É comum que muitos não gostem de acordar cedo em um Domingo. O primeiro pensamento que vem é aquele de "só mais cinco minutinhos" seguido por um resmungo carregado de cansaço e preguiça. Mas a manhã de Eijiro não estava bem assim.
Antes mesmo que o relógio despertasse ele já estava de pé, andando de um lado para o outro pensando se arrumava a si mesmo ou se arrumava suas coisas, se dava comida pro seu gato ou se alimentava seu peixinho.
Mesmo com tanta coisa para fazer, deu um jeito de concluir tudo, deixando por último a tarefa de se arrumar. Penteava seus cabelos ruivos em frente ao espelho um pouco embaçado do banheiro, ajeitava qualquer imperfeição que estivesse em seu rosto e acentuava cada centímetro de suas sardas.
Era um homem excepcionalmente bonito, ninguém poderia negar. Seus olhos eram verdes e extremamente hipnotizantes. As sardas eram um charme bônus em seu rosto que combinavam muito bem com suas sobrancelhas, também ruivas. Em seu corpo ainda não haviam sinais de alguma marca, mas isso não era algo de se preocupar no momento. Estava no auge de sua vida acadêmica e, seus projetos eram mais importantes do que qualquer outro tipo de interesse.
Pegou sua bolsa, suas chaves, saiu disparado em direção à porta e, com um sorriso no rosto, entrou no elevador do prédio. Hoje era seu último dia letivo da faculdade de dança, o Festival das Artes estava pra começar e, sua apresentação estava prestes a ser mostrada pra milhares de pessoas.
...✨...
Acordar as cinco e meia da tarde num Domingo é a vontade da maioria, um dia sossegado onde nada sempre acontece, nenhum compromisso ou trabalho a fazer. Ou pelo menos era como Katsuo pensava que seria seu dia, antes de seu amigo lhe ligar incessantemente durante dez minutos. Recobrando seus sentidos e finalmente acordando, Katsuo atende o telefone:
— Puta que pariu, Aaron, o que caralhos você quer? - A voz de quem acabou de acordar faz o garoto do outro lado da linha questionar sua incapacidade de assassinar alguém.
— O que eu quero? Que porra que eu quero, Katsuo? Era pra você estar pronto à meia hora atrás, você tava dormindo até agora? Levanta e se arruma que eu tô aqui fora esperando.
— Que porra de pronto, Aaron? Tô indo pra algum lugar e não tô sabendo? - Levantava preguiçosamente e caminhava lentamente em direção ao banheiro.
Era possível ouvir um longo suspiro do outro lado da linha, o amigo estava pra perder toda sua paciência:
— Você esqueceu que hoje é o Festival das Artes? Cara, eu tô a MESES falando sobre esse evento dizendo que nós vamos assistir a apresentação do meu irmão. Eu falei disso ONTEM.
— Tá tá, espera uns quinze minutos e eu já desço.
— Quinze não, dez minutos, anda logo antes que eu te agarre pelos cabelos e faça você ir de cueca.
Realmente, não demorou mais que dez minutos pra que ficasse pronto. Katsuo pegou tudo o que levaria e saiu em direção à porta de casa. Aaron estava encostado em seu carro esperando impacientemente enquanto o outro ia na direção dele.
— Eu ainda te mato um dia. - Disse dando a volta em seu carro entrando no lado do motorista.
Não foi preciso muito pra que Katsuo estrasse do lado do passageiro, quieto e de cara emburrada. Seu domingo calmo e sereno foi tomado por um evento chato que, com certeza, desperdiçaria seu tempo.
...🌙...
A universidade tinha todo seu interior enfeitado, cheia de barraquinhas que vendiam as mais diversas coisas, indo de produtos artesanais até roupas extremamente bonitas, tudo feito pelos alunos. Em todo canto podia se ver pessoas arrumadas e até mesmo enfeitadas com os mais diversos tipos de roupas e acessórios, tudo isso mostrando a infinidade de jeitos de se expressar a mais pura arte.
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Cartas Sem Amor, Eu lhe Dedico
RomanceExistem marcas neste mundo, marcas estas que se podem ver e tocar. Na pele são como permanentes manchas divinas, dadas por sabe se lá quem, talvez alguém bem próximo a nós. Nos aproximamos de duas almas, dois seres, comuns à primeira vista, complex...