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O gelo da neve reflete raios de sol que batem na janela e criam-se mágicos arco-íris, hipnotizando meu olhar, uma leve batida na porta, e eu saio do transe.

Entre - Eu digo.

E assim um homem de meia idade se revela.

Por alguns segundos eu não tenho certeza do objetivo de sua visita, mas logo assinto, e com apenas um olhar o homem vai embora. Dou uma última olhada na paisagem de campos e casas feitas à mão, fecho meu livro que há muito tempo não lia, e faço meu caminho à porta.

As paredes dos corredores estão cobertas com fotos enormes de pessoas que não são familiares ao meu olhar. Uma empregada da casa passa por mim e com uma leve reverência, ela demonstra respeito. Uma foto pintada a tinta a óleo chama minha  atenção, reconheço a paisagem, um campo, e casas feitas à mão, flores, de todas as cores possíveis, eu sorrio, com a presença de uma obra de arte.

Mary Anne, o que está fazendo? Eu direciono meu olhar à mulher de vestido verde.

Nada, Ms. Amberlly - Respondo, sabendo do que vem depois

Quem nada é peixe, agora venha, a família inteira está esperando por você. 


Há, sabia!

Minha tia prefere que a chamemos de Ms. Amberlly 

Minha tia estende sua macia e fina mão, e com um leve sorriso seguro sua mão, sua mão é gelada me dando arrepios, me deixo ser guiada até a escada

    As brigas de minhas primas sempre foram altas, altas o suficiente para ouvir do outro lado da casa. Quando isso aconteceu…Minha tia pigarreou, fazendo todas as crianças ficarem em silêncio e paralisarem, é um pouco assustador.

Minha tia começou a andar com passos duros e decididos, e eu meio desajeitada segui minha tia em direção à mesa,

Não caia, não tropeça, todos estão olhando para vocês - eu penso.

Percebo que estou tensa, não sei se pelos olhares ou se pela minha tia, que dava um olhar ameaçador a qualquer um que brincasse com a comida ou se desse um som sequer. Era assustador. 

Fiz uma leve reverência com a cabeça, e sentei no meu lugar da mesa, minha prima ao meu lado apertou minha mão embaixo da mesa, apertei de volta. A minha tia caminhou até a mesa, cheia de comida, até que ela parou, uma moça de cabelo preso com roupas azuis e com as mãos razoavelmente sujas. A empregada puxa cuidadosamente a cadeira, mas ainda assim, causa o som estridente da cadeira de arrastando no chão, eu faço uma careta.

    Amberlly desaprova, dispensa a pobre moça com um gesto de sua mão. Senta, se ajeita, e automaticamente me faz repensar minha postura. Ela entrelaça os dedos acima da mesa, e olha para a alma de todos nós.

Não estavam com fome? 

E simples assim, que toda aquela tensão como ar acumulado simplesmente se esvaiu, mãos por todo o banquete, eu tenho quase certeza que vi um leve sorriso no rosto de Amberlly.

    A nossa mesa de jantar separa os meninos das meninas, tirando a tia, Eleonor Amberlly, e o tio, Fernandes Amberlly.

    As meninas sentam à direita da escada, e os meninos à esquerda, ao meu lado tem Sara, ela tem nove anos e está comprometida desde os dois com o pequeno Dylan Abraham, e ao seu lado tem Lunna, onze anos e comprometida com o seu próprio destino, de acordo com ela, e por fim tem Victória, dezoito anos e minha prima/irmã de coração, e ao seu lado na ponta, Tia Amberlly.

    Na fila dos meninos, Jeremiah, tem dezoito anos e é “secretamente” apaixonado pela Miss Georgine Abraham, uma família amiga, Darwin, dez anos e sonha em ser caçador, Aaron, dez anos, gêmeo de Darwin, meu pequeno aprendiz, e por fim temos Tio Amberlly.

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⏰ Última atualização: Aug 30, 2022 ⏰

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