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Deidara olhou para sua frente e suspirou alto. O que deveria fazer? Deveria continuar em frente ou deveria fingir que nunca esteve ali?

Estava nervoso, ansioso. Seu coração batia tão rápido que sentia que ele iria sair pulando de seu peito. Suas mãos suavam frio e as palmas já possuíam marcas de suas unhas. Estava tão visivelmente envergonhado e ansioso que as pessoas começaram a lhe encarar como se fosse um alienígena.

estava ali parado há apenas cinco minutos e já pode perceber que não era o seu lugar. Aquilo tudo era muito...sofisticado, elitista, elegante e todos pareciam lhe encarar como um ser diferente e inferior.

Talvez suas roupas não estavam adequadas...? Ou seu sapato estava sujo. Podia ter até uma mancha de pasta de dente na blusa ou no cabelo!

Por que acatou a ideia de Hidan e foi fazer uma entrevista de emprego ali? Por que não negou e mandou ele enfiar aquele anúncio no meio da bunda? Era óbvio que não iria dar certo!

Preferia até ficar desempregado. Era a peça que não se encaixava naquele quebra cabeça e podia ter o melhor currículo do mundo, mas nunca se encaixaria num lugar daqueles.

As pessoas eram muito arrumadas e julgadoras. Todas usavam roupas caríssimas - até mesmo os empregados que cuidavam da limpeza usavam aventais que pareciam ser de alguma coleção de grife -, sapatos de marca e nenhum fio de cabelo estava fora do lugar. Eles combinavam com aquela enorme empresa que cobrava um órgão saudável por cada objeto.

Nem tinha sido entrevistado e já sabia que, dali, não sairia com a carteira assinada.

Deidara não era um garoto muito sortudo na vida e não era agora que iria ser. Não seria o garoto sortudo de pegar emprego ali.

Não tinha uma história de vida muito legal ou engraçada. Nasceu em uma família pobre, possuía dois pais alcoólatras e que tinham um vício enorme em drogas e acabavam lhe usando como alívio para os males e decepções da vida.

Por conta desse vicio, ambos foram mortos por não terem como pagar as dívidas feitas com os fornecedores e, apesar de ambos serem verdadeiros filhos da puta consigo - ao nível de lhe deixarem roxo centenas de vezes e sempre demostrarem que lhe queriam morto -, Deidara acabou ficando extremamente mal e se isolou.

Quando teve uma pequena chance de se relacionar com um alfa e criar vínculos novamente, o homem admitiu na frente do colégio todo que era apenas uma aposta e expôs os áudios que o garoto se declarava para ele para mais de quatrocentos alunos. Teve tanto trauma por conta das palavras que recebeu depois daquilo que simplesmente passou a se odiar ainda mais e se fechou para os sentimentos.

Não possuía familiares e seu único amigo era Hidan, um ômega que, pela primeira vez na vida, lhe deu atenção, ouviu, aconselhou e ajudou de verdade. Aquele fanático religioso salvou sua vida.

Porém, mesmo com ele de seu lado todos os dias, o ômega não parou de se odiar e cada dia passou a ter mais ódio de si mesmo da forma mais gratuita possível.

Odiava seu corpo, sua aparência, sua vida, seu jeito...odiava seus gostos, sua natureza, seu cheiro, suas coisas...
Se achava muito afeminado, feio, magricela, fraco, sensível, depressivo e fodido.

Por que não nasceu como uma ômega fêmea de cabelo extremamente belo, pele macia, corpo violão, rica e que sabia se socializar? Por que teve que nascer daquele jeito?

Quer dizer...sabia que tinha traços bonitos. Olhos azuis clarinhos, cabelo longo, liso e loiro, pele lisa...seus traços eram delicados, mas não combinavam entre si - isso em sua visão. -. Tudo aquilo, para ele, formava o demônio de olhos azuis.

Cinquenta tons de vermelho - Obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora