CAP. O1 | ENCRUZILHADA |

5 1 0
                                    


Athalar!!! – grito seu nome em meio ao nevoeiro que se forma a minha frente.

Não, mil vezes não, isso não pode estar acontecendo. Cerro meus dentes com força capaz de quebrá-lo não recuando nem um passo enquanto corro desesperadamente em direção ao nevoeiro que se ergue em Broemax. Dor é dor que sinto quando me lembro de sua expressão vazia e destruída, o sangue que vertia em seu rosto, o olho direito inchado a tal ponto que ele não conseguia abri-lo, os lábios sangrando de tantos lugares e em tantas direções que eu não saberia nem por onde começar a ajudá-lo, dor, havia tanta dor quando nossos olhos se cruzaram.

Tínhamos escolhido lutar, tínhamos escolhido a vida juntos, tínhamos descoberto a verdade e agora, essa verdade ameaçava tudo e a todos nessa terra.

Maldita, maldita hora em que esse povo chegou aqui.

Maldita, maldita hora em que...

Mãos invisíveis me seguram e prendem em um lugar de tempo e espaço que não reconheço.

Dor...

Tento gritar, me debater, mas meu corpo não consegue mexer entre a luz tremeluzente e a nevoa. Estou no meio termo, estou entre dimensões e isso não é nada bom.

Ouso um riso perverso e mordaz entre a nevoa e a luz.

Meu corpo se debate e minha voz não sai, minha boca abre e fecha tentando pronunciar palavras que nunca saem da minha boa.

Um desespero de vida, um desespero de quem não quer perder ali, depois de tanto e de tudo, Athalar...

Meu sangue bombeia em minhas veias, lutando incansavelmente em busca de ar, vou morrer, é o pensamento que vem a minha mente e quando as minhas forças começam a dar os primeiros sinais de desistência. Ouço uma voz gélida ao meu ouvido:

-Você pensou mesmo que você e seu ridículo reino poderiam me destruir? – meu corpo entra em estado de alerta mais uma vez – Pensou mesmo que você e aquele meu filho bastardo poderia me vencer nessa batalha? Eu te digo verme, vou destruir tudo e todos que você ama, cada insignificante ser desse planeta asqueroso não poderá se safar de mim. E toda vez que ouvir um grito de dor e morte, lembre-se: você e aquele bastardo são culpados por isso.

Não consigo respirar, não consigo me mexer, esse maldito não vai conseguir tirar o que é nosso isso eu juro pelo que me é mais sagrado.

Preciso reunir forças, preciso....

Ouço um grito de longe, irradiar em meio à neblina e a luz, um grito de dor e também de entrega a morte.

O que antes me prendia firme me solta, aquele maldito, violador de tudo e todos, me solta e em seguida ouço as asas batendo e quando me viro...

-NÃOOOOOO! – grito!

Não mãe, não mãe!

Ela me olha com olhos inflamados no mais profundo vermelho que já vi na minha existência. O corpo tremeluzente faiscando em pura magia, não era pra isso estar acontecendo, quando tudo isso aconteceu?

Um estrondo e vejo ao lado meu adversário pra toda vida se materializando. Seu corpo antes translúcido agora estava coberto de carne e osso, os olhos de um preto profundo, tão diferente, agora vejo, do homem que ele dizia ser seu filho, vazios de qualquer sentimento, esses olhos eu já conhecia.

Mas o ódio que estava injetado ali era novo.

Ainda assimilando tudo o que estava acontecendo naquele momento de espaço e tempo, vejo espadas sendo puxadas da banhinha e o poder de cada um sendo centralizado em suas armas de guerra. Para meu total terror meu rei e minha rainha agora, injetados de ódio travam a maior guerra que nosso mundo já conheceu e minha mãe, uma guerreira como eu parte pra cima do rei maligno, perfurando sua costela com sua lamina.

Sua espada canta ao cortar pele e ossos, ouço o barulho da pressão sujando a lamina da espada quando essa sai do corpo do abominável. Seu corpo girando para encontrar sua combatente.

-Maldita. - A voz surpresa diz a palavra baixa e avança contra ela.

Meu peito se contrai.

Tudo aconteceu muito rápido, o grito de dor, as espadas no ar, o barulho de quebrar de ossos e o corpo da minha mãe despencando nas brumas entre mundos e desaparecendo.

Conjuro minhas asas e antes que eu consiga ir em sua direção sinto uma pancada na minha cabeça e mergulho em direção a escuridão.

____________________________________________________________________________

Essa história veio pra mim na metade do ano passado, mas não tive coragem de publicar pelo seu conteúdo ser uma desconstrução de tudo o que nos foi ensinado sobre fé e o que é certo e errado. Quis escrever esse livro com um intuito de liberar os meus próprios demônios quando em muitas vezes somos tão presos, tão julgados e mal compreendidos por sermos nós mesmo. Por isso te convido, a ser meu leitor nessa história que vai ser unica e não teremos filtro aqui, vai ser como os personagens quiserem e mandarem, eles tem a própria história pra contar, a verdade finalmente liberta nessas palavras escritas aqui. 

E se você estiver gostando por favor, me siga e dê estrelas pra me encorajar a continuar a escrever a historia dos rejeitados e mal compreendidos, que nossas vozes ecoem em todas as direções!

Um beijo e espero os comentários e estrelas! 

A marca | A origem dos Vampiros |Onde histórias criam vida. Descubra agora