Certain Things - MirAndy

Capítulo 1 - O e-mail

OK. O universo com certeza gostava de gozar com a sua cara. Não era possível que depois de tantos esforços e tantos cuidados tudo acabara assim, tão de repente e sem causas graves aparente. Andy não se sentia tão abalada desde que deu as costas para a Runway há mais de seis anos. Mas, ela precisava seguir em frente, embora a licença que pediu do trabalho ainda estivesse em vigor, ela não poderia simplesmente não trabalhar, era aquilo que tirava o foco da sua dor angustiante, era aquilo que não a deixava pensar em mais nada além, era aquilo que a impedia de chorar o dia todo e agora mais que nunca podia entender porque a outra sempre se refugiava no trabalho, agora compreendia com mais exatidão o porquê de Miranda ser sempre tão focada e ficar até tarde trabalhando, aquilo as tirava de seu mundo medíocre e triste.

E foi pensando nas palavras de Miranda, nas palavras "Vejo muito de mim em você. Você pode ver além do que as pessoas querem..." que ela levou um pequeno susto ao se deparar com um e-mail na sua lixeira; estava endereçado como . Ok, Andrea não era lá muito supersticiosa e tampouco acreditava em coincidências, mas estava começando a duvidar. Havia muito tempo desde a última vez que pensou por mais de uma vez em Miranda, fazia muito tempo que ela já não procurava por notícias. Então quais as chances de você pensar nela e ver um e-mail ali? Embora a data do e-mail fosse de mais de um mês atras. Sua vida foi tão conturbada nesses últimos tempos que ela sequer se deu ao trabalho de checar todos os e-mails. Com as mãos um pouco tremulas ela abriu o e-mail.

"Andy, é a Cassidy Priestly. Você ainda se lembra de mim? Bem, eu estou aqui porque não consegui que me liberassem seu número, eu estou em apuros. Estou morando em Londres também e como sei que você está aqui, pensei que pudesse me ajudar. Minha mãe não sabe disso, por favor, não comente nada. Eu até tentei entrar contato pelas suas redes sociais, mas você deve receber milhares de mensagens de fãs e talvez não tenha visto.

Eu realmente não queria te incomodar, sabe? Mas é que estou desesperada e você sempre foi muito boa comigo e com a Carol, então, se não estiver atrapalhando muito, poderia me retornar no meu número e eu te explicarei melhor?

Com carinho, Cassidy.

(+44 7549803566)"

Definitivamente esse não era um e-mail que Andy estivesse esperando, obviamente também não saberia o que esperar se o e-mail fosse da Priestly mais velha. Ela titubeou antes de pegar o telefone e checar seu Instagram e Facebook, procurou nos chats pelo nome de Cassidy e realmente achou uns pares de mensagens, nada que explicasse muito aquele alvoroço todo da menina em querer falar com ela.

Sem enrolar mais, porque além de tudo estava curiosa, Andrea digitou o número da garota e ligou, já estava tentando pela terceira vez quando atenderam do outro lado.

- Alô? – Uma voz ofegante atendeu do outro lado. – Alô, quem é? – Mais um suspiro longo.

- Cassidy? É a Andy, eu apenas vi teu e-mail e liguei... tô preocupada, você está bem? – Andrea escutou um soluço e ficou mais aflita.

- E... eu estou bem, mas... mas não posso falar agora, você pode me encontrar no endereço que vou te passar? Desculpa toda essa confusão, sem perguntar como você realmente está ou nos sentarmos com mais tempo e tomarmos um café, ahhh – Andy ouviu outro resmungo. – Eu preciso ir, te mando o endereço por mensagem. Tchau, Andy. Obrigada por ligar, eu estava ficando desesperada com a sua falta de resposta. Até já! – A morena de olhos chocolates ficou sem entender nada, embora a menina tenha sido cortês, não deixava de ser uma Priestly e desligou o telefone antes mesmo que ela conseguisse falar "tchau" também.

Andrea não queria acreditar em coincidências, mas a garota estava há menos de quinze minutos de seu apartamento. Ela seguiu para o endereço passado e logo ficou confusa, envio uma mensagem para Cass dizendo que estava parada na frente de um hospital e não a vi, a menina logo respondeu que estava certo e pediu para ela entrar, que a estaria aguardando na entrada do prédio. Andrea suspirou fundo, estava com raiva de hospitais, mas não sabendo do que se tratava e porque a ruiva estava ali, ela entrou.