Capítulo - 3

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   Se passaram duas semanas depois do ocorrido no consultório da Recovery Girl, Bakugou parece ter perdido mais um pouco de sua audição com os treinamentos. Agora ele está sendo examinado pela idosa, que percebe que o rapaz está ansioso.

— Bom Bakugou, pelo que me disse os incômodos vêm ficando mais fortes é isso? - Ela pergunta falando um pouco acima do tom normal para que o jovem a escute.

— Sim, principalmente quando eu tô treinando. Eu tentei usar os tampões que a senhora me recomendou, mas não parecem ter efeito algum. - Bakugou diz calmamente, sabendo que se alterar não ia ajudar em nada. - E então? Vou ficar surdo mesmo?

— Bom, eu disse que ia falar com os médicos locais aquele dia não foi? - Ele assente positivo. - Então, obtive uma resposta, digamos agradável e esperançosa.

— Sério?! - Ele grita desacreditado já levantando da maca onde se encontrava sentado durante a consulta. - Eai??

— Então, as respostas que obtive dizem que por uma taxa paga você pode ter um aparelho que pode ajudá-lo a ouvir melhor.

— Ouvir melhor? Não tem como me fazer ouvir novamente? - Ele pergunta um pouco preocupado.

— Infelizmente não, sua audição está muito comprometida, o que torna impossível de curar.

   Ele abaixa a cabeça e aperta os dedos sobre os joelhos. Estava desapontado, sabia que a culpa era sua por não ter contado antes, seu orgulho não o deixava admitir que estava fraco.

— Então... Como... Como funciona o tal aparelho? - Ele levanta a cabeça olhando a idosa com o pouco de esperança que restava em si.

— Que bom que perguntou. O aparelho indicado no seu caso é: ele é um aparelho auditivo normal, o que o diferencia dos outros é que esse aparelho protege os tímpanos do paciente de barulhos altos.

  — Hm!? Me explica direito! - Ele já estava ficando impaciente .

  — Calma, preste atenção. Vamos supor que você vai usá-lo apartir de hoje. Enquanto você o usa, ele permite que ouça melhor o ambiente, mas ao usá-lo durante batalhas ou treinamentos, ele tem a capacidade de proteger seus tímpanos, os "tampando". - Ela faz sinal de aspas.

  — Hm, e quanto custa o aparelho? - Bakugou pergunta. - Dependo do valor eu falo com minhas mãe e-

  — Espere. - Ela o interrompe. - Vou falar com o diretor sobre isso, a escola pode ajudar a pagar.

  — Ok então. Já posso sair? - Ele levanta apontando para a porta de saída/entrada.

  — Só um minuto. - Ele a vê escrever o que parece ser uma receita médica. - Aqui, dê isso ao professor All Migth ou ao professor Aizawa. - Ela entrega o papel.

  —  Hm, e o que é isso?

  — Uma prescrição médica, está proibido de treinar enquanto não faz tratamento com o aparelho. - Ela soa autoritária, e vê que Bakugou está pronto para reclamar. - E nem adianta gritar, se está disposto a ser herói faça o que eu mandei e aguarde.

   Ele sai bufando de ódio em direção a sala. Ao chegar todos os seus colegas – inclusive seu namorado – estão a conversar algo aleatório. Ele senta em sua carteira já não muito satisfeito.

— Eai Bakubro! - Kaminari chega dando um alô. E todo o resto de seus colegas chegam também.

— O que é que ouve Bakugou? Tá com a cara estranha, parece perturbado com algo. - Mina aparece.

— Não é da conta de vocês, deixem de ser curiosos, seus fofoqueiros! - Bakugou grita em desgosto.

  — Sentem-se todos. - Aizawa chega na sala. - Bakugou venha até aqui.

O Bakugou está ficando... Surdo?!Onde histórias criam vida. Descubra agora