Nick:
—Eu não consigo aceitar que mesmo nossa família tendo uma empresa de arquitetura, você ainda queira trabalhar para uma outra empresa!—meu pai reclamou ao celular.
—Pai, já falamos sobre isso!—falei
—É inadmissível!—ele disse.
—Pai, Liz foi estudar na Itália e você não reclamou!—indaguei.
—É diferente!—ele disse—Luz foi estudar, mas você quer trabalhar para outra empresa!
—Deixe o garoto em paz, pelo amor de Deus Bruce!—ouvi mamãe falando com ele—Ele só quer ser independente!
—Ele pode ser independente na Habitare, Camila!—papai insistiu.
—Com você o tratando como uma criança?—mamãe questionou—Filho, trabalhe onde quiser, nós te apoiaremos, não dê ouvidos ao ranzinza do seu pai!—ela disse.
—Eu tenho que ir!—falei—Tenho um encontro com um possível cliente, até mais, amo vocês!
—Até querido!—mamãe falou.
—Tome cuidado ao atravessar a rua!—papai falou.
—Pare com isso, ele não é mais uma criança!—mamãe reclamou—Beijo filho!
~Ligação off ~
Estava caindo um chuva fina em Londres.
Atravessei a rua e ascenei para um táxi.
Segurei na porta do carro para abri-la, ao mesmo em que uma mão feminina.
—Este táxi é meu, senhor!— ela disse.
—Como pode ser?—Perguntei olhando para ela—Se fui eu quem chamei!
Magra, longos cabelos castanhos, lábios avermelhados e olhos castanho esverdeados, ela era linda.
—Fui eu quem ascenei para o táxi!—ela insistiu—O senhor não me viu porque estava distraídamente no celular!
—Temos um impasse!—falei olhando para ela—Não sabemos qual de nós chamou o táxi!
—Eu estou muito atrasada!—ela disse—É a primeira vez que meu pai vai ver minha apresentação!
—Eu também estou atrasado!—falei—Tenho um cliente muito importante me esperando, portanto o táxi é meu!—abri a porta para entrar.
—Senhor, seus pais não lhe ensinaram a ser cavalheiro?—ela perguntou irritada—Nessas situações, deveria dar prioridade as damas, onde estão seus modos?
—Sinto muito, cavalheirismo e bons modos só funcionam no amor!—falei entrando no táxi—Nos negócios, jamais!
—Seu bastardo, miseravél, egoísta e mesquinho!—a ouvi gritar quando o taxista dava partida no carro.
—Damas não deveria xingar assim!—gritei de volta.
Sorri.
Ela era realmente bonita, porém a língua, era mais afiada que as facas da minha mãe.
Após um trajeto de cerca de 30 minutos desde a saída do hotel, o táxi parou em frente ao teatro, paguei a corrida e desci.
—Por quê uma reunião em um teatro?—reclamei antes de entrar—Malucos e suas manias!
Subi até o camarote, respirei fundo e entrei.
—Oh, você chegou!—ele disse sorridente.
—Senhor Evans!—apertei sua mão—Obrigada por me ceder um pouco do seu tempo.
—Ah, não foi nada!—ele sorriu—Deve ter estranhado o local onde eu pedi a reunião.
Apenas sorri e fingi que não era nada.
Mas, era bem estranho, uma reunião em um teatro?
Ele queria promover a arte?
—Hoje é a apresentação da minha filhinha!—ele disse—É a primeira vez que vou vê-la dançar ballet, eu não queria perder isso novamente.
—Ah!—sorri—Deve estar orgulhoso dela!
—Está brincando?—ele sorriu também —Desde que ela começou a dançar ballet, tudo em sua vida gira em torno disso, e ela é talentosa, minha criança me deixa extremamente orgulhoso!
As luzes do teatro se apagaram.
—Vai começar!—ele disse ansioso.
Me sentei também.
Tudo bem, vamos ver a apresentação da filhinha dele, já que o projeto poderia ser meu, valeria a pena me sentar e assistir uma apresentação de ballet, que eu achava super chato, para ficar com um projeto tão grande.
As luzes do palco se ascenderam e a música começou.
Bailarinas entraram no palco e iniciaram as apresentações.
Era estranho, as bailarinas eram adultas, fazia sentido crianças dançarem junto?
—É lago dos cisnes!—ele disse sorrindo—O solo é da minha Claire!
Apenas sorri e voltei a prestar atenção na apresentação.
Uma bailarina vestida de branco entrou no palco.
—É ela!—ele disse eufórico aplaudindo—Minha filha!
—Sua filha?—questionei olhando para a jovem dançando no palco—Não disse que era uma criança?
—Filhos nunca se tornam adultos para os pais!—ele sorriu—Ela é talentosa, não?
—Sim!—concordei—Muito!
Eu conhecia toda a história de lago dos cisnes, mas era a primeira vez que eu assistia tudo em uma apresentação de ballet.
Realmente era bonito.
A forma como a bailarina girava era linda. Tinha graça, entrega, leveza e suavidade em seus movimentos.
Até um cara nada amante de arte como eu, sabia admitir que era lindo.
A apresentação acabou e Thomas Evans se levantou para aplaudir de pé a filha.
Ele, e o teatro todo, inclusive eu.
As curtinas se fecharam e as luzes voltaram a ascender.
—Venha, vamos parabenizá-la!—ele chamou.
Me levantei e o segui até o camarim.
Na porta estava escrito "Claire Evans".
Ele bateu na porta e entrou.
—Querida, você estava linda!—ele abraçou a garota—Meus parabéns!
—Obrigada papai!—ela disse.
—Foi tão bonito, eu quase chorei!—ele disse.
—Eu disse que ia gostar!—ela disse se soltando dele.
—Esse é o...
—Hey, você...—ela sorriu travessa.
—Vocês se conhecem?—o senhor Evans parecia confuso.
Olhei bem para a garota que mantinha um sorriso traquino no canto da boca.
De onde eu a conhecia mesmo?
Ela era a...—Fui eu quem ascenei para o táxi!—ela insistiu—O senhor não me viu porque estava distraídamente no celular!
—Temos um impasse!—falei olhando para ela—Não sabemos qual de nós chamou o táxi!
—Eu estou muito atrasada!—ela disse—É a primeira vez que meu pai vai ver minha apresentação!
—Eu também estou atrasado!—falei—Tenho um cliente muito importante me esperando, portanto o táxi é meu!—abri a porta para entrar.
—Senhor, seus pais não lhe ensinaram a ser cavalheiros?—ela perguntou irritada—Nessas situações, deveria dar prioridade as damas, onde estão seus modos?
—Sinto muito, cavalheirismo e modos só funcionam no amor!—falei entrando no táxi—Nos negócios, jamais!
—Seu bastardo, miseravél, egoísta e mesquinho!—a ouvi gritar quando o taxista dava partida no carro.
—Damas não deveria xingar assim!—gritei de volta.
Sorri.—Você?—perguntei confuso—A garota do táxi!
—Parece que se sua reunião era na verdade com meu pai!—ela disse.
—De onde vocês se conhecem?—o sr.Evans perguntou.
—Não nos conhecemos!—ela disse séria—Não tenho assuntos com ladrões de táxi!
—Ladrão de táxi?—falei irritado.
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Anjos usam sapatilhas
RomanceNicholas Miller é um arquiteto promissor, porém viciado em trabalho que acidentalmente vê seus caminhos se entrelaçarem com Claire Evans, uma talentosa e divertida bailarina, eles se apaixonam um pelo outro, porém, são afastados por um mal entendid...