- hannie vamos no bate bate, não na montanha russa não espera- si-u falava apontando para quase todos os brinquedos
- calma si-u a gente ainda nem entrou- Jisung sorriu enquanto me tirava de dentro do carro.
Assim que entramos vi o lugar cheio de gente, as filas enormes dos brinquedos e não posso deixar de falar que as barracas de jogos também não estavam diferentes, e aquele típico olhar das pessoas ali que claramente dizia " o que um cadeirante está fazendo aqui?"
Eu estava lá por si-u, eu literalmente estraguei os planos de uma criança e cai entre nós que é horrível quando um toco de gente não vai com a sua cara, lembro até hoje quando do-yun nasceu o garoto não ficava um segundo sequer no meu colo que já abria o berreiro
Péssimas lembranças
Fui para um barraca de cachorro quente que tinha ali enquanto os dois foram pro bate bate, vi a alegria deles e Jisung parecia uma das tantas crianças que estavam naquele parque.
Depois do bate bate eles foram quase em todos aqueles brinquedos o que me fez pensar de onde eles tiravam tanta energia só de eu estar vendo eles e todas aqueles pessoas pra lá e pra cá já me dava cansaço. Me segurei para não rir assim que vi Jisung sair da montanha russa com o cabelo todo bagunçado e um expressão que claramente dizia " me tire daqui" enquanto si-u estava eufórica querendo ir de novo
- vamos dar uma pausa, isso foi de mais pra mim- Jisung dizia sentando no banco que havia do meu lado
- nossa hannie você 'tá ficando velho- si-u falou e eu não aguentei e comecei a rir enquanto han me lançava um olhar mortal
- do que você tá rindo em?- Jisung me cutucou- não achei graça
- não sei se você já ouviu falar que as crianças sempre dizem a verdade- falei me recuperando da minha crise de risos
- haha nossa estou me matando de rir- revirou os olhos- vou mostrar para vocês quem é o velho aqui
Jisung se levantou seguido por si-u e foram no carrossel e eu fiquei ali olhando eles, han não era assim tão ruim quanto eu pensava de todas as cuidadoras ele foi o único que realmente queria ter uma amizade comigo.
Quando me falaram que eu teria que ficar em uma cadeira de rodas o meu chão caiu, a única coisa que eu pensei foi "como eu dançaria agora" talvez seja por isso que eu não gosto de sair odeio ver tudo que eu fazia com facilidade ser agora difícil pra mim, e principalmente odeio os olhares aqueles olhares que mantinham em mim desde que eu entrei nesse parque
Parem de olhar pra mim como se eu fosse uma aberração, eu sou como vocês a diferença e que ao invés de eu andar com as pernas eu uso as rodas, esse olhar de pena eu odeio isso.
O meu coração começou a bater tão rápido como se não houvesse amanhã, as minhas mãos começaram a suar e nem mesmo eu as esfregando na calça era o bastante para seca-las e aos poucos minha visão ficava escura, era difícil respirar, eu estava preso em mim mesmo
De novo
Era questão de segundos para tudo isso acontecer de novo bastava somente um pensamento, um único olhar para tudo isso vir com tudo, a sensação de que você vai morrer, de que nem gritando o mais alto possível alguém irá te ouvir a sensação de que mesmo em um lugar cheio de gente nenhuma delas sabe que você está ali
Eu alisava frenéticamente a pulseira que Jisung havia me dado eu queria tanto gritar ele mas porque eu não conseguia
Porque?
Foi quando eu senti um toque leve e minha mão, era quente e a sensação de que era algo pequeno me fez levar o olhar mesmo com dificuldade para a figura pequena que estava ali
- sua mão 'tá gelada- si-u alisava minha mão- você 'tá com frio?
A voz que me tirou daquela sensação de impotência e aos poucos eu fui retomando o controle, aquele toco de gente que eu conheci hoje havia me ajudado
- eu...
- olha só o que eu trouxe- Jisung gritava na medida que se aproximava com um algodão doce em cada mão- espero que goste
Ele estendeu o doce de cor azul para mim enquanto dava o outro de cor roxa para a pequena que tirava suas mãozinhas de cima das minhas para agarrar o doce.
- não vai pegar?- O garoto me encarava ainda com o doce estendido para mim
- hum? Ah valeu- sorri e peguei o algodão doce de sua mão
Eu não havia contado para Jisung o que tinha acontecido provavelmente ele iria querer me levar embora ou algo assim eu não iria estragar a diversão deles e foi o que eu fiz, passamos quase o dia todo lá e mesmo que ainda me sentindo estranho eu fingi que estava tudo bem.
Saímos de lá só as 17h da tarde quando si-u mesmo não admitindo estava morrendo de cansaço e seus olhinhos quase fechando era a confirmação, e quando estávamos no caminho de volta ela dormiu ainda no carro
(...)
- eu vou ligar pro felix, ver se ele pode ficar com ela- Jisung dizia enquanto tirava a pequena com cuidado do banco traseiro
- aqui tem o quarto que do-yun dorme quando vem pra cá, ela pode ficar ali não tem problema
- você já fez muito por ela hoje
- anda logo Jisung que coisa- abri a porta e entrei e logo Jisung entrou com si-u nos braços
Indiquei o quarto e enquanto ele ia colocar si-u lá eu ia para o meu, respirei pesado assim que entrei no mesmo.
- que dia- murmurei para mim mesmo sentindo o cansaço tomar pose de mim.
Quem é vivo sempre aparece né? Kkkkk cap de centavos mas espero que gostem🥺
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between wheels • [minsung] •
RandomMinho sofreu um acidente a 5 anos atrás que o deixou preso em uma cadeira de rodas, com o passar do tempo sua mãe o convence de que ter uma cuidadora seria uma boa ideia porém ele dava um jeito de expulsar todas que sua mãe contratava, mas quando J...