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Kuroko [Nome], dois anos atrás...

"Tetsu, o que está dizendo?" segurei seus ombros, fazendo com que me encarasse e seus olhos se encheram d'água.

O menor deitou sua cabeça em meu peito e fiquei sem reação por alguns segundos, porém quando seu corpo todo tremeu, denunciando que estava chorando, abracei-o forte, sentindo meu coração doer por ele.

"Eu não quero mais jogar basquete... [Nome], o que aconteceu?"

Eu sabia que ele estava perguntando sobre a mudança repentina dos amigos. Suspirei, antes de ajudá-lo a sentar-se no sofá. Tetsuya colocou suas pernas para cima, deitando a cabeça nos joelhos, enquanto abraçava-as. Respirei fundo, caminhando até a cozinha e preparei um copo com água e açúcar, entregando o item ao garoto em seguida.

"Sabe, Tetsu... vamos partir do lado biológico..." o azulado franziu o cenho, após beber todo o líquido, e eu me apressei a continuar, me sentando ao seu lado. "Todo ser tem o seu predador natural. Menos os seres humanos. Nós somos nossos próprios predadores. Quando aqueles garotos se desenvolveram acima da média, não havia mais predadores para caçá-los e assim, juntando a uma mente fraca, eles sucombiram a seus próprios egos. Sei que não quer mais jogar basquete pois está com sua vontade esmagada devido ao que fizeram com o seu amigo..." acariciei os cabelos do meu primo, pensando nas minhas próximas palavras. "Mas sinto que você será o único que pode acabar com eles, trazê-los de volta ao lado racional." o menor me olhou. "Confio em você, é meu primo, afinal." sorri e vi o olhar de Tetsuya se tornar determinado. "Agora vamos dormir. Amanhã será um longo dia." falei, enquanto me levantava para seguir ao meu quarto.

O menor dormiria na minha casa hoje, pois não queria que os pais se preocupassem com ele e eu entendia a situação.

"[Nome], e o que você fará em relação ao Kise-san?" sua pergunta me fez parar.

"Eles são seus amigos, Tetsu. Não são nada meus." dei de ombros.

"Mas vo-"

"Não. Só não vamos falar sobre isso." assumir meus sentimentos pelo garoto loiro em voz alta seria apenas confirmar algo que estava fadado a nunca acontecer.


Mesmo que o meu coração pertencesse a Kise Ryōta, eu não estava disposta a entregá-lo. Aquela paixonite passaria e eu poderia, enfim, respirar tranquilamente sem ter esse peso em meu peito.

Além do mais...

O que fizeram com meu primo era imperdoável.

...

Kuroko [Nome], um ano atrás...

"Vimos você abraçada com ele, então já o perdoou?" Yume me perguntou assim que sentei em minha classe ao seu lado na manhã seguinte.

"Não o perdoei e não o perdoarei."

"Então, por que estava nos braços dele?"

Suspirei. "Eu ainda não superei..." murmurei, deitando a cabeça na mesa.

"Mesmo depois de um ano sem contato algum?" podia ouvir a reprovação em sua voz e aquilo era algo que me deixava irritada.

"Eu não posso mandar no meu próprio coração, Yume!" ergui meus olhos, encontrando os dela. Um sorriso ladino surgiu em seus lábios e eu senti que nada de bom viria de suas próximas palavras.

"Nós vamos sair hoje."

"Nós não vamos a lugar algum. Temos treino."

"Porém amanhã não temos nada. Sairemos após o treino e você pode ficar na cama até mais tarde depois." ela pegou o próprio celular, já digitando algo e eu grunhi.

Copy (Kise Ryōta X Leitora) LongficOnde histórias criam vida. Descubra agora