei da maneira correta para que isso não acontecesse, certo? Você é meu orgulho. - A mulher passou a mão no rosto de seu filho acariciando sua bochecha. - Não posso dizer o mesmo sobre seu irmão. Taeyong foi um malcriado, eu o criei tão bem e ele retribuiu isso se relacionando com outros homens.

Nessa hora o sangue do garoto ferveu, apertando os pulsos em seu colo, irritado, como ela ousava falar sobre seu irmão mais velho dessa maneira?

Taeyong era o filho mais velho de sua família, um rapaz bondoso, gentil, humilde e carinhoso com todos, que sempre procurava ver o melhor das pessoas. Mas infelizmente, ele era um anjo que vivia rodeado de pessoas repugnantes ao seu redor, incluindo seus pais. No dia em que Taeyong apareceu em casa com o seu namorado Jaehyun, em frente aos seus pais, ele foi despejado de casa. Primeiro os senhores Huang queriam fazer ele se ajoelhar no milho e rezar pedindo perdão aos seus pecados, mas Taeyong não foi fraco e lutou até o último "eu te amo" que poderia ter dito ao irmão. No começo foi difícil lidar com a ida do rapaz, Renjun mal conversava com seus pais, não se alimentava direito e mal saia do quarto, mas após um tempo conseguiu contato com seu irmão e passou a ficar um pouco melhor, mas eles não podem se falar todos os dias já que seus pais olhavam o celular do mais novo quando desconfiavam de alguma coisa. Renjun admirava a coragem de seu irmão e desejava ter ela um dia para si.

Renjun respirou fundo, se levantou do sofá sem falar nada e apenas olhou para sua mãe forçando um sorriso de novo.

- Mãe, peço perdão, a conversa estava muito boa, mas tenho que ir cuidar do meu cabelo agora. - Deu qualquer desculpa esfarrapada que poderia dar.

- Tão vaidosa assim como sua mãe! Vai lá, amor. - Sua mãe sorriu para ele e se levantou indo até seu quarto. - Era apenas isso, eu irei ler e qualquer coisa pode me chamar, está bem?

Renjun concordou com a cabeça, observando a mulher entrar no quarto ao lado da sala de descanso.

P.O.V Renjun

Quando não a vi mais, subi de maneira rápida para meu quarto, qualquer um acharia que eu estaria correndo naquele momento com a velocidade em que cheguei no cômodo. Tranquei a porta com cuidado e me abaixei ao lado da mesma com as mãos em meus fios de cabelo, mais uma conversa daquelas e minha cova estaria pronta.

Se minha mãe soubesse o quanto dói ouvir isso dela, o quanto me machuca, será que ela ainda falaria sobre? Provavelmente sim, para me machucar mais ainda.

Se meu pai descobrisse isso, será que ele me apoiaria? Provavelmente não, ele me bateria dizendo que se eu quisesse ser um homem, eu apanharia como um.

E se Taeyong estivesse aqui, ele me ajudaria? Com toda certeza, Taeyong cuidaria de mim como um filho, o único membro da família que realmente me acolheria, faria eu me sentir realmente bem.

Eu não tinha espelhos em meu quarto, odiava minha aparência, odiava aqueles cabelos longos, odiava aquele rosto fino, odiava aqueles seios, odiava o seu corpo e a si mesmo por aparentar ser tão feminino, era difícil lidar com isso.

Vou escolher deixar isso de lado ou terei outra crise aqui mesmo. Me levantei e limpei as lágrimas que nem percebi descer pelo meu rosto, peguei meu telemóvel que estava em minha cômoda de maquiagem e vi uma mensagem no meu grupo de amigos, eles eram loucos de me encherem de mensagens assim.

Jijico: não, você não disse isso Chenle.

Rico que me banca: Jisung aceita o fato.

Canadá: Vocês cansam minha beleza.

Coelho, me mordeu porra: Que beleza?

Vocês estão enlouquecendo viu, as vezes penso sobre nossa amizade: You

Coelho, me mordeu porra: As vezes?

Canadá: as vezes sempre.

Rico que me banca: Jaemin 'tá escrevendo muito certinho hoje, aprontou.

Não duvido:You

Coelho, me mordeu porra: Não, jamais, mas so quero avisar que eu adicionarei uma nova pessoa aqui.

O QUE? NWO FAZ OSSO JAEMIN: you

Canadá: outro maconheiro não.

Jijico: putaweupariu.

Solzinho foi adicionado ao "Culto satânico, papais do Renjun ama"

...:you

Solzinho: Jaemin...

Rico que me banca: NA CARA SE PAU JAEMINKKKKKKKK

Canadá: adicionar ex é pecado.

Eu não vou ficar aqui: you

Coelho, me mordeu porra: que ex?

Vocês saiu do grupo.

E o diabo é ardiloso quando ele quer, não adiantou sair do grupo que já escutei uma notificação nova em meu celular de novo, tirando o grupo inteiro me pedindo para voltar, achei que era Jaemin se desculpando, mas na verdade era Haechan?!

Solzinho: Yoona? Me desculpa se minha presença foi incoveniente.

Nunca cheguei a dizer para o garoto que eu era um rapaz, ler aquilo me doeu, mas estava com o sangue fervendo e muita coragem, dizer por mensagem não seria adequado.

Primeiro, não me chame de Yoona: you

Solzinho: ? Está bem.

Segundo, se quer algum perdão, me encontra na creparia lá na esquina da casa do Jeno: you

Acho que era hora me assumir pelo menos para ele. Se eu contar que ele terminou comigo porquê se descobriu gay, vocês acreditam? Pois é amigo e eu não tive coragem de contar nem mesmo naquele dia.

Mas acho que agora mesmo vou contar para ele sobre isso, não acho certo esconder, e sinceramente? Não superei ele ainda. Não ligo se está muito cedo, se nos vimos agora depois de três meses, é bom que ele saiba, pelo menos eu acho que seja algo bom.