Capítulo 1 - 2008

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Tudo aconteceu de repente, eu não sabia o que tinha acontecido e tinha acabado de acordar. O acidente tinha sido grande e aparentemente só eu tinha sobrevivido, eles não me queriam dizer o que tinha ao certo acontecido, afinal, eu só tinha 4 anos e com certeza não iria conseguir processar aquela informação toda.

Já se passaram 14 anos, continua a ser um grande mistério o que acontecera naquela noite, com os meus 18 decidi descobrir o que tinha matado a minha família, a única coisa que tenho a certeza é que naquela noite o que assassinou todos, não era humano. Tenho pequenas lembranças de uma grande besta negra, lembro-me da sua voz grossa e como ele se ria depois daqueles barulhos de ossos a serem partidos ecoar pela casa toda.

Dizem que foi o assassinato mais peculiar na nossa cidade, os jornais tiveram atrás de mim durante anos, na procura de uma resposta para todo aquele cenário macabro, eles queriam saber o que tinha acontecido com a família Generais, quem ou oque os tinha matado e sem dúvida o porquê. Depois de 4 anos eles decidiram abafar o caso, o presidente não estava a gostar da má reputação que o caso estava a trazer para a nossa cidade, a polícia deu o caso como encerrado e disseram a mídia que tudo tinha sido um ataque de uma gangue na procura de vingança, após um negócio ter matado o seu chefe. Claro que com essa desculpa esfarrapada o nome da minha família foi para a lama. 

Os mais velhos da cidade acreditam que tudo se tratou de um ataque do Lopuienes, um monstro que anda a baguear por estas terras há milhares de anos, que come seres humanos que por acaso o tenham encarado durante os seus passeios noturnos. Uma parte de mim acredita nessa lenda, nada explicaria o que tinha visto naquela noite, os boatos começaram a circular uns chamavam-me " A sobrevivente do ataque da gangue" e outros chamavam-me "A escolhida do Lopuienes". Chamarem-me de Yelene não passaria na pequena cabeça de nenhum deles. 

Mesmo depois de anos o que mais atormentava-me era o facto de não ter a certeza de nada, ninguém tinha saído, estávamos todos na sala então eu tinha a certeza de que ninguém tinha cruzado o olhar com a besta, então porquê que naquela noite a besta tinha nos atacado? Teríamos de alguma forma ter ofendido a besta? Ou alguém mandou a besta atrás de nós. Tudo iria ser respondido, eu precisava de saber a resposta e eu iria encontrar a resposta. Nem que eu tivesse que morrer na procura. 


A escolhida do LopuienesOnde histórias criam vida. Descubra agora